«Algumas obras, como a de Nordau e a de Lombroso, pertencem ao charlatanismo scientifico»
- Fernando Pessoa
Charlatão científico, como a generalidade da sua raça em quase tudo - sobretudo em matérias psiquiátricas, psicológicas, judiciais, económicas, etc -, Max Nordau foi um dos sócios fundadores do Sionismo. O texto que se segue é tremendamente elucidativo da essência do projecto sionista. A implantação artificial dum Super-Ghetto, não já local e sujeito às contingências dessa localidade, mas global, inexpugnável, hermético, completamente calafetado e impregnável. É isso que Israel - a Neo-Israel de fancaria histórica - representa e almeja realizar.
Vou por parágrafos, cada um com a respectiva explicação para português suave. Se bem recordo, o texto faz parte do discurso de Nordau no Primeiro Congresso Sionista, em 1897.
Então, diz ele:
«Jewish misery has two forms, the material and the moral. In Eastern Europe, North Africa, and Western Asia -- those regions which shelter the vast majority, probably nine-tenths of our race -- the misery of the Jews is understood literally. It is the daily distress of the body, anxiety for every following day, the painful fight for the maintenance of a bare existence. In Western Europe, the struggle for existence has been made somewhat lighter for the Jews, aithough of late the tendency has become visible even there to render it difficult for them again. The question of food and shelter, the question of the security of life, tortures them less; there the misery is moral.» (...)
Tradução: A grande maioria dos judeus está fora da Europa ocidental e padece de miséria material; uma minoria reside na europa ocidental, mas embora bem na vida, padecem de miséria moral (entraram em processo de assimilação, pelo que estão a abandonar a sua judaicidade).
«All kinds of vices are falsely attributed to the Jews, because one wishes to convince himself that he has a right to detest them. But the pre-existing sentiment is the detestation of the Jews.» (...)
Tradução: Os judeus são cidadãos perante a lei, mas não são estimados pelo coração das pessoas. As pessoas que, geralmente, fazem de sua ocupação predilecta o pesquisar maneiras, pretextos e motivos para se hostilizarem, desentenderem e antipatizarem entre si deveriam abrir uma excepção maravilhosa para os Judeus. De notar que, mesmo Ihávé, que arranjou uma fórmula peculiar de excepcionalismo para eles, nunca se conteve de cobri-los de toda a espécie de castigos, flagelos e perseguições Exigir a conterrâneos de infortúnio aquilo que não se exige ao Deus todo Poderoso, é obra, e revela da boa fé do peditório. Por outro lado, se existe um antipatia recíproca ao longo de séculos, é evidente que Nordau tem razão em dizer que não vai ser um mero expediente legal que vai regular ou sanar a coisa.
«The Jew without any rights did not love the prescribed yellow Jewish badge on his coat, because it was an official invitation to the mob to commit brutalities, and justified them in anticipation. But voluntarily he did much more to make his separate nature more distinct even than the yellow badge could do.' the authorities did not shut him up in a ghetto, he builst one for himself. He would dwell with his own, and would have no other relations but those of business with Christians.» (...)
Tradução: Embora o judeu ilegal não apreciasse particularmente os símbolos portáteis da sua marginalização, porque isso acarretava uns quantos incómodos, a verdade é que ninguém mais que o judeu experimentava a volúpia de se encasular em ghettos fofinhos, onde pudesse calafetar-se em voluntária reclusão. Não são os outros que determinam o que quer que seja ao judeu. São demasiado insignificantes para tal. O seu único interesse para o judeu é enquanto fonte de rendimento. Os cristãos, sobretudo, são ótimos para sacar.
The word "Ghetto" is today associated with feelings of shame and humiliation. But the Ghetto, whatever may have been the intentions of the people who have created it, was for the Jew of the past not a prison, but a refuge. It is only historical truth if we say that only the Ghetto gave Jews the possibility to survive the terrible persecutions of the Middle Ages. In the Ghetto, the Jew had his own world; it was to him the sure refuge which had for him the spiritual and moral value of a parental home. Here were associates by whom one wished to be valued, and also could be valued; here was the public opinion to be acknowledged by which was the aim of the Jew's ambition. To be held in low esteem by that public opinion was the punishment for unworthiness. Here all specific Jewish qualities were esteemed, and through their special development that admiration was to be obtained which is the sharpest spur to the human mind. What mattered it that outside the Ghetto was despised that which within it was praised? The opinion of the outside world had no influence, because it was the opinion of ignorant enemies.» (...)
Tradução: O Ghetto é extremamente confortável e reconfortante para os judeus. Permite-lhes aconchegarem-se muito uns aos outros, usufruindo da sua putativa e colectiva superioridade sobre os povos exteriores, hostis e ignorantes, todos eles. É o verdadeiro lar onde o judeu nidifica, confraterniza, planifica, contabiliza e detesta o que está lá fora. O judeu, de resto, é o único povo que dispensa a evolução: há séculos que alcançou a perfeição e o zénite étnico.
«Such is the existing liberation of the emancipated Jew in Western Europe. He has given up his specifically Jewish character; but the peoples let him feel that he has not acquired their special characteristics. He has Lost the home of the Ghetto; but the land of his birth is denied to him as his home. His countrymen repel him when he wishes to associate with them. He has no ground under his feet and he has no community to which he belongs as a full member. With his Christian countrymen neither his character nor his intentions can reckon on justice, still less on kindly feeling. With his Jewish countrymen he has lost touch: necessarily he feels that the world hates him and he sees no place where he can find warmth when he seeks for it. This is the moral Jewish misery which is more bitter than the physical, because it befalls men who are differently situated, prouder and possess the finer feelings.» (...)
Tradução: Sem guetho e sem Sião, o judeu não é nada, a não ser desespero e amargura. Errante numa terra de ninguém, o judeu descobre que é o Calimero da civilização. A assimilação, é garantido, conduz à miséria moral. Como o ser superior que condescende em coabitar com alimárias.
"What did it matter that those values which were prized within the ghetto were despised outside it? The opinion of the outside world did not matter, because it was the opinion of ignorant enemies. One tried to please one's brothers, and their respect gave honorable meaning to one's life.»
Tradução: A opinião das bestas não interessa. Trocar o guetho pelo mundo inóspito e inferior dos goym é completamente errado e nada recomendável. A raça superior não deve misturar-se. Afinal, só vai decair da perfeição e do zénite evolutivo. Que, no caso prodigioso dos judeus, e ao contrário dos outros povos, não está à chegada, mas à partida. Importa repetir e reforçar: Irrompem na História completos e acabados, sacolejando virtude e génio, exibindo excelência sem excepção.
«They abandoned the ghetto and sought a new belonging, and acknowledgement as fellow Frenchmen/women, Germans and Austrians. Eagerly they rushed to pay the full price for their admission to gentile society, shedding their Jewishness and modeling themselves after their new compatriots. Tragically, after a short honeymoon period, the Jewish longing for acceptance was balked by an abrupt antisemitic backlash. Jews were then psychologically defenseless, for they could no longer take comfort in their ghetto refugeor from the esteem and solidarity of their fellow Jews.»
Tradução: O abandono do Ghetto equivale a uma segunda expulsão do paraíso. Se bem que eles nunca tenham sido expulsos: Ihavé estava apenas a treiná-los e a prepará-los para a maratona subsequente do... antissemitismo. Que, no caso deles, não é medida ao quilómetro, mas ao século.
6 comentários:
Não se fala nele e o Pessoa ainda acreditou e trocou correspondência
https://drive.google.com/file/d/17AgkSLLcK-G0YNKOTboSBkZwLoERR5iO/view?usp=share_link
Na época da publicação do "Degenerescência" a coisa ainda deu um certo brado. Curiosamente, os nazis vão usar o mesmo argumento para tratar das "obras de arte" modernas. O que não invalidava que Goering, um pragmático, as coleccionasse e açambarcasse, pilhando-as por toda a parte do império. Parece até que o Goebels tinha a obsessão de encher comboios com judeus, e o Goering com obras de arte. :O)
5 estrelas. inspiradíssimo.
Copiaram-no! jogo de espelhos
A MAÇONARIA DE FERNANDO PESSOA:
https://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2440202
Artigo da semana: https://www.unz.com/estriker/americas-church-the-invention-of-the-evangelical-christian-movement/
A maior parte é novidade para mim - factos bem enterrados ...
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