segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Coca-Cola Killing (como dizia o outro)

 


Navalny descambou em asset americórnio. Acabou (se é que acabou) como todos os assets que perderam a utilidade enquanto vivos. Passam-nos então à fase de mártires da propaganda. Tal qual o general Coca-Cola, o Delgado destemido. Nisso, aquela ratazana dos negócios estranhos, o Titterington irremovível, acertou no palpite. Fica-se por um esboço tosco e rasca de elogio a Putin assestando-lhe um paralelismo com Salazar, mas, se o fulano faleceu, decerto que foi segundo a mesma lógica e metodologia do outro: e nem Putin nem Salazar tinham interesse nem necessidade disso. É preciso simplesmente atentar em quem lucra com o passamento.

Para já, a notícia serve para desviar as atenções do desastre de Avdivka. E dos que se seguem, em bom dominó. E de Gaza, sobretudo. Voltou-se agora de supetão ao genocídio ao ralenti na Ucrânia para encobrir o fast-genocídio em modo expresso na Palestina.

Mas a histeria dos nossos anilinguístas oxidentais, no desempenho convulsivo da tarefa, chega a raiar algures entre a anedota e o sepulcro caiado a várias mãos... perdão, cascos. 

O  Coiote Xavier perorava algures, no dia de ontem:

«No Ocidente "não estamos habituados" a atos como o de Navalny!...»

Pois não, ó coisinho. Vocês, aí, no Oxidente, é mais bolos e Julian Assange.


PS: Este, entretanto, foi mesmo por ordem do Putin:

«Piloto russo desertor encontrado morto em Espanha» (e até admira as carpideiras de plantão não estarem já aos gritos, a arrepelarem cabelos e a debulharem-se the crocodile way).

 

10 comentários:

Anónimo disse...

A morte de Gonzalo Lira numa prisão ucraniana não mereceu uma linha aos orangocumentadeiros.

muja disse...

Cá para mim, era atleta... Caiu morto em campo. Diz que agora há muito disso...

Laoconte disse...

"Palau’s president raises threat of pivot to Beijing if US funds are delayed further" in South China Morning Post.

Se a EU tivesse a coluna vertebral de Palau, talvez poderia ter evitado a tragédia de Ucrânia em 2014.

Figueiredo disse...

Humberto Delgado um apaixonado por Salazar e fervoroso apoiante do Estado Novo, que decidiu trair a Pátria e os Portugueses tornando-se vassalo dos Anglo-Sionistas, correu-lhe mal, os mesmos que lhe deram protagonismo e dele se serviram limparam-lhe o sebo.

Já era tempo de contar a verdade aos Portugueses sobre a responsabilidade do dr. Mário Soares, dr. Emídio Guerreiro, dr. António Lopes Cardoso, e dr. Álvaro Cunhal, no assassinato de Humberto Delgado.

«...Navalny...»

A comunicação social Portuguesa apelida o sr. Navalny de líder da oposição na Rússia, no entanto o pobre coitado nem conseguia atingir o número de votos necessários para entrar na Duma ou ter qualquer tipo de influência, tal é o desprezo que os cidadãos Russos sentem por ele.

O sr. Navalny para além da sua insignificância política e existencial, era também líder da Fundação Anticorrupção que actua na Rússia, tendo sido investigada por lavagem de dinheiro:

– Opositor russo Aleksei Navalny retorna a Moscou e é detido no aeroporto

https://www.brasil247.com/mundo/opositor-russo-aleksei-navalny-retorna-a-moscou-e-e-detido-no-aeroporto

A morte do sr. Navalny no entanto deixa muitas dúvidas, como é que um indivíduo que foi envenenado através das suas cuecas (imaginem se fossem ceroulas) e sobreviveu:

https://www.theguardian.com/world/2020/dec/21/navalny-russian-agent-novichok-death-plot

Morre assim de um momento para outro? Quem escapa às cuecas também escaparia da prisão.

«...aquela ratazana dos negócios estranhos, o Titterington irremovível...»

O que é que leva o Sr.º Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Titterington Gomes Cravinho, a apoiar o regime liberal, nazi, genocida, narco-traficante, corrupto, homossexualista, e pedófilo, Ucraniano liderado pelo dr. Zelensky? Será que se identifica?

Anónimo disse...

Não tinham interesse nem necessidade disso, não tinham. Mas que deu jeito, lá isso deu. Ou então que sentido faz afirmar que Navalny era usado pelo ocidente para enfraquecer a Rússia?

Provavelmente foi demasiado sovetskoye shampanskoy ao pequeno-almoço. Oiço dizer que a leste o consumo exagerado disso, discordar e varandas é fatal!
Anónimo da poesia

dragão disse...

«Mas que deu jeito, lá isso deu.»

A fazer fé nas celebrações e nos celebrantes, já se percebeu a quem. Foi quase instantâneo.


Por outro lado, a fazer fé nos resultados concretos e consecutivos, a política do ocidente não é enfraquecer a Rússia, mas sim fortalecê-la. Deveio mesmo verdadeira obsessão. Qualquer outra explicação só seria possível através duma metapsiquiatria global aplicada (disciplina que ainda não existe, mas que o mundo, cada vez mais, reclama em desespero). :O)

Vivendi disse...

O Ocidente precisa de uma grande "desculpa" para justificar o colapso onde se meteu.

From Russia with Love!

Anónimo disse...

Tendo apenas reservado os actos de fé ao divino e transcendente, digo que a política do ou no ocidente está muito longe de ter um propósito/desígnio verdadeiramente objectivo e sano.
Se psiquiatria é denso e tumultuoso, acrescentar meta tornaria a coisa fora do domínio da razão. Seria uma daquelas viagens sem regresso possível.

Mas deixe estar que destas coisas de inexplicáveis só mesmo um folclore trágico ou farsante, para entender união ou cooperação entre dois opostos. Veja-se o exemplo do islamismo cá em terras cristãs; quem mais o abraça é a extrema-esquerda, precisamente quem mais odeia a religião!
Anónimo da poesia

dragão disse...

«quem mais o abraça é a extrema-esquerda, precisamente quem mais odeia a religião!»

Bem visto. Mas o ódio deles, sendo à religião, é sobretudo o catolicismo. Dado que são uma estreita manifestação de "protestantismo perpétuo".

Anónimo disse...

Bem certo, mas o meu reparo vai num sentido mais prosaico e crítico.“Independentemente do que pretendam, os inimigos dos meus inimigos meus amigos são”.
Eles não se suportam e, acho eu, sabem-no perfeitamente . No dia em que um deles conseguir o intento (derrubar a ordem existente) imediatamente o outro será obliterado.
Portanto, é doente/insano esse comportamento de acarinhar/alimentar hoje o meu carrasco de amanhã.
Anónimo da poesia