segunda-feira, maio 28, 2012

Imunidade à metafísica

«O Homem é um animal metafísico», escreve Schopenhauer. E com isto é bem capaz de estar a sugerir a expulsão dos ingleses da humanidade. Porque  animais são, todos, sem excepção; agora metafísicos,  é que nunca ninguém viu nenhum. Claro que estou a exagerar. Filósofos é que nunca ninguém viu nenhum.
Mas logo a seguir, o bom Schopenhauer é ainda mais estarrecedor, porque lúcido: «quanto mais inferior é um homem em inteligência menos mistério encerra a existência para ele.»

De qualquer modo, para definir um inglês em geral poderíamos talvez dizer que é um animal mercantil. Já para definir um pseudo-filósofo inglês em particular (Locke, Hobbes, Mill, Spencer, Russell, um qualquer à escolha) seria bem mais simples: um animal.



5 comentários:

zazie disse...

Acrescenta-lhe aí a múmia do Bentham

Joao disse...

Ainda ontem o João Carlos Espada cantava hossanas à animalidade mercantil inglesa: "... uma disposição fundamental para usufruir a dádiva da vida, em vez de sonhar com um futuro perfeito ou com um passado perdido ..."

Não é uma metafísica mas é um meta-umbigo: para além do umbigo está o estômago.

dragão disse...

O caro João está a ser benevolente. No caso em questão acho que será mais "para além do -ou através do - umbigo", está o outro orifício mais abaixo.

zazie disse...

ehehehe

Que num anãozinho é coisa que praticamente fica ao lado

Euro2cent disse...

O génio protestante para a mentira abriu-lhes a porta a possibilidades inconcebiveis (aos atávicamente apegados à verdade) na propaganda e publicidade.

Além de fabricarem consentimento, vendem sabão e derivados, em quantidades sempre crescentes. O lucro deste mantem aquele.

Os clientes enlouquecem gemendo.