Se já chegámos ao ponto em que os executivos governam, descaradamente, em função dos mercados e não dos povos que é suposto representarem, porque carga de água se persiste no simulacro das eleições?
Não faz qualquer sentido sujeitar as populações a tribulações redobradas só porque os Mercados se sentem mal representados. Só porque têm que se amanhar com uns amadores quaisquer que treparam, a ventosa e fateixa, pelos andaimes partidários. Só porque em vez de executivos competentes têm que contentar-se com moços de frete e homens de aluguer. É gentulho esquisóide, este, nem carne nem peixe, lambuzador compulsivo de gregos, mas ancorado no afago penoso a troianos. E que acaba por não satisfazer plenamente nem uns nem outros, ou seja, nem os especuladores que idolatram, nem os otários que (des)governam.
Deixemo-nos de faz-de-contas: os especuladores que votem, que escolham, que elejam. Que nomeiem uma administração sucinta e minimal, como, aliás, é apanágio do boa avareza ordenhante. Já que todos desistimos do Bem e nos contentamos com um qualquer mal supostamente menor, decerto sempre será preferível uma opressão directa a uma opressão por intermediários. Poupamos nos intermediários, que, como é universalmente consabido, consomem os maiores balúrdios do preço na mercadoria. Ora, a mercadoria somos nós. É do nosso pêlo e embrulho que tudo sai. Ficam mais felizes os especuladores, que transaccionam (ou traficam) a mercadoria directamente (e, por conseguinte, com mais elevadas taxas de lucro, porque, quanto mais não seja, com menos dispêndios e desperdícios), e não ficamos menos infelizes nós - porque, pelo menos, temos o prazer de ver os outrora intermediários remetidos ao seu verdadeiro nível e meio: o meio de nós.
Assim, não paga apenas o justo pelo pecador: paga o justo e o pecador. Sempre é melhor que nada.
Se já não há país, nem nação, nem pátria (a própria língua está a ir pró escambáu), nem porra nenhuma dessas, porque carga de água persistimos neste luxo sumptuoso de manter um super-Estado e um mega-governo de algo que não existe? É como se depois do falecimento do nosso pai, fantasiássemos a sua existência através da alimentação persistente e copiosa dos parasitas que o consumiram. Aquilo a que se chama agora Portugal (aquela coisa que contrai empréstimos e vive a crédito), mais que uma mera superfície e tanto quanto uma superficção, é uma super-ténia. E um estrito pretexto para a sua perenidade.
Até porque, em bom e sintético português, é imperioso dizer a estes finórios galopantes, e duma vez por todas, que, se o destino fatal e obrigatório de todos nós é ficar em hasta, no comércio da meia-porta, então uma higiene e uma poupança mínimas são exigíveis: dispensamos chulos.
Se já não há país, nem nação, nem pátria (a própria língua está a ir pró escambáu), nem porra nenhuma dessas, porque carga de água persistimos neste luxo sumptuoso de manter um super-Estado e um mega-governo de algo que não existe? É como se depois do falecimento do nosso pai, fantasiássemos a sua existência através da alimentação persistente e copiosa dos parasitas que o consumiram. Aquilo a que se chama agora Portugal (aquela coisa que contrai empréstimos e vive a crédito), mais que uma mera superfície e tanto quanto uma superficção, é uma super-ténia. E um estrito pretexto para a sua perenidade.
Até porque, em bom e sintético português, é imperioso dizer a estes finórios galopantes, e duma vez por todas, que, se o destino fatal e obrigatório de todos nós é ficar em hasta, no comércio da meia-porta, então uma higiene e uma poupança mínimas são exigíveis: dispensamos chulos.
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