Não tenho nenhuma receita infalível para resgatar ou redimir a humanidade. Tão pouco, para melhorá-la. Nem sei, sequer, se anda, a grande vaca, perdida, se precisa de recauchutagem ou verniz. Não faltam para aí maquilhadores, esteticistas, criadores de moda e cabeleireiras. Esses é que sabem. Pelo menos, mais que eu.
Ignoro o caminho para o paraíso. Não tenho mapa, nem rota, nem conheço, de fonte segura, pilotos e guias infalíveis. Mas eles apregoam-se a cada esquina. Pontapeia-se uma pedra e salta de lá um cabrão desses, de bússula e gps em riste. É escolher.
Tão pouco sei se o paraíso existe. A existir, seria uma calamidade económica: o que faríamos a todos estes funcionários e profissionais do inferno? Todos estes proxenetas da dor e da desgraça alheia, que seria deles, coitados? Todos estes moços de recados do ódio, porteiros e engraxadores da estupidez, comeriam de quê?
Não, nada de confusões: não estou aqui para salvar o mundo. É mesmo só para insultá-lo.
Sem comentários:
Enviar um comentário