domingo, fevereiro 01, 2004

A ESSÊNCIA DO DRAGÃO

Alguns leitores mais curiosos interrogam-me se o eu ser "Dragão" deriva, essencialmente, da minha costela clubista ou do meu kung-fu?
Para acabar de vez com as confusões e tranquilizar os espíritos mais assanhados, aqui fica uma explicação possível.
Cito Ma Tsien, nas memórias que faz duma conversa entre Confúcio e Lao-Tse...
"Confúcio dirigiu-se à Região de Tcheou para interrogar Lao Tze sobre os ritos. Lao Tze disse-lhe: os homens de que me fala, assim como os seus ossos, desapareceram todos e transformaram-se em pó. Apenas as suas palavras subsistem. Quando os tempos são favoráveis ao sábio, ele sente-se honrado. Quando lhe são desfavoráveis, ele erra ao acaso. Ouvi dizer que um bom comerciante guarda cuidadosamente as suas riquezas, dando a crer que não tem nada. O sábio atinge a dimensão da ignorância. Liberte-se portanto do seu ar arrogante e dos seus desejos, das suas opiniões contraditórias. Não servem em nada a sua pessoa. É tudo quanto tenho para lhe dizer."
Confúcio voltou cabisbaixo e ficou embaraçado quando teve de contar aos seus discípulos sobre este encontro mas, contornou a questão de forma enigmática:
"Os pássaros sei que podem voar; os peixes, sei que podem nadar; os quadrúpedes sei que podem correr. O que corre, pode ser apanhado numa armadilha; o que nada, pode ser pescado à linha; o que voa pode ser atingido por uma flecha. Quanto ao dragão, não tive oportunidade de o conhecer. Eleva-se ao céu sobre as nuvens e o vento. Hoje vi Lao Tze, ele parece-se com o dragão."

Em contrapartida, eu não me pareço nada com ele.
Há perguntas que não se fazem...

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