Diz o gourmet da Porcalhota:
«Nos blogues, pode-se lamber o rabo a Salazar, Hassan Nasrallah e Joseph Fritzl. Há sempre um coro de adictos a louvar-se na independência. Escrever e reflectir sobre o actual governo (e, em particular, sobre Sócrates), sem ser ao pontapé, é que é motivo de anátema. E se fossem dar uma volta ao jardim da Celeste?»
Bem, talvez eu possa dar uma ajuda ao queixoso. Claramente delira e inverte.
Assim, é público e notório que não se pode lamber o rabo a Salazar porque está sepultado, nem a Hassan Nasrallah porque está longe. Já Joseph Fritzl não sei quem é e não me apetece ir ao Google neste momento (mas, pelo nome, também não parece que zanze por estas lusas latitudes). Em contrapartida, lamber o rabo e a cloaca ao actual governo (e, em particular, a Sócrates), é, seguramente, bem mais praticável, sofisticado, plausível e, a fazer fé no frenesim quotidiano deste ascarídeo militante, ultra-recompensador - quanto mais não seja, porque estão próximos, receptíveis e carentes. Além disso, a avidez, a volúpia e o desembaraço com que se desempenha do encargo, não são motivo de anátema, ou sequer de chacota, mas da natural e compreensível repugnância de quem passa. É que não apenas lambe e depenica: sorve, fuça, chafurda. Mais que a suja refeição, é o ruído sôfrego que incomoda - o arrulhar de gruim nas sete quintas. O problema principal, convinha que percebesse, não reside pois na carícia, mas no banquete. E nem é tanto a obscenidade, mas o estardalhaço. Porque acompanhar com flatos e arrotos, ainda vá que não vá, nem se distinguiria de tantos outros (singónicos e antagónicos). Agora simular orgasmos...
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