quinta-feira, setembro 20, 2012

Sacrifício de dama



Quando um determinado Estado exorbita as suas dimensões coloca em perigo a própria existência da Nação que é suposto e natural servir. É claro que a dele próprio, uma vez aquela em risco, também fica ameaçada. Acontece (no nosso particular e presente caso) que, sob rogação do Estado, entidades estrangeiras, animadas de turvas intençoes,  acorrem a resgatar o conjunto. A condição que colocam, todavia, tem a forma de dilema, ou mais exactamente, de alternativa diabólica... Entregam o dinheiro ao Estado e estipulam: um dos dois vai ter que ser sacrificado. Imaginem quem é que o Estado escolhe...

Exactamente, os plutocratas não nos apontam nenhuma arma (como já por aí li algures, entre os adeptos estrídulos da submissão esclarecida). Colocaram, isso sim, uma arma na mão do Estado. E ele está a usá-la de acordo ao seu exclusivo interesse. Que, não por acaso, coincide integralmente com o interesse das entidades estrangeiras.

A tese de que se agora dermos o rabinho e abdicarmos da vazelina importada, mais tarde eles largam-nos e vivemos todos muito felizes e competitivos não preenche exactamente o meu conceito de patriotismo. Essa mentalidade, aliás, embora campeie, frondosa e cacarejante, entre nós, tem um nome infinitamente menos digno. Eu chamo-lhe mentalidade "casa Pia". Segrega, pelos vistos, uma espécie de patriotismo do cuspo, que lembra muito a oração entre os fariseus e que, no fundo, mais não estadeia que um histrionismo para basbaque ver e mais não dissimula que o afã  - torpe e frouxo - da auto-lubrificação.






6 comentários:

zazie disse...

Estrangeiros somos nós, no meio disto.

Não se pode fazer nada.

Anónimo disse...

Mandamento globalista: enfraquecer os Estados no plano internacional e fortalecê-los no plano interno.
Dito de outro modo: desarmá-los contra seus inimigos e armá-los contra suas próprias populações.

lusitânea disse...

Mas candidatos a medalhas Lenine não faltam.Agora até o reitor da UC que deve andar a conversar muito com o Boaventura quer numa de D.Dinis moderno colonizar os desertos interiores com "imigrantes".Não o disseram mas para se distinguirem bem preferencialmente africanos...

Anónimo disse...

Bem, vista a coisa de cima, eu diria que poderá haver um proposito dentro de um proposito. Uma espece de gravidez de propositos. Um proposito que carrega outro proposito, ele proprio o propsito primordial.
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A ver se me faço entender. Da-me a sensacao que os objectivs troikianos para os paises em dificuldades sao feito de forma qe nao possam ser cumpridos sem o recurso sucessivo a medidas suplementares. O proposito é ajudar s paises com medidas certas e certeiras para o desiderato, mas o proposito mesmo é formar um conjunto de medidas que aparentem ser acertadas mas qe falem redondamente.
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E um gajo pergunta, entao oh RB mas porque é q alguem pode querer q o tipo a qem lhe emprestamos dinheiro falhe? Ahh?
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Pois. Ai temos de pensar de como pensam s financeiros financistas. Nao pensam da mesma forma q o comum dos mortais. Nao. Nem por sombras.
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Na Grecia, está mais d que visto, os financistas estao de olho na posse, nas privatizacoes de concessoes de futuras receitas do imensa reserva de petroleo e gaz qe paece mesmo qe tem. Aos poucos irao exigir medidas que todas elas somadas acabarão sempre por resultar em medidas que retirem ao povo grego os beneficios das riquezas qe venha.
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Em portugal ainda nao se percebeu claramente o proposito. Penso q sao varios. Mas caa vez que o defice resvalar, mais medidas do tipo VENDER a CGD se vao multiplicar.
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Rb
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Em Portugal.

dragão disse...

Pois, ó Rb,

é fodido um país com quase mil anos a experimentar no pêlo o neo-colonialismo, não é?

Anónimo disse...

Há cerca de dez anos atrás, assistimos placidamente o enrabamento do povo argentino pelos violadores de fmi e não retiramos conclusões úteis e agora deixamos entrar os violadores internacionais que actuam em grupo de três, vulgo troika. Mas a verdade seja dita, sem o inside job da nossa podre elite com a colaboração da imprensa a preparar-nos para a sodomização colectiva, nada disso é possível. No tempo de Salazar erámos pobres, mas não enrabados pela escória internacional.