Que todos temos opiniões e gostamos de cagar sentenças sobre tudo, já deu para perceber. Que em grande parte do tempo em que nos dão os fornicoques para desatar nesses (des)propósitos mais valia apanhar uma valente dor de dentes e enfiar a tromba numa almofada, também. Para grandes males, grandes remédios. O que eu ainda não percebi bem é donde vêm estas directivas opinadoras quotidianas que metodicamente se repetem; de que Agência Central de Opinião provêm estes Planos e Mapas de emissão, em suma, quem diabo lá atrás selecciona os discos rachados e cassetes com que se entretém o pagode, quem determina “agora palra-se disto, não se palra daquilo”, “doravante, o bacio para a doxorreia é este, não é aquele”.
Em boa verdade, não sei quem é, nem sei se existe. Mas desconfio. Desconfio cada vez mais. Até porque funciona. Com a pendularidade dum relógio suiço. A tal “voz-off” sugere: “Casa Pia, Casa Pia!” - e o pagode desata todo a mandar papos sobre o assunto, a arrancar cabelos e a cuspir gafanhotos em todas as direcções, a espumar de raiva ou a lançar mãos à cintura, em citações de longe. Ou então “Aborto, Aborto!”, e lá vai a chusma de escantilhão, trocando unhadas e pisadelas, atirando injúrias e impropérios, pior que grão-finos na hora do naufrágio. É um espectáculo deplorável. Pertencer a uma raça sempre tão disponível para galinhices e carneirices destas desmoraliza qualquer um. Se não são zombies telecomandados, parecem.
7 comentários:
a isso chama-se jornalismo. Ou novela. Novela, ou jornalismo, meu caro. E não teria grande novidade se não tivesse também passado a chamar-se agenda política e agenda governamental.
a isso chama-se jornalismo. Ou novela. Novela, ou jornalismo, meu caro. E não teria grande novidade se não tivesse também passado a chamar-se agenda política e agenda governamental.
a isso chama-se jornalismo. Ou novela. Novela, ou jornalismo, meu caro. E não teria grande novidade se não tivesse também passado a chamar-se agenda política e agenda governamental.
sorry, triplicou e não era asism tão importante... mas não encontro o caixote do lixo... ":O.
Se não ligarmos a tv; não dermos atenção aos jornais e deixarmos as revistas no balcão, sem olhar sequer para a capa, isto passa...se por acaso sintonizarmos apenas a Antena 2 ou a 3!
Resumindo: o problema está nos próprio media e na sua lógica imparável.
Darafur não existe, como problema, a não ser para quem lá está...
excelente raciocínio josé. Não é só novela que se gosta de ver. Só existem problemas sem ser os nossos quando os vemos e por os vermos.
os media apenas ampliam as nossas velhas novelas caseiras ou de bairro... e nesse sentido ainda bem.
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