«Há muitos séculos atrás, Aristóteles, que não teve o desgosto de conhecer o jornalismo, já definia não obstante o percursor deste, a história, como inferior à literatura (no caso, a tragédia ática). Por uma razão muito simples, evidente e indiscutível: é que a literatura obedecia a critérios determinantes de verosimilhança. Podia não ser verdade (como no caso dos episódios míticos), mas, ao menos, era verosímil (cumpria uma lógica inatacável da necessidade intrínseca do enredo). Ora, a verosimilhança tem uma qualidade sobretodas estimável: confere sentido. A tragédia (ou a epopeia, ou um bom romance) é uma "história que faz sentido". O problema do jornalixismo, que faz as vezes da própria História nos tempos que correm, é que já nem se preocupa em fazer sentido. Faz apenas pouco do pagode. E faz de conta. (E faz o frete à santissíma propaganda). A limite isto acabará por descambar em sarilhos muito grandes. Mas até lá o manicómio vai bem e recomenda-se... tirando essa minudência cabeluda de as teorias da conspiração oficiais serem apenas, e por regra, imensamente mais estúpidas e descabeladas (quer dizer, inverosímeis) que aquelas que suscitam, na tentativa sisifiana, de lhes recauchutarem algum nexo lógico causal.»
1 comentário:
Também digo isso. É a erinha do faz-de-conta.
Em Portugal, enfim, é modo de vida; mas em todo o Ó-sidento é pelo menos forma de estar.
E sendo a ficção promovida a realidade, é inevitável que comece a perseguir a realidade por ser ficcional.
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