«O espírito propõe; o dinheiro dispõe.»
- Oswald Spengler
- Oswald Spengler
Spengler, sustentava, com imensa lucidez, que, bem mais que exigir liberdade de imprensa, as pessoas deviam passar a reclamar a liberdade contra a imprensa. Isto porque, não sendo a democracia liberal mais que uma maquilhagem da plutocracia, é invariavelmente ao poder do dinheiro que a imprensa obedece. E, hoje em dia, todos estamos mais que estafados e exaustos de saber que é assim. Por conseguinte, mesmo que os ruídos sejam todos iguais, há sempre uns mais iguais que outros. Dito por outras palavras: embora todos os ruídos sejam semelhantes quanto à ausência de princípios e à inescrupulosidade de fins, distinguem-se num pormenor determinante: na disponiblidade de meios.
O próprio Platão, se vivesse nos nossos dias, teria que repensar a sua famosa alegoria. Na caverna, agora convertida em discoteca, em vez da contra-luz e dos sombrios simulacros , os prisioneiros debater-se-iam com estrondos, algazarras, boatos, rumores , opinorreias - em suma, ruídos - que não os deixariam escutar música alguma digna desse nome. E pior que tudo, não os deixariam ter um minuto de silêncio, para poderem sequer perceber o cafarnaum em que estavam metidos. Aquele silêncio, que, por exemplo, Nietzsche referia ao escrever "não é à volta dos inventores de novos barulhos que o mundo gira: é ao redor dos inventores de novos valores; gira em silêncio.»
O mundo parou. Estagna. Jaz entre nenhures e lugar-nenhum. Nisso, aliás, Nietzsche confundiu Deus com o mundo.
5 comentários:
Não é censura. É nevoeiro. Está logo à entrada a avisar...
O mundo parou. Estagna. Jaz entre nenhures e lugar-nenhum.
Ainda ontem, enquanto lia umas coisas, me ocorreu um pensamento semelhante...
eu também, depois de beber uns copos
timshel
ehehe
O nosso malandro apareceu desencapuchado
O "Glutão das hóstias" em pessoa!... :O)))
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