O que mais abunda por aí não são ideias, nem são mentes, nem, muito menos, pensamentos. Na verdade, o que mais pulula, formigueja, fervilha são hospedeiros, gentinha em cujo cérebro reptilínio se alojam crenças hipnóticas, pseudo-organismos paranóides que, por ruminação intelectual, conduzem à auto-lobotomia. Numa forma de parasitismo mental cada vez mais refinado e em voga, este vírus transmigratório monta estalagem na gordura mental, arruina prematuramente qualquer hipótese de espírito e transporta a vítima a um estado de perpétuo ricochete entre a imbecilidade e a mentecapção. Tudo isto sob uma crosta grossa de douta convicção e certezas absolutas. Além disso, ao mesmo tempo que transmite ao observador externo um espectáculo de penosa decrepitude, de submissão larvar aos mais baixos instintos, inunda de caleidoscópicos delírios o portador vegetalizado, durante os quais este se compraz e masturba com self-conceptions de mercedes-benz do raciocínio, rolls-royce das inteligências, vaivém espacial das grandes revelações cósmicas.
À vista desarmada, no auge deste lamentável onanismo, o pobre diabo – que o vírus vampiriza e trabalha –, baba-se; palco duma paraplegia cerebral completa, entorna-se pela boca e pelas pernas abaixo. Mas lá, no seu mundo privado, distorcido, secreto, cisma que essa saliva balbuciada, incoercível, representa uma dádiva de Deus ao Mundo, uma jóia preciosíssima oferecida à eternidade da galáxia. Inexorável, à medida que o esvazia, o vírus distrai-o, mantém-no ocupado com ilusões cada vez mais megalómanas e alucinantes. Entretanto, vai-lhe digerindo e mastigando a razão; vai-lhe triturando e liquefazendo toda a espécie de humildade e sensatez. Até que não reste mais que um puré mental em que o absurdo substitui o oxigénio.
O repugnante fenómeno, bem entendido, não é novo. Tem rastejado ao longo de séculos, tem contaminado e corroído pela História fora.
Mas que ninguém se confunda: Não é de ter pena; é de meter nojo.
À vista desarmada, no auge deste lamentável onanismo, o pobre diabo – que o vírus vampiriza e trabalha –, baba-se; palco duma paraplegia cerebral completa, entorna-se pela boca e pelas pernas abaixo. Mas lá, no seu mundo privado, distorcido, secreto, cisma que essa saliva balbuciada, incoercível, representa uma dádiva de Deus ao Mundo, uma jóia preciosíssima oferecida à eternidade da galáxia. Inexorável, à medida que o esvazia, o vírus distrai-o, mantém-no ocupado com ilusões cada vez mais megalómanas e alucinantes. Entretanto, vai-lhe digerindo e mastigando a razão; vai-lhe triturando e liquefazendo toda a espécie de humildade e sensatez. Até que não reste mais que um puré mental em que o absurdo substitui o oxigénio.
O repugnante fenómeno, bem entendido, não é novo. Tem rastejado ao longo de séculos, tem contaminado e corroído pela História fora.
Mas que ninguém se confunda: Não é de ter pena; é de meter nojo.
2 comentários:
Hmmm. Ahhh. What do you mean?
Se não for contagioso?...
Vai a minha solidariedade para quem adoece esse mal!?... E para o Dragão mts cumprimentos.
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