sábado, abril 27, 2024

Antifaxistas de hospício




 

 «O Estado é o mais frio dos monstros frios. É frio mesmo quando mente; e eis a mentira que escapa da sua boca: "Eu, o Estado, sou o Povo".

Mentira! Esses que formaram os povos e acima das suas cabeças abriram uma fé e um amor, eram criadores; fazendo-o, serviram a vida.
Mas vieram destruidores estendendo armadilhas à multidão, e a isso chamaram Estado; por cima das suas cabeças suspenderam eles um gládio e cem apetites. (...)
A confusão de todas as línguas do bem e do mal, eis o sinal que vos dou; essa é a marca do Estado. Em verdade, é um sintoma da vontade de morrer. Em verdade, é um convite aos pregadores da morte.
Nascem demasiados homens. O estado foi inventado para aqueles que são supérfluos.
Vede como ele os atrai, a esses supérfluos! Como ele os devora e os mastiga e os rumina!
O Estado é o lugar onde todos, bons e maus, estão intoxicados; onde todos, bons e maus, se perdem; onde o lento suicídio de todos se chama "a vida".
Vede esses supérfluos! Apoderaram-se das obras dos inventores e dos tesouros dos sábios; a tal rapina chamam eles "cultura", e neles tudo se muda em doença e desconforto.
Vede esses supérfluos! Sempre doentes, sempre vomitando bílis; a isso chamam eles jornais. Devoram-se entre si e não conseguem digerir-se.
Vede esses supérfluos! Adquirem riquezas e apenas conseguem ficar mais pobres. Querem o poder e, primeiro que tudo, a alavanca do poder, muito dinheiro - esses impotentes!
Vede como sobem esses ágeis macacos. Amarinham uns pelos outros e mutuamente se fazem tombar no lodo e no abismo.
Todos querem ascender ao trono; essa é a sua loucura; como se a felicidade estivesse sobre o trono. É muitas vezes a lama que está sobre o trono, e é muitas vezes o trono que está erigido na lama.
Digo-vos que são todos loucos, outros tantos macacos trepadores e febris. O seu ídolo cheira mal, esse monstro frio; e também eles cheiram mal, esses idólatras.
Quereis sufocar na exaltação das suas fauces e dos seus apetites, ó meus irmãos? Quebrai antes os vidros e saltai fora! Fugi a esse mofo odioso! evitai tombar na idolatria desses supérfluos!»
    - Nietzsche, "Assim Falava Zaratustra"


O forte motivo porque detesto o fascismo é o mesmo porque abomino estes "antifascistas do cuspo" de creche ideológica, mais o seu pau toino e saca plástica, na nova caça aos gambozinos faxos. O que os irmana é idêntica e cega idolatria ao Estado. E apesar dos intuitos diferentes e, de certo modo, até conflituantes, brotam todos de baixo de equivalentes pedras (ou pedradas, melhor dizendo), a fermentar peçonha, a destilar banha da cobra e a impingir novas mixórdias bentas com que aspergir o pagode. 

Os fascistas, todavia, já se foram pelo ralo da História, na liquidação geral europeia de 45. Mas os "antifascistas de hospício", esses, perpetuam-se pelo método solene de emprenhamento auricular. Ou à maneira das infecções respiratórias, por emissão e permuta de gafanhotos hiper-fecundos. Uma verdadeira praga moderna, neo-bíblica. Flagelo, não direi divino, apenas porque segregado pelo demo. O certo é que criam o sinistro e acodem com a mangueira. Ou melhor, inventam a angústia, e subministram a droga. Vivem dessa mistificação clínica. Os outros eram fascistas por receita médica; estes são-no por toxicodependência. Em injecção, comprimido ou, imagine-se, supositório, já não conseguem vegetar sem a dose diária (e sempre escassa) de fascismo alucinogénio, coca-fascismo, enfim, droguinha para janado convicto. Não há apenas salas de chuto de norte a sul: organizam-se até festivais, concertos e romarias.

No calendário, existem feriados civis e religiosos. A diarreia de (ante)ontem corre o sério risco de transformar o 25 de Abril numa espécie de dia sacrossanto numa realidade mágica e paralela do puxa-fábula. Sob pena de anátema e excomunhão para todo aquele que não rasteje em devota peregrinação às relíquias e coprólitos  no altar. Duas figurinhas deste novo presépio laico, em forma de circo itinerante, é justo salientá-lo, cintilam por sobre todas as demais: a Soror Mariana; e o Frei Ruca Tavariche, que ainda (ante)ontem, perorava, qual microlenine dos evangélicos'r'us, contra os hereges que "profanam o 25 de Abril".

Perante um tal quadro de imbecilidade infestante, e danosa, só me ocorre aquela frase poética do Pessoa: "varrer à metralha as ruas". Não resolvia, é certo. Mas sempre aliviava.

PS: estou a pensar, seriamente, em fundar um novo partido político. Se não os podes vencer, junta-te a eles. Até já tenho a sigla: PQP!


PS2: também me ocorreu uma ideia de negócio catita: para fazer concorrência, ou em tandem, com as roulotes das bifanas, criar uma rede de roulotes de chuto antifaxista, como antigamente aquelas barracas de feira com tiro às fitas de brindes. Neste caso, em vez de brinquedos, bebidas ou artigos domésticos, livrinhos da Irene Flunser Pimentel, coroas de cravos vermelhos para urna eleitoral, G3 de plástico autografadas pelo Asco Lourenço, Salazares de rapar terrina e, claro, seringas auto-esterilizantes. Sobretudo de qualquer espécie de espírito, escrúpulo ou inteligência.  


12 comentários:

passante disse...

> chuto antifaxista,

Os iluminados que andam há cinco séculos a querer ser a Igreja no lugar da Igreja - o Goscinny no Iznogoud acertou bem o fenómeno - precisam de uma componente "São Jorge a matar o demónio" (costuma ser um dragão, espero que não seja ninguém da família ;-)

dragão disse...

É a ovelha ranhosa da família. :O/

Alma Portuguesa disse...

Artigo do Tenente Coronel Comando Pedro Tinoco de Faria:

VIVA O 25 DE ABRIL

Não sou contra o 25 de Abril, sou contra a mentira deste Pseudo-militar Vasco Lourenço e de todos os imberbes capitães de abril que o fizeram:

Este foi o motivo da revolução *25 de Abril*
Revolução?
Deixem-me rir…

Tivesse o Gen Sá Viana Rebelo deixado cair o Diploma que permitia aos Oficiais milicianos acederem ao Quadro Permanente de Oficiais (reivindicação abaixo - nº 1) e tivesse o Prof Marcelo Caetano acedido às 3 TRÊS reivindicações
e NÃO TERIA HAVIDO 25 DE ABRIL:
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Recordemos as Causas do 25 de Abril de 1974:
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(1).- Os Oficiais das FA Não queriam que os Oficiais Milicianos pudessem passar ao Quadro Permanente sem frequentarem a Academia Militar durante o mesmo nº de anos que os Oficiais do Quadro Permanente;
.
(2).- Os Oficiais das FA Queriam mais e melhor Armamento e Condições Logísticas para fazer face aos Movimentos Terroristas que actuavam no Ultramar Português;

(3).- Os Oficiais das FA queriam mais e melhor Remuneração quando estivessem em Zona Operacional (Ultramar) sobretudo em ZO a 100%.

Ficou claro? Foram estas e nenhumas outras as que deram origem ao golpe de estado…

Estas razões corporativas aproveitadas pelo PCP e pelo PS, deram origem a :

600 Mil Portugueses abandonaram as Colonias, sem apelo nem agravo.

Soldados e militares Portugueses nativos abandonados na Guine, Angola e Moçambique pelo MFA e fuzilados.

Acabou a Guerra colonial e começaram guerras civis e tribais que deram origem em Angola e Moçambique a 3 milhões de mortos e 11 milhões de deslocados de Guerra.

4 Estados Oligarquicos e elitistas que não são democracias, onde grassa a corrupção, o favoritismo, as assimetrias sociais e de oportunidades, a impunidade contra o crime de estado e contra o crime publico, a falta de educação e o adormecimento do povo com televisões pagas por lobies e que atraves do futebol, das novelas e do big brother vão mantendo o rebanho na ordem.

Moçambique esta entre os 10 paises mais pobres do Mundo, 70% da população abaixo do limiar da pobreza , junto a uma classe dirigente com processo de divida oculta na ordem dos dois biliões de dolares que desapareceram.

Angola com 60% da População abaixo do limiar da pobreza, e com uma classe elitista faustosa e gorda.

Guiné o paraiso do Narcotrafico e com 70% da população abaixo do limiar da pobreza.

É ISTO QUE DEVEMOS HOJE COMEMORAR, E NÃO ESTA MENTIRA ABRILESCA.

O 25 de abril, teve de bom acabar com a guerra colonial, começaram guerras ainda mais monstruosas.

Liberdade de imprensa? Onde? em que país?

Democracia onde? O Presidente da Republica tem orçamento superior à monarquia espanhola e 150 vassalos que o servem.

Vivemos na oligarquia mais vergonhosa da Europa, Portugal o feudo da maçonaria e dos Bilderbergs.

Viva a Revolução, viva Abril

Anónimo disse...

Exacta e factualmente verdadeiro.
Apenas a ressalva acerca dos mais de 600 mil. Foram, são, refugiados, expoliados, desprezados e até massacrados.”Retornados” é toda uma semântica e narrativa canhota para escamotear o acontecimento.
Obrigado!
Anónimo da poesia

dragão disse...

https://dragoscopio.blogspot.com/2015/03/a-acromiomancia-revisitada-v-vertigem.html

Vivendi disse...

50 anos depois,… Qual a verdadeira origem do 25 de Abril de 1974

Teve origem política, económica ou interesses militares?
As causas:

A) Os nossos verdadeiros inimigos foram, única e simplesmente, os interesses expansionistas económico financeiros da URSS e dos EUA, por ambicionarem a posse neocolonial dos nossos ex-territórios ultramarinos com as suas imensas riquezas, no contexto da guerra fria e do mundo bipolar, que ambos aqueles países representavam e partilhavam.

Foram os EUA e a URSS quem lutou, indiretamente, pela independência e subsequente neocolonização dos nossos territórios ultramarinos, usando para o efeito alguns africanos portugueses locais, que doutrinaram e treinaram como dirigentes e outros, muito poucos, como guerrilheiros de movimentos ditos libertários mas, sobretudo e massivamente, usaram mercenários dos países vizinhos, como combatentes.
.
Para atingirem os seus objetivos foi criada uma estratégia, delineada e concertada entre os USA e a URSS, para apoiar a oposição política ao Estado Novo, sendo esta fortemente apoiada e financiada pela URSS e USA, soube manipular as ideias de uns tantos militares mais “crentes e utopistas”, e convencê-los a alterarem o regímen político vigente para descolonizarem as nossas ex províncias ultramarinas, com independências imediatas, para surgirem eles como neocolonizadores e exploradores dos seus recursos naturais.

B) A preparação do GOLPE
Porquê Portugal e as suas províncias ultramarinas?
Para a compreensão desta questão, transcrevo uma passagem muito interessante de Washington Observer de 15/01/75: - “A verdadeira razão da rápida mudança da situação na África Austral reside no plano Rockfeller, Rotschild e Oppenheimer, que prevê a criação de um super governo económico na parte sul de continente africano.
Este plano implica a integração em um todo económico de Angola, Zaire, Zâmbia, Zimbawe, Sudoeste Africano, Moçambique e República da África do Sul.
Este plano vai permitir que a Gulf Oil Corporation (propriedade dos Rockfeller) explore em exclusivo o petróleo de Cabinda, com igual proveito da URSS, de Cuba e de Angola.
Foi esta associação, aparentemente sui generis, que, em 1973, tomou a decisão de mudar o curso dos acontecimentos em Portugal e nas suas colónias para um melhor equilíbrio mundial”.
Em princípios de 1973, realizou-se em Paris uma conferência convocada pelo PCP, com a presença de gente da esquerda portuguesa e se comprometeram a levar a cabo uma sublevação em Portugal, o mais tardar até 1975.

Vivendi disse...

Estavam presentes PCP, a Ação Socialista Portuguesa e cerca de uma dezena de militares, católicos progressistas e representantes da Maçonaria. Esteve igualmente presente uma delegação de PCUS, com instruções e poderes para assumir compromissos financeiras.

“Nesta conferência ficou acordado o reforço das infiltrações marxistas nas forças armadas portuguesas e elaborado um plano para a intensificação do terrorismo nas províncias ultramarinas.
O sucesso da revolução implicaria a instalação na metrópole de um regime democrático a caminho do socialismo e poria termo à guerra colonial.” (Faits et Idées, de Agosto de 1976).

“A independência da Guiné, de Angola e de Moçambique seria concedida aos movimentos terroristas de obediência comunista, sem condições políticas ou económicas nem indemnizações.

Os colonos deveriam ser repatriados a expensas de Portugal.” (“Liquidação do Ultramar”, in Jornal Português de Economia e Finanças, 1980).
O n.º 2 de Agosto de 1976 de News Letter de Boston, numa reportagem de John C. Wahnon, refere a celebração em Paris de um acordo entre “... os secretários gerais do PCP e de PS, juntamente com membros de outros partidos, para estudar a possibilidade de canalizarem o descontentamento então evidente em certos sectores das forças armadas portuguesas, no sentido de estruturar um movimento capaz de derrubar o governo.
O PS tomou o comando da subversão enquanto o PCP financiou a operação.
Moscovo, a fonte desses fundos, só impôs uma condição: a independência imediata de todas as colónias portuguesas e a transferência imediata das respectivas soberanias, sem eleições para os movimentos pró russos.”
O acordo final respeitante ás condições impostas pela União Soviética foi amainado por cinco comunistas e quatro socialistas e constava de duas cláusulas:

1.ª - Entrega de dinheiro. A URSS contribuiria inicialmente com 2 milhões de dólares para financiar a organização do golpe de Estado que derrubaria o governo português.
2.ª - Compromisso. O PCP e o PS comprometiam-se a dar a independência, imediata às colónias, representadas na reunião respectivamente pelo PAIGC, MPLA e Frelimo.”
Em Setembro desse mesmo ano, o PCP e o PS subscreveram um comunicado em que afirmavam ser objectivo das forças democráticas portuguesas pôr termo à guerra colonial, propondo imediatamente negociações com vista à independência dos povos de Angola, Guiné e Moçambique.

Entretanto em Julho tinha-se formado o Movimento dos Capitães que logo nesse Outono abandonou as suas reivindicações iniciais para lhe dar um cariz nitidamente político.
Este segundo programa foi redigido por Melo Antunes, revisto e aprovado por uma comissão composta por Vasco Gonçalves, Franco Charais, Costa Brás e Vítor Alves.
Em 15 de Abril de 1974, D. António Ferreira Gomes encontrou-se em Roma com o cardeal Villot e regressa a Lisboa com a garantia de que a solução spinolista é bem vista pelo Papa Paulo VI.
Nesse mesmo dia, em Madrid, Spínola recebe de Arias Navarro, chefe do governo espanhol, a promessa de neutralidade.
No que respeita à NATO, Thorsten Anderssen, director da Lisnave, é o intermediário nas negociações com Joseph Luns.
Nos dias 19, 20 e 21, reuniram se no hotel Mont d`Arbois numerosos membros da Trilateral e do Club de Bilderberg para refletir sobre a revolução que se preparava para Portugal.

Vivendi disse...

O hotel pertence ao barão de Rotschild e situa se em Megève, França.
Num anexo de mesmo hotel reuniram se na mesma altura e com a mesma agenda representantes da RFA, EUA, NATO, Itália e revoltosos portugueses. Reunião idêntica decorreu no castelo de Gyminich, perto de Bona, e reuniu os ministros dos Negócios Estrangeiros da CEE.
No dia 22, quinze “turistas” portugueses chegaram a Badajoz e foram conduzidos em viaturas oficiais espanholas ao aeroporto internacional de Barajas, Madrid.
Cada um deles era portador de uma carta lacrada de Spínola, e nos aeroportos de Paris, Bruxelas, Roma, Haia, Berna, Londres, Cidade do Cabo, Luanda, Lourenço Marques, Bissau, Brasília, Dacar e Nova Iorque, são recebidos por “representantes de diversas sociedades internacionais”.
As cartas destinam-se aos Ministros dos Negócios Estrangeiros ou no caso dos territórios ultramarinos aos representantes do governo de Lisboa, mas com ordem de apenas seres entregues no dia 25 de Abril.
No dia 23, Spínola tem à sua disposição um sistema permanente de comunicação com todos os seus mensageiros, por intermédio de uma embaixada europeia e com o apoio de um iate especial, de seu nome Apolo, fundeado no Tejo.
Nesse mesmo dia, unidades da NATO entram em Lisboa, a pretexto de manobras integradas nas operações “Dawn Patrol 74”.
Quanto à situação político militar nas províncias ultramarinas pós 25 de Abril, Kissinger e Gromyko assinam um acordo secreto estabelecendo a neutralidade dos Estados Unidos face à presença cubana e de material cubano em Angola, a troco da neutralidade soviética em Portugal. Sobre a situação militar nas províncias ultramarinas antes da Revolução dos Cravos, o general Silvino Silvério Marques, coautor do livro “África Vitória Traída”, afirma: - “Em Angola, a guerra estava a caminho de ser, prática e definitivamente, ganha em termos económicos ,sócio políticos e militarmente.
A subversão tinha igualmente os dias contados em Moçambique. Na Guiné, a situação modificar se ia. Isso seria o sucesso da política ultramarina portuguesa.”
Também Humberto Nuno de Oliveira e Brandão Ferreira, autores do livro “Guerra d`África 1961-1974: - Estava a guerra perdida?”
O golpe do 25 de Abril não foi uma revolta de povo contra a ditadura nem contra uma guerra colonial perdida.
Foi sim mais uma vitória da fria estratégia dos mundialistas, que teve o seu epílogo numa madrugada de Abril mas que começara muito antes, com a primavera da marcelice e o consequente assalto de oportunistas e carreiristas.” ao poder.
C) A consumação do Golpe
1. A guerra colonial da altura tinha falta de oficiais, nomeadamente capitães, o que obrigava os mesmos a ter várias comissões de serviço, causando mal estar.
2. Para colmatar esta situação, o então ministro da defesa nacional ( General Sá Viana Rebelo ), promulgou dois decretos – Lei, 353/73 e 409/73.
Decreto – Lei 353/73
Artigo 1.º - 1. Os oficiais do quadro especial de oficiais (Q. E. O.) podem transitar para os quadros permanentes das armas de infantaria, artilharia e cavalaria mediante a frequência, na Academia Militar, de um curso intensivo, equivalente para todos os efeitos aos cursos normais professados ao abrigo do Decreto-Lei 42151, de 12 de Fevereiro de 1959.
Decreto – Lei 409/73
Art. 3.º - 1. Os oficiais a que se refere o artigo 1.º, findo o curso, ingressam no quadro permanente da respectiva arma, mantendo ou obtendo a antiguidade de tenente referida a 1 de Dezembro do ano em que foram ou seriam promovidos a este posto como oficiais do quadro de complemento.
2. A antiguidade atribuída nos termos do número anterior não poderá, porém, exceder a do capitão que, à data dessa atribuição, for o mais antigo do quadro da respectiva arma.
3. Do ponto de vista duma lógica para o controle e gestão da guerra, parecia que a promulgação destes decretos-lei iriam colmatar o problema existente da falta de oficiais.

Vivendi disse...

Mas, o governo não estava à espera da reação negativa dos oficiais do quadro permanente, já que com a aplicação desta medida, os oficias milicianos passariam para o quadro permanente até à categoria de capitão, com as mesmas regalias.
Por outro lado os oficiais já vinham reivindicando há algum tempo, melhoria de condições logísticas e de remuneração, quando estivessem na zona operacional do Ultramar, nomeadamente os infiltrados pelo PCP .
FORAM ESTAS AS DUAS PRINCIPAIS RAZÕES QUE ORIGINARAM A REVOLTA DOS CAPITÃES e não outras, senão vejamos:
1. Após a publicação dos referidos decretos, os Capitães da Guiné encabeçados pelo General Spínola, manifestaram e dirigiram várias contestações ao Governo central.
2. Estas mesmas contestações foram extensivas aos oficiais do quadro permanente de Angola, Moçambique e ainda aos quartéis do continente.
3. Já em Setembro de 1973, em Monte Sobral ( Évora ) reuniram-se ilegalmente 136 capitães, seguindo-se depois outras reuniões que culminaram com a reunião de Óbidos a 5 de Dezembro de 1973, onde já estiveram oficiais do exército , marinha e força aérea.
Foi nessa reunião que se aprovou a alternativa de derrubar o regime e se escolheram para a liderança deste movimento os Generais Francisco Costa Gomes e António Spínola.
4. É a partir desta reunião que o movimento começa a ter cariz político, assim em Janeiro de 1974, o general Spínola tomou posse como nº 2 da alta hierarquia militar e publicou em Fevereiro o livro “ Portugal e o Futuro “, com o beneplácito de Costa Gomes.
Dias depois foram os dois demitidos das suas funções.
5. No exército surge o major Melo Antunes, como encarregado de exercer o domínio político do movimento e fazer a ponte com a marinha.
Foi considerado o teórico do MFA tendo participado num programa antirregime, baseando-se nas teses da oposição comunista e socialista que já se tinham reunido em Aveiro, meses antes.
Este programa foi aprovado em Março de 1974, com algumas emendas de Costa Gomes e Spínola, sendo este que propôs o nome “ MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS “
NOTA: Este Ministro da Defesa Nacional ( General Sá Viana Rebelo )apoiou o Congresso dos Combatentes de Ultramar em 1973 em íntima ligação com Arnaldo Schultz, então Presidente da dita liga.
Foi este mesmo homem que depois do 25 de Abril de 1974 foi nomeado pelo Conselho da Revolução PROMOTOR DA JUSTIÇA, ( had-oc ), no processo em que era arguido o general Arnaldo Schultz . Só foi desligado do serviço militar em 1980.
16 DE MARÇO DE 1974
1. A principal força política da oposição e que queria controlar o Movimento das Forças Armadas era o Partido Comunista.
2. Spínola não era comunista, nem seus apoiantes, daí que os Comunistas tivessem necessidade de neutralizar estas forças; Como o fizeram?
3. A 16 de Março sai uma coluna do RI5 das Caldas da Rainha comandada pelo “ Spinolista “ Capitão ARMANDO MARQUES RAMOS, sendo suposto que a essa mesma coluna se iria juntar uma outra de Mafra.
No entanto, a de Mafra não compareceu, nem houve qualquer outro tipo de apoio e os “ Spinolistas “ foram enviados para a Trafaria.
Esta “ manobra de diversão “, foi montada pelos Comunistas com o intuito de afastar os “ Spinolistas “ e colocar os oficiais conotados com o partido no controle do movimento que viria a acontecer no 25 de Abril de 1974.
Obviamente que o Partido Comunista era um “ executante “ das orientações da União Soviética.

Vivendi disse...

25 DE ABRIL DE 1974
Estava criada a insatisfação geral, fomentada pela URSS e pelos USA tendo como cúmplices, o PCP, de Alvaro Cunhal e o PS de Mário Soares, que estiveram reunidos em setembro de 73 num Bistrô em Paris a prepararem toda a operação. Reunião onde também se encontrou Joseph Luns, secretário geral da NATO e outras figuras da grande finança internacional. Pensada toda a estratégia, pela CIA e KGB, coube a Costa Gomes e a Spínola prepararem todo o país para a aceitação pacífica do golpe de Estado, e fizeram-no com a publicação do livro Portugal e o Futuro. Combinado o dia, todas as unidades militares foram superiormente ordenadas a não intervirem, inclusivamente, com o argumento de que se encontrava fundeada no Tejo uma esquadra da NATO para garantir o êxito da operação. Assim sendo, foi o próprio Costa Gomes que informou Marcelo Caetano de que, para sua segurança, era preferível transitar para o Quartel do Carmo. Com tudo devidamente combinado e previsto, o que ocorreu foi, não mais do que uma fantochada, para os ignorantes e os ingénuos acreditarem que tinha sido uma revolução popular e espontânea por parte da população. E a fantochada continua, todos os anos...
1. Estavam então reunidas condições que a URSS / PARTIDO COMUNISTA E USA /PARTIDO SOCIALISTA pretendiam para o Movimento das Forças Armadas avançar com o Golpe de Estado, o que veio a acontecer em 25 de Abril de 1974.
Logo após o 25 de Abril, o poder político ficou completamente controlado por agentes soviéticos, nomeadamente especialistas do KGB ( Coronel Mankeiev )que aplicaram as suas políticas em colaboração com os Portugueses afetos aos mesmos.
Salientamos as seguintes datas e assuntos que em breve irei abordar noutro documentário, talvez por altura do 25 de Novembro.
11 de Março de 1975 ( movimento que serviu para neutralizar as forças que eram contra o controle da URSS e dos comunistas )
Verão Quente de 1975 ( nacionalização da banca e grandes empresas );
Pseudo reforma agrária
Constantes greves e manifestações
A desastrosa descolonização
25 DE Novembro DE 1975
Todo este processo foi interrompido com o 25 de Novembro de 1975, data que em nossa opinião deveria ser a verdadeira comemoração da LIBERDADE, com o principal protagonista o General Ramalho Eanes.
Concluindo:
A descolonização provocou:
Guerra Civil com milhões de mortes;
Entrega do poder aos partidos afectos à URSS;
Moçambique e Guiné tem ainda hoje 70% da população abaixo do nível de pobreza e Angola 60%;
A Guiné é o paraíso do narcotráfico;
Em Portugal:
Onde está a liberdade de Imprensa?
Onde está a separação de poderes ( Judicial/ Executivo e Legislativo)?

25 de Abril de 1974- 50 anos depois, qual a verdadeira origem...
Onde está o direito à habitação?
Onde está o direito à saúde e educação?
Onde está o direito a reformas decentes, com bases de cálculo iguais para todos os Portugueses?
A corrupção está por todo o lado com o beneplácito da Justiça.
O Poder político, económico e Judicial está manietado pela Maçonaria, Bilderberg e Opus dei.
VIVEMOS NUMA PARTIDOCRACIA AO INVÊS DA APREGOADA DEMOCRACIA QUE NOS TENTAM IMPINGIR.

Anónimo disse...

“Foram os EUA e a URSS quem lutou, indiretamente, pela independência e subsequente neocolonização dos nossos territórios ultramarinos“ - URSS indirectamente?!

“Para atingirem os seus objetivos foi criada uma estratégia, delineada e concertada entre os USA e a URSS”- delineada e concertada?!
Por favor …!

Vivendi disse...

indirectamente » não oficial

delineada e concertada » apesar de serem inimigas ambas as potências foram contra Portugal e cada um com o seu campo de acção.
Até cubanos e chineses se meteram na guerra do Ultramar.

Imagina quantas nações estão envolvidas actualmente na guerra da Ucrânia?

Por obséquio!