domingo, abril 17, 2005

Um Tempo de Abortus


Às vezes, dá-me para a erudição. Uma erudição, naturalmente, alucinada. Pois bem, hoje deu-me. Vou explicar-vos a etimologia "shelltox-dragoniana" da palavra "aborto". As pessoas, sobretudo nos blogues (ou blogs), passam a vida a gargarejar substantivos que desconhecem.

Abra-se um qualquer dicionário e lá está: Aborto - do lat. abortu.
Desçamos ao latim.
Abortu é uma palavra formada a partir do prefixo ab mais a base ortus. Ora, ab, na qualidade de prefixo, indica privação, ausência. Ortu, por seu lado, designa "nascimento", "origem". Designa também o "nascer dos astros", sendo assim o contrário de occasus (o nosso ocaso).
Assim, tudo conjugado, ab-ortus traduz-se por sem-nascimento, que não nasce. Ou crepuscular.
Mas aprofundemos. Mergulhemos ainda mais fundo.
Ortus devém da raíz orior, o verbo latino que designa levantar-se, elevar-se, nascer (homens, plantas ou animais), provir.
Curiosamente, também no grego, a língua mãe da Europa e da nossa civilização, orthos (pena que aqui não dê para grafar no alfabeto original) também significa levantado, recto, justo.
Entretanto, orion (de oros) designa limite, fronteira; e também -(oros)- colina, altura, líquido seminal, meta, termo, regra, definição.
Notem bem: não vim -aqui e agora - tomar qualquer posição sobre um tema que tanto parece excitar uns e outros. Limito-me a seguir o rasto das palavras. Prefiro acreditar nelas e no sulco que deixam, que nos saltimbancos e charlatões que as garganteiam. Na consciência de cada qual não me meto. Do que sei, decifro-o nas palavras. Dizem-me que este nosso tempo é um tempo de abortos. Tal qual a palavra revela: um tempo de astros sem altura, sem meta, sem regra nem definição. E sem testículos. Em que a génese é cada vez mais mero acto de regurgitamento e cada vez menos fruto de criação.
Um tempo de ocaso. Um tempo de morte. Bem às portas, agora sim, da treva.

7 comentários:

Anónimo disse...

( Manifesto em Divulgação )


O Manifesto do oPILAdeGRILO: O ERRO

As sociedades que colocam restrições aos Direitos Cívicos das mulheres conseguem, SEM EXCEPÇÕES, alcançar a renovação demográfica.

As sociedades penalizadas com a incapacidade de renovação demográfica são precisamente, SEM EXCEPÇÕES, as sociedades aonde as mulheres são dotadas de toda a liberdade e independência.

Portanto, está universalmente provado que as mulheres são dotadas de muito pouca disponibilidade emocional para se envolverem num Projecto de Luta pela Sobrevivência!...

Mais, as mulheres possuem uma grande apetência para a Bandalheira: quando são questionadas sobre o problema demográfico que existe nas sociedades aonde as mulheres dispõem de TODA a liberdade e independência ( exemplo: países europeus )... as mulheres respondem que esse problema deve se resolvido pela imigração... nomeadamente, por imigrantes provenientes de sociedades aonde a liberdade e independência das mulheres são reprimidas !?!?!

CONCLUSÕES:
1º- É necessário consciencializar os homens de que VÃO TER QUE SER ELES que têm de realizar o grande esforço de Luta pela Sobrevivência;
2º- A investigação ciêntifica, tendo em vista a criação de Úteros Artificiais ( ... e Bancos de Óvulos... ), deve ser considerada uma INVESTIGAÇÃO PRIORITÁRIA pela comunidade internacional!
( nota: deve-se promover não um, mas sim, 3 modelos de família:
-------- a) modelo de família tradicional;
-------- b) modelo de ' família monoparental feminina ' - modelo que já existe;
-------- c) modelo de ' família monoparental masculina' - modelo a desenvolver no futuro..., quando qualquer homem, de boa saúde, possuir o direito de ter filhos independentemente de encontrar ( ou não ) uma mulher que o aceite )


P.S. A Libertação da Mulher foi um ERRO! Explicando melhor, só devia ter acontecido APÓS o desenvolvimento de Úteros Artificiais..., pois todos os povos devem possuir o Direito à renovação demográfica!

((((( Os Piladegrilos NÃO reconhecem às Mulheres AUTORIDADE MORAL para possuirem o MONOPÓLIO da decisão de quem é que tem, e de quem é que não tem, o Direito de ter filhos!!!... Portanto, é do interesse dos Piladegrilos ( de boa súde ) insistir na divulgação deste Manifesto )))))

zazie disse...

Que texto maravilhoso, Dragão. Posso guardar? E citar que é do Dragão? Palavra que me apetece.

Por isso o corpo é o mundo. Como dizia o Leonardo no Tratado da Figura, “o homem é chamado pelos antigos um mundo menor e depois comparava todos os seus componentes aos da vida”. Mas há sempre desequilíbrios entre o ciclo da vida e o devir histórico e, se calhar por isso mesmo, abortus também significa monstruosidade- exorbita e nega os dois. O Leonardo falava da esperança e do desejo de se repatriar e regressar ao primeiro estado, e quando as coisas acontecem é demasiado tarde e o homem não se apercebe que aspira, assim, à sua ruína”. - o retorno a quem o cria- Mas aqui falava-se da saudade da vida no momento da morte. A ideia do aborto pela vida é mais perversa e paradoxal.

dragão disse...

Um dia destes nomeio-te "Grande Guardiã da Irmandadade do Dragão"...:O)
Que é para ver se deixas de me colocar essa pergunta descabelante do "Posso guardar?"...
Passará a estar implícito nas tuas importantíssimas funções: arquivar estas dragorreias todas!... :O))

PS: Isto não tem a nada a ver, mas é uma curiosidade que me aflige: aquele puto engomadinho que tem um programa na Televisão, aos domingos à tarde, chamado Daniel Oliveira é o mesmo dos Barnabés?...
(tem cara disso)

zazie disse...

ehehe, depois da recolha do doninha nos "Anais do Inabreviável" só me faltava agora ser a Tutivila do Dragão ahahaha

agora quanto à tv não sei porque até esta´estragada há muito.

Mas o DO é filho do Herbert Helder...e fisicamente é a cara chapada do pai...
e esta hein?

zazie disse...

mas ia jurar que até já houve confusão com os nomes. O DO não tem nada ar engomadinho. Pelo ar até seria um caso bem interessante... digamos assim ":O.

josé disse...

Humm... boa fonte! Talvez o velhinho Torrinha de 37...
Aqui o meu tem uma data - 14/II/41- escrita a lápis, pelo meu pai. Herdei-o por direito próprio, pois também o usei e o uso deu-me direito de posse e depois a propriedade plena. Aliás, antes de mim, também um certo Meira da Cunha que escrevia na Capital, o teve na sua posse, por empréstimo e que o devolveu à procedência, como pessoa honrada que era ( não sei o que é feito dele...).

Ora( et labora), o dito "orior", segundo o clássico, também significa "lançar-se para fora de"; levantar-se ( da cama), surgir.

Ab+ortu, neste sentido particular, pode muito bem significar, numa particular e retorcida semântica, "zombie", alguém que não saiu da letargia do sono; ou ainda nem despertou para a realidade.
Temo-los por aí, em congressos e a reproduzir-se em progressão geométrica, tanto quanto permite o artifício da ilusão mediática. Porque, afinal, é esse o meio onde nascem, se reproduzem e evoluem os "zombies", ou melhor, abortos.

Anónimo disse...

ΟΡΤΗΟΣ
Apdeites (editor html)