sábado, novembro 24, 2012

In camera caritatis



Num qualquer parque jurássimo, na realidade pré-história ou meramente blogosférica (passe a redundância analógica), o Tiranossauro Rex é um sujeito, não direi benfazejo  nem o contrário, mas seguramente saudável da cabeça. Mais satisfeito e descontraído, será seguramente difícil de encontrar. Em primeiro lugar, porque não guarda ressentimentos contra qualquer outro fulano, herbívoro, carnívoro, omnívoro ou mesmo egovoro.. Afinal, não tem razões para isso. Nem ressentimentos, nem invejas, nem raivinhas impotentes ou quaisquer outros ranços neurasténicos. Nenhuns. Como poderia experimentá-los? Está permanentemente absorvido a recrear-se com a vida e a fauna abundante.  Infelizmente, esta nobreza cristalina, álacre e tranquila do T. Rex não é retribuída pelos outros, com especial destaque para aqueles em que tropeça, pisa ou a quem, ocasionalmente, brinda com a surpresa, sempre jovial, das suas epifanias. Isso, essa não reciprocidade oblíqua tem um nome. Mas não pensem que se chama ingratidão, mau perder, cagufa, ofensa, ronha, ranho, trauma, rancor, ódio mesquinho, ou, enfim, qualquer um desses conceitos e propriedades de carácter menos elevados, tão típicos das reses ultrajadas. Não; chama-se Natureza. 
E  não é democrática... Graças a Deus.


É verdade, meus amigos. Estou de bem com todos. Ninguém me fez mal e não tenho razão de queixa nem doesto de quem quer que seja. E todos os dias louvo a Deus pela variedade, prodigalidade e exuberância da sua Criação.  Mesmo as larvas e os insectos, que já mal diviso nem distingo, mas ainda recordo: que cores, que ruídos, que azáfama buliçosa e agenciadeira!...  Peguem vossemecês num detonador, umas quantas toneladas de trotil, e tentem fazer melhor!...




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