domingo, maio 15, 2005
O Concurso de Micro-Contos
Através do caro R, no seu digníssimo blogue (dos não muitos que por aí há) , fiquei a saber dum concurso blogohistérico de micro-contos.
Antes de deixar, também eu, aqui, o meu fulgurante contributo (nada de modéstias, sobretudo nada de modéstias!...), cumpre-me proceder a um breve preâmbulo...
Pois bem, acho que são necessários, imprescindíveis mesmo, um micro-talento, uma micro-inteligência e uma macro-toinice para que alguém, na sua perfeita bacoragem, se lembre dum termo tão cretino quanto "micro-contos". Por que não "contos-gotas"? Até era mais poético... Mas não: Micro-contos. Micro-contos? - Liliputices, micro-gaitas, é o que é. Enfim, dá uma ideia de que a literatura se mede pelo número de palavras ou pelo peso do fascículo. Como se houvesse ficção ou prosa a metro ou ao quilo. Como se a puta da mercearia ou talho de fressuras onde o paizinho leccionava os obsidiasse pela vida fora. Como se quisessem bezuntar o Portugal dos Pequeninos com uma Literatura de anõezinhos. Para se ler à lupa ou ao microscópio. Um empreendimento de homúnculos aquartelados em frascos de drogaria.
Agrava a estapafúrdia paspalhice o facto de lhe associarem um nome digno, mas indefeso, de um escritor que nunca escreveu micro-coisa nenhuma, mas sim grandes páginas, fruto dum grande talento, como foi Mário-Henrique Leiria. Faço ideia dos vómitos com que o infeliz se rebolará na sepultura. Se ainda fosse a Margarida Rebelo Pinto, a Rita Ferro, a Helena Sacadura, o Manuel Goucha, o Luís do bigode não sei quantos Sousa, o João Baião, o Conde Castelo Branco, ainda se compreendia. O que não faltam para aí são génios da treta, da tanga, guias espirituais ao nível, dignos de apadrinharem ou amadrinharem tão microbichosa iniciativa. Mas não, a bosta, para não variar, estima de ir agarrada às solas de alguém, gosta de imaginar que viaja, que ascende, que vai longe...
Se não era muito mais bonito -e honesto!- chamar-se "concurso de Micro-contos Teresa Guilherme"!?...
Em todo o caso, o meu contributo:
Intitula-se:
"Para todos vós, micróbios".
Caguei.
Que vos faça bom proveito!...
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É suficientemente micro?
Agora, se não me atribuírem o primeiro prémio vou ficar chateado.
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