Um dragão, por índole natural e costume empedernido, não está preparado para reagir a elogios, sequer a palavras simpáticas. Habituado ao choro das princesas prisioneiras e aos impropérios dos paladinos resgatadores, fica encavacado ao deparar-se com algo que exceda esse mundo tenebroso e belicista, tecido a lamúrias ou interpelações injuriosas. O Destino designou-lhe essas funções, e não se discute com o Destino. O Livre-Arbítrio, grande balela, é só um “Óleo de fígado de bacalhau” para a mente de costureirinhas, masculinas e femininas.
Por conseguinte, caro Dodo, com essa é que você me lixou. Se me mandasse à merda eu ainda saberia o que lhe responder. Se me dissesse “sua grandessíssima besta!”, era fácil, bastava accionar o atendedor automático. Assim, fico à rasca. De narinas fumegantes à banda. Que lhe hei-de eu responder? Olhe, igualmente. A sério.
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