Uma marcha solene de papagaios louros, macacos de importação e outros palhadinos coquetes, a cavalo numa petição verdadeiramente cómica, vai tomar de assalto o Palramento e convocar à restauração (no sentido de pastagem, naturalmente) a praga que lá habita. É o regime das amplas liberdades que periga, proclamam. O estado de direito democrático que periclita, lacrimejam em sobressalto. Ah, e é, em especial, a "liberdade de expressão", essa santa, que fenece sob tortura, atestam. Consigo até imaginar o cartaz com que dourarão tão intrépida embaixada peticioneira: "Fascismo, nunca mais!"
Bem, cumpre-me reconhecer, diante dum tal exército, já só uma coisa pode salvar o "animal feroz" que os amofina e, aos comandos duma das principais confrarias de malfeitores residentes, vai depredando este infortunado país: É, num golpe de asa e génio, o temível "fascista", devidamente escoltado pela inefável Esther Miklinizivschlepingeetc, vir a público exibir a sua ascendência judaica, mai-lo respectivo brevet e alvará, e, assim, devidamente blindado, descontar toda esta excitação fóbica como mais um lamentável epifenómeno de anti-semitismo atávico, recorrente e arreigado.
E é ver como toda esta chusma, num ápice miraculoso, perde logo os fornicoques revolucionários e manda às urtigas os ardores liberdadeiros.De facto, só lembraria ao diabo: ver a nossa putativa liberdade de expressão a ser gloriosamente defendida por um rancho folclórico de papagaios.
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