quarta-feira, setembro 28, 2022

Pseudo-soberanias e cripto-soberania




Essa aventesma acima é não sei quê duma qualquer mixórdia geopolítica, semicomatosa e em avançado estado de putrefacção que para aí estertora. Porque, convenhamos, a questão já nem se coloca entre facções ou contrafacções: é mesmo putrefacções em cadeia e correria lehmming. Fora isso, a tromba nojenta (ou não fosse ele, para cúmulo, espanhol), do escroque constitui, desde logo, um cartão de visita assaz emblemático. Para mais, o fulano apregoa-se como diplomata quando, ininterrupta e obsessivamente, outra índole não exibe que a do grunho arruaceiro, urrando vermelhusco e prometendo mocada à vizinhança!

O seu último arranque de gosma aracnídea, a propósito dos referendos com que a Rússia vai recuperar territórios historicamente seus, de séculos:

 «This is another violation of Ukraine’s sovereignty + territorial integrity, amidst systematic abuses of human rights.»

Tentemos decifrar e entender:

Um anormal burrocrata representante de patavina, empontado sabe-se lá por quem para um cargo fictício numa união de disfuncionais erécteis sem soberania nenhuma, vem apontar a intervenção de legítima defesa duma potência num Estado de Conveniência sem ponta de soberania alguma, como uma violação de algo que não existe. Porque se a União Europeia não tem soberania, e a Ucrânia soberania não tem, então que raio de soberania está a ser violada?  Ora, a soberania que exerce de facto a sua garra quer na União Europeia, quer na Ucrânia. Tenho mesmo que dizer o nome?

Assim, dado que as soberanias nacionais foram canceladas, só existe uma soberania legítima e autorizada: a soberania internacional, ou melhor dizendo, supranacional. Que é a soberania da "Comunidade Internacional". Entenda-se, detrás do biombo, a soberania planetária dos Estados Unidos. Se bem que isto, dos Estados Unidos, é apenas uma forma imperfeita (e, em boa verdade, pouco rigorosa) de identificar o objecto. É que ninguém sabe muito bem quem é o soberano daquilo. Apenas se sabe que é o mesmo que se arvora e auto-investe como o soberano de tudo isto. 

E o que torna brutalmente perigoso o actual estado de coisas, não é o caso de que esteja a fazer perigar a própria existência dos Estados Unidos, enquanto potência hegemónica; mas sim o estar a colocar em cheque, muito sério, o regime torcionário do cripto-soberano. Que não é eleito, não é escrutinado, não é responsável, não é removível, nem, tão pouco, identificável. Aliás, não é decerto por acaso que o mentor dum tal minotauro seja um falsário lapuz e rafeiro de Platão: um tal Leo Strauss.  Um prodígio, no meio da trampolinice, todavia, consumou: sentou no penico do Poder, a imitar trono, o próprio Inefável.  Isso, de ciência certa, é tudo o que sabemos.

2 comentários:

Vivendi disse...

Esse cromo catalão é originário da Catalunha que fez recentemente um referendo onde acabou tudo em porrada grossa (e bem)...

Ironias da vida.

Figueiredo disse...

«...Apelo a todos os representantes da comunidade LGBT para que deixem a Rússia. Largue tudo, vá embora e não volte para a Rússia. Deixe o pesadelo moral e os horrores da intolerância permanecerem no passado...» - Josep Borrell

A união europeia (ue) é uma fossa onde desagua o esgoto liberal/maçónico.