Sobre este frenesim das bichonas, escuso de me repetir, no essencial. Basta repor o que já aqui declarei há uns anos, com duas pequenas actualizações (desde então, apenas as eleições e o tsunami mudaram de vítimas)...
A juntar às eleições nos Estados Unidos, ao Tsunami nas metafinanças e ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial, outro dos grandes problemas nacionais, dos mais prementes e prioritários na agenda política, é a adopção de crianças por casais homossexuais. Começo por dizer que não entendo, não é compreensível sequer, que os homossexuais sendo tão avançados, tão liberabundos, afrontando tão visceralmente a sociedade num dos seus núcleos fulcrais (a própria família biológica –e que eu saiba, não há outra), se tenham depois contentado com aquela farsazinha burguesa do casal. O maridinho e a esposa, a esposa e o maridinho, quiçá por turnos, numa monogamia tão rançosa quanto a dos piores burgueses de Stendhal. Para cúmulo, como se essa paródia grotesca já não bastasse, agora reclamam o resto dos acessórios, a filharada em comitiva, de lacinho e chapéu, para irem todos -muito dignos e apessoados - à missa, ao domingo. Antes disso, e depois também, é mais que certo que tratarão de mover o céu e a terra de modo a obrigar os padres a casá-los, a baptizar-lhes os fedelhos adoptivos, a dar-lhes catequese, e a ouvi-los –a todos, aos cabrões dos putos e aos estafermos dos pais – em confissão semanal. Menos que isso, ó da guarda, que é discriminação. Uma miséria, enfim! Mandá-los a todos para o caralho seria redundante.
Mas, isto do "casal" intriga-me. De facto, porquê casal homossexual? Porque não trio, quarteto, quinteto, caterva, centúria ou, como até bem mais emblemático seria, comboio ou sanduiche? Porque carga de água se lembraram de arremedar a famelga tradicional, estúpida, obsoleta, e não o grupo de jazz, a tuna académica ou o expresso transcontinental? Porquê uma monogamia a todos os títulos gasta, nas vascas, e não uma poligamia, ou poliandria, ou policongresso itinerante? Como quereis que vos levem a sério, ó bichonas, com essas parelhazinhas de imitação, de pechisbeque, de pacotilha? Casal por casal, o juiz, que não é parvo nenhum, entrega o desgraçado do órfão aos burgueses tradicionais, caga-se nos peregrinos. E acho muito bem. Mal por mal, antes aquele que já se conhece e contra o qual já existe legislação. Agora imaginem: “Quarteto homossexual”, “comboio homossexual”...
É catita, não? O meirinho anunciava: “meritíssimo, está lá fora um “comboio homossexual” que pede para adoptar uma criança, de preferência menino!” Aqui, o juiz, no mínimo, impressionado pelo número, hesitava, suspendia na balança e era forçado a admitir que vinte, ou duzentos (fora os contactos, as liaisons), sempre pesam mais que dois. Mesmo um quarteto ou quinteto, um trio que fosse, já acrescentavam qualquer coisa. Já o levavam a pensar duas vezes. Já o punham a fazer contas de cabeça, a extrair raízes quadradas, co-senos e algoritmos. Nestes nossos dias, a contabilidade é preciosa, vale muito, avassala as mentes. É preponderante. Agora assim, vão duas avantesmas amaneiradas, a cavalo num livro de cheques, de braço dado, e o que é que o meirinho murmura ao juiz? “meritíssimo, estão ali fora duas bichonas, armadas em barbies chocas, a pedirem criancinhas para irem brincar às casinhas!” Em resumo: um casal homossexual, gay, ou o que lhe queiram chamar, não é digno de adoptar crianças porque é uma anedota de mau gosto, uma bimbalhice abaixo de cão, mais digna até de dó e cuidado clínico que propriamente de apedrejamento ou invectiva. E se a inteligência e o conhecimento são limitados, a estupidez também deveria sê-lo. Urgentemente. Até por uma questão de higiene e saneamento básico. Quando não, é a própria sanidade mental das sociedades que entra em colapso. Porque em degradação consumptiva anda ela há muito tempo.
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