«Antes de 1914 o Banco de Viena fora o financeiro principal do grande império, o primeiro a mover-se no centro nervoso financeiro da Europa do sudeste. Depois de 1918 a Áustria ficou reduzida a uma fracção empobrecida do que fora. Inevitavelmente a firma Rothschild austríaca reduziu-se também.
Na sua qualidade de primeiro, e quase "oficial", Banco particular, "S.M. Rothschild und Söhne" estava ligado ao destino da pequena pátria enfaquecida. Por lealdade comprara papéis do Estado aos milhões, e viu a inflacção devorar-lhe os seus investimentos. Por volta de 1925 não podia, como o seu grande rival vienense, o Banco Castiglione, abalar o Governo especulando com a baixa da moeda austríaca. Esta baixou, é claro. Castiglione adquiriu uma posição altíssima e ameaçava abafar Rothschild.
Castiglione continuou a especular com a baixa do franco. Os seus aliados lançavam e tornavam a lançar no mercado dinheiro francês. O franco descia, a libra e o dólar subiam velozmente. E Rothschild? Os peritos começaram a considerar como acabada a importância da Família da Europa Central. No escritório de seda vermelha da Renngasse fizera-se um grande silêncio. Então, de repente, o franco começou a subir de um modo espantoso, aos solavancos a princípio, depois com uma fúria autêntica, que aniquilou Castiglione. O mundo financeiro estava assombrado. O Barão Louis, com um sorriso impassível, foi para Itália jogar polo.
Que acontecera? Na realidade fora uma história Rothschild muito e muito antiga, que se desenrolara mais uma vez em 1925. Os vários Bancos da mishpoche*, em Inglaterra, França e Áustria tinham secretamente alinhado os seus tentáculos. Com a Casa francesa à cabeça (o Barão Edouard era o director do Banco de França), organizaram um sindicato internacional secreto, que se estendia desde J.P. Morgan em Nova Iorque até ao Creditanstalt de Viena, controlado pelo Barão Louis. Em toda a parte, a um sinal pré-combinado, o sindicato Rothschild começou a fazer baixar as libras e a fazer subir os francos. Tal como no passado ninguém pôde resistir a uma tão grande riqueza manejada com tal perícia.»
- Frederic Morton, "Os Rothschilds"
* - "família", em hebraico
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