domingo, setembro 09, 2012

Mais medidas é que não!...

Ainda eu mal me tinha sentado à mesa, onde o Engenheiro-Arquitecto Ildefonso Caguinchas massacrava uns caracóis ao mesmo tempo que votava imperiais à devastação, e já o gajo, com aquele olhar arguto que o distingue e caracteriza, me inquiria de chofre:
- E tu, Dragão, diz lá: que medidas urgentes achas que o Primeiro-Ministro devia tomar a bem da salvação nacional?
Já que ele nem me deixava pousar, tratei de responder sem deixar cair a bola no chão...
- "Medidas, Caguinchas... Medidas, nenhumas. Não são medidas, nem urgentes nem de qualquer  outra espécie, que o país precisa que ele tome. Ele, mais os ministros todos, e os deputados, e o PR, e o PGR, e Presidente do Supremo, do Ínfimo e do Assim-assim!..."
-"Olha-me este! Q'a ganda nimlista! - Estrilhou o meu interlocutor, ingurgitando mais um gastrópode com fezes e tudo. - Estás feito mais um daqueles que não diz nem não nem sim: nim! Atão se o palhadino, ou palhaçano,ou palhacéfalo ou lá o que é não toma medidas, há-de tomar o quê?
- Veneno,  Caguinchas, veneno! Arsénico, estricnina, 605 Forte. Bem forte!!...



5 comentários:

LJC disse...

Era giro. Uma espécie de hara kiri, morte de um liberal. Até podia iniciar uma primavera tuga.

lusitânea disse...

Ele e os outros.E pode ser cicuta que existe por aí nos nossos ribeiros e não é importada...

Diogo disse...

E se ele se mostrar renitente, haja alguém lhe misture à socapa a peçonha no café, na queijada ou no bitoque...

Anónimo disse...

Não devemos ser cruéis, basta limitar o espaço dos discursos públicos desses indivíduos dentro do recinto de Júlio Matos. E se a crise agudize, então toda a Assembleia deveria mudar para lá. Assim, os seus discursos, debates e medidas seriam muito mais claras e compreensíveis para o povo.

A. disse...

Sópadzer que este 12 de Setembro de 2012 vai ficar para a História como um dia muito triste. Negro mesmo.

O que acabou de acontecer no Bundesverfassungsgericht em Karlsruhe é muito sério.
Espero que os alemães (e restantes europeus) não fiquem quietos e protestem.
Tornou-se óbvio que querem levar a Europa à "Federação".
Nada melhor do que um crise p'ra isso. Se estiver bem aflito e com as "calças na mão" o "rebanho" aceita coisas que, em circunstâncias normais não aceitaria.