Não me ofendam... Não estive de férias: estive sem net. Continuo a arcar com os estilhaços da guerra PT / Vodafone.
Mas devo dizer que até nem desgostei. Pelo contrário, soube-me muito bem. E só não encerro desde já esta coisa por respeito àquele núcleo de irredutíveis portugueses leitores que, vá-se lá saber porquê, persistem e não desarmam.
Porém, capacitem-se: isto não é eterno. Vou queimar mais meia dúzia de cartuchos e ponho-me na alheta. É só mesmo o tempo de deixar os "is" bem pontificados.
Entretanto, e adiantando já serviço, não pude deixar de reparar na imensa alegria que o país experimentou com a aquisição da "portuguesa" Mobicomp pela gigante e merdosa Microsoft. Aliás, supermerdosa. Pois, é revelador do luso-nível à entrada deste terceiro milénio. Ficamos todos contentinhos quando alguém nos compra; pelamo-nos por que qualquer gigante descomunal repare em nós e, munido da sua super-potência mercantil, nos enrabe com nanoternura, microfaguice e vaselina. Por mim, quero enviar daqui um grande (e desnecessário, porque redundante) "ide ao caralho que vos foda!" aos proficientes e pacóvios administradores da tal Mobiconas. Vão todos e depressa!! E toda esta merda de tropa rastejante junto com eles! Se o Bill Gaitas, quando começou com a sua empresa de vão-de-escada, tivesse tido a mentalidade caniche destes gajos, nunca teria havido Microsoft (o que seria excelente, mas não vem ao caso, nem, ainda menos, à lógica). Todavia, a verdade é essa: se em vez de piratear e latrocinar a Aple, ou lá quem foi, o grande vígaro (e vendedor global de banha-da-cobra) Gaitas se tivesse sub-alugado ao primeiro cartel de sanguessugas que lhe aparecesse, bem anãozinho ainda estava hoje. Portanto, se este não fosse um país soterrado sob um manto de vermes mentais, morais e, pior que tudo, estéticos, motivo para celebração seria que a Mobicomp comprasse a Microsoft ou, no mínimo, resistisse dignamente e não se vendesse logo à primeira investida. Assim, é o clamor triunfal que se vê e escuta, a cada telejornal e, por arrasto, aposto decuplicado contra singelo, pelos pasquins e blogofones todos da paróquia.
Vai até citar-se, já de enfiada, a "universidade não sei das quantas" (onde aqueles mentecaptos aprenderam não sei que tecno-punhetices) como exemplo de alfobre preclaro e paradigmático de serafins milagreiros. Pura fantasia e prestidigitacinha. As universidades deste país, por fora, são todas diferentes. Mas, por dentro, são todas iguais... impregna-as e avassala-as a todas o mesmo espírito - o tal que escorre do Parlamento, dos Mass-media, das cripto-lojecas, e ensopa e contamina toda a sociedade: o espírito Casa-pia.
É o que explica os actuais festejos e foguetórios: Toda a malta rejubila porque agora a Mobicomp vai aparecer com uns ténis novos e uns trapos de marca.
Sem comentários:
Enviar um comentário