Passado um ano, o estado de Nova Orleães é este:
«- Menos de metade da população anterior à catástrofe -de 460.000 habitantes - regressou, colocando os índices demográficos ao nível de 1880;
– Um terço do lixo ainda não foi recolhido;
– Sessenta por cento das casas ainda não recuperaram a electricidade;
– Dezassete por cento dos autocarros está operacional;
– Metade dos médicos foram-se embora, e faltam 1.000 enfermeiras;
– Seis dos nove hospitais continuam encerrados;
– Sessenta e seis por cento das escolas reabriram;
– As taxas de arrendamento aumentaram 40%, afectando desproporcionadamente famílias negras e pobres;
– Houve um aumento de 300% na taxa de suicídio;
Oitenta por cento dos residentes de Nova Orleães avalia negativamente os esforços governamentais de recuperação, enquanto 66% acredita que o dinheiro para a recuperação foi "em grande parte delapidado".»
Devém assim claramente manifesto que a "mais sublime democracia do mundo" está cada vez mais desembaraçada (e assoberbada) na destruição de infraestruturas e cada vez menos diligente, ou sequer disponível para a recuperação das mesmas. Não admira, pois, que já haja quem diga que, mesmo partindo com um ano de atraso, vai o Hezbbollah reconstruir mais depressa um país quase inteiro, que o governo americano uma única cidade.
Ah, não...isso não! Isso já é demais. Recuso-me a conceber um despautério desses!... Uma organização selvaticamente terrorista (uma "canalha assassina", como lhe chama o mija-versos) demonstrar mais responsabilidade e noção de Estado que a administração eleita da super-potência... ridicularizar assim, duma forma tão cruel e acintosa, o governo dos Estados Unidos, seria inadmissível! Pior: duplamente inadmissível! - É que depois de ter ridicularizado miseravelmente o governo da "única democracia do Médio-Oriente", vir agora também achincalhar sem dó nem piedade a "democracia modelo do Mundo", francamente, isto já ultrapassa o terrorismo: já atinge as raias do horripilantismo bárbaro e desenfreado.
Se bem que, pensando melhor, porque nos haveria de espantar? No terrorismo, como em quase tudo na vida, os que têm a fama, regra geral, nem são quem tem o proveito.
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