sábado, novembro 01, 2008

Do Ghetto ao Globo -III. Endogamia eugénica de imitação

«Começando no ramo mais alto, vemos que dos cinco filhos do velho Mayer, os dois mais velhos casaram com simples e sólidas raparigas judias alemãs. O casamento seguinte realizou-se em 1806, quando "Rothschild" já significava êxito para aqueles que percebiam do assunto. Nathan levou para casa Hannah Cohen, filha de Barnett Cohen, o judeu mais rico de Inglaterra. A seguir foi a vez de Kalmann, em 1818. Nessa altura era natural que qualquer membro da Família pudesse escolher entre a fina flor das noivas. Kalmann escolheu Adelheid Herz; os Herzes eram a nata da sociedade hebraica culta, na Alemanha.
Finalmente James, o mais novo, escolheu esposa. O Imperador da Áustria já o fizera, a ele e aos irmãos, barões, e eles próprios tinham-se tornado por si a família mais rica do mundo. Na festa anterior eram importantes. Agora sabiam que eram únicos. O dia 11 de Julho de 1824 exprimiu essa qualidade de um modo convincente. James entrou debaixo de "chupah" (o baldaquim de casamento hebraico) com Betty, sua própria sobrinha, filha de seu irmão Salomão.
Rapidamente se tornou um dogma dinástico, como no caso dos Habsburgos, que o casamento mais brilhante para um membro da Família era com outro membro. Dos doze casamentos consumados pelos filhos dos cinco irmãos, nada menos de nove foram com filhas dos tios. De cinquenta e oito casamentos contraídos pelos descendentes do velho Mayer, realizaram-se exactamente metade entre primos do mesmo grau.
O que é que provocou tantas paixões "em família"? Por um lado havia o facto de que só um pai Rothschild podia fornecer um dote digno de um genro Rothschild. Havia também o desejo de consolidar, e não dissipar, as fortunas; e, talvez o mais importante, de não desperdiçar o nome com estranhos.»
- Frederic Morton, "Os Rothschilds"

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