«Como não têm estofo para discutir a ideia de que se o emprego é elevado os salários têm que baixar, atacam pessoalmente quem defende essa ideia.», diz ele.
Há aqui qualquer coisa que não bate certo. Precisamente, do que tenho lido, e até no exemplo em causa, todos concordam que, dada a elevação do emprego (do tal Borges), ele devia baixar o salário. Não vislumbro é onde raio o Jota Abrantes Miranda vai desencantar o ataque pessoal a quem defende essa ideia. Só se, de repente, por uma qualquer paralexia assombrosoa, os tipos sem estofo largassem numa de se auto-infligirem ataques, o que, de todo, não se afigura ser o caso, nem há sinal de qualquer comprovação empírica nos arredores .
Bem, quererá, talvez, o Miranda Abrantes significar "emprego" no sentido lato e estatístico da palavra (admitamo-lo, bondosamente). Pior um pouco. Se o emprego abunda, pulula e viceja, porque diabo haveria necessidade de baixar os salários. Mesmo numa transposição mais ou menos bacoca e infantil das leis da oferta/procura de mercadorias para as relações sociais do trabalho, a coisa não funciona. Emprego elevado traduziria, nessa economia da carochinha, maior oferta que procura (de emprego), ou maior procura que oferta (de mão-de-obra) - escolha a que lhe agradar mais. Mas deixe-me avisá-lo de antemão que ambas vão dar ao mesmo..
Ora, é irrelevante estar escrito "emprego"? Na verdade, tanto pode ser emprego como desemprego, como até batatas, grelos ou hortaliças. Enfim, o costume. Melhor, em bom rigor, o que conta não é o que se escreve, mas a intenção com que se escreve. Queria dizer desemprego, mas garatujou emprego. Maravilhado com o raciocínio, equivocou-se na redacção; deslumbrado com a ideia, despistou-se no conceito; entumescido com a erecção luminosa, tropeçou nos penduricalhos da grafia. Seja. Mas depois não se espante. Que consigo, sobremaneira, a malta experimente natural dificuldade em discutir a ideia. Mas não é por falta de estofo. Não; é mesmo falta de sentido. Na emissão.
Agora, great minds, average minds, small minds?... Never mind.
PS: O Diógenes, nos dias de hoje, não andaria de lanterna: andaria de lupa!...
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PS: O Diógenes, nos dias de hoje, não andaria de lanterna: andaria de lupa!...
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