Não sei se cada vez há mais homossexuais ou se apenas são cada vez mais ruidosos. Desconheço, na matéria em questão, se é efectivamente o número que tem aumentado, se apenas o barulho. Provavelmente, são as duas coisas: o efectivo e a algazarra. Proliferam e manifestam-se com crescente alarido. Ou então não é nada disso: apenas ganham coragem, à medida que os outros a perdem; apenas levantam a garimpa à medida que os outros a baixam.
Quanto à forma como proliferam, sendo certo que não se extinguem e, pelos vistos, até conhecem épocas em que se tornam infestantes (como a actual), o fenómeno está envolto em algum mistério. Os assumidos (ou gays veteranos, top-models) escorados na experiência, argumentam que se trata, sem sombra de dúvida, de um instinto inato ou, no mínimo, uma vocação congénita (se bem se lembram, levam no cu desde tenra idade, já no berço a paneleirice os convocava); os homofilos, à boleia duma empatia suave, larvar, sustentam que é uma opção legítima (sugerem que, atingida a maioridade, o cidadão escolha); e os homofobos, às voltas com uma grande náusea, afirmam peremptóriamente tratar-se duma doença, um desvio aberrante e perverso (recomendam que se tratem e internem urgentemente).
Não sendo questão que me tire o sono, a mim, suscita-me o seguinte parecer: estou em crer que haverá disso tudo na confraria – congénitos, caprichosos e aberrações. Mas se me perguntarem qual é o mecanismo efectivo de reprodução eu direi que é o recrutamento. Como em tudo, haverá um núcleo, e uma miríade atomizada, orbitrante, à volta do núcleo. O núcleo atrai aquelas partículas todas – polariza, despolariza, concentra, irradia, em suma: pauta as circunvoluções. Se estivessemos a falar do mundo atómico, chamaríamos ao mistério que acciona o carrocel, “energia”. Como estamos a falar do mundo “gay”, a limite, acaba por não ser mistério nenhum. Chamem-lhe “dinheiro” e estamos conversados.
É por isso que, nos dias que correm, a homossexualidade deixou de ser crime: porque compensa. E para aqueles que a Maçonaria ou a Opus Dei não convidam, constitui, de facto, uma “via alternativa”.
Era o meu pai que me dizia, sibilinamente: “Olha, meu filho, nunca te esqueças que partes sempre em desvantagem com as mulheres: elas têm uma quinta entre as pernas.” Muitos anos depois, acho que já reuni dados suficientes para vencer a perplexidade e responder: Pois, ó pai, ainda é pior do que tu pensavas: parece que não é só com as mulheres que parto em desvantagem; é também com cada vez mais homens: também têm uma quinta ao fundo das costas.
Encaro a coisa filosóficamente: é o meu handicap.
Anormais, eles? Não, meus caros: da maneira que isso aí fora vai, o anormal sou eu. Deixemo-nos de ingenuidades.
1 comentário:
Ehehehe, esta foi herética. Nem sei como escapas a um bombardeio “:O)))
Eu não faço ideia se a quinta rende ou não rende porque a verdade é que elas também proliferam e aí o negócio mais rentável ainda é a velhinho. Mas o que mais me espanta é este espírito de commitment com que o fazem. Uma verdadeira militância evangélica...
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