segunda-feira, junho 20, 2022

O Mamute na sala

 Mais um peso-pesado - ex-CIA, com uma larga e importante carreira no sector -, que vem descrever o óbvio ululante, na sua dupla dimensão:

a) A Rússia vai triturar o Zombistão;

b) E - aqui, sim, deveras preocupante, tão preocupante e ruidoso que até me acordou -, uma campanha de propaganda e desinformação compulsiva, como não há registo nos anais da História...

«One of the most disturbing features of this US-Russian struggle in Ukraine has been the utter corruption of independent media. Indeed Washington has won the information and propaganda war hands down, orchestrating all Western media to sing from the same hymnbook in characterizing the Ukraine war.  The West has never before witnessed such a blanket imposition by one country’s ideologically-driven geopolitical perspective at home. Nor, of course, is the Russian press to be trusted either. In the midst of  a virulent anti-Russian propaganda barrage whose likes I have never seen during my Cold Warrior days, serious analysts must dig deep these days to gain some objective understanding of what is actually taking place in Ukraine.

Would that this  American media dominance that denies nearly all alternative voices were merely a blip occasioned by Ukraine events. But European elites are perhaps slowly coming to the realization that they have been stampeded into this position of total “unanimity”; cracks are already beginning to appear in the façade of “EU and NATO unity.” But the more dangerous implication is that as we head into future global crises, a genuine independent free press is largely disappearing, falling into the hands of corporate-dominated media close to policy circles , and now bolstered by electronic social media, all manipulating the narrative to its own ends. As we move into a predictably greater and more dangerous crises of instability through global warming, refugee flows, natural disasters, and likely new pandemics, rigorous  state and corporate domination of the  western media becomes very dangerous indeed to the future of democracy. We no longer hear alternative voices on Ukraine today.»

O mais arrepiante é o ponto a que isto chegou: um unanimismo fogoso, desinsofrido, acéfalo, como se a tão badalada imprensa livre, à escala Ocidental, tivesse encetado, em bloco, em procissão sacra, festiva e miseravelmente, todo um processo colectivo e amalgamante de auto-lobotomia cognitiva e invertebração moral.

Mas vale bem a pena ler o artigo todo.



3 comentários:

Unknown disse...

A posição dos amaricanos nesta e noutras lembra a história do autarca de um pequeno concelho, nos tempos do antigo regime, a discursar ao povo sobre o Ultramar: "Armemo-nos e ide!"
Lá vão os europeus arrasar com a sua indústria (a que ainda não tinha sido mandada para a Ásia) para não quebrar a unanimidade anti russa.

Miguel D

muja disse...

Arrasar a indústria é como quem diz... A indústria, os serviços, e o que mais houver. Que isto já só serve para ração de combate dos gringos, para sustento do último esforço-alívio enquanto principais e de sempre maiores "anais da História".

Vivendi disse...

Um país, uma CNN.