Que a superioridade da mentalidade protestante sobre a cultura católica em matéria de virtude democrática seja flagrante parece-me pacífico. Agora, que se rebusque em Nossa Senhora a justificação para tão avantajada e vantajosa predisposição é coisa que nem lembraria ao diabo (embora não me ocorra pôr as mãos no fogo pelos filhos dele). É como ir garimpar no Além réus para uma qualquer pocilga deste mundo. E já que, na verdade, é dum superior desembaraço no chiqueiro mundano que se trata, nada como atentar no animal emblemático, que é como quem diz, no paradigma instigador, mais até que inspirador. Em síntese: não é a Mãe Celeste, nem o jardim tão pouco: é o porco. Tudo se resume à relação cultural com este modelo tutelar e totemístico: os católicos comem-no; os protestantes imitam-no. Ficam-se aqueles, preguiçosos, pela alarvice; labutam estes, incansáveis, pela perfeição.
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