Andam para aí a dizer que a "direita" precisa de ser refundada. Ou fundada. Ou afundada. Ou o diabo que os carregue!...Acho graça. Até porque algumas dessas vozes sabidas, de imaculados apóstolos peregrinos, de novas sibilas recauchutadas, pertencem a escroquezinhos de trazer por casa, que não se têm dado nada mal com o (des)governo das esquerdas, dos centro-esquerdas, das... aliás, o desgoverno seja de quem for, que é preciso é estar de mancebia com quem, de momento, controla a torneira do erário. Pelo menos um, toda a gente sabe, verdadeiro chulo da pátria, vive de biscates e expedientes (a que com imensa piada chama lobbys), à boleia do orçamento, dos amigalhaços e de subsídios para banha da cobra, ou sejam, projectos imaginários além-mar. Estranhamente, o Além-Mar desta gentinha coincide, a 99%, com o Aquém-Bolso.
Há um outro, riamo-nos, (não por acaso) acólito do primeiro que, em boa orquestração, também bota discurso. Diz ele, trocando por miúdos: "ser de direita, na verdade, é ser "Bem". Ouve lá, ó boa alminha, então eu que sou mau, ruim dos quatro costados, que ardo em desejos de tiranizar e imperalizar –espatifando e vandalizando pelo meio, que é o que dá mais gozo -, não posso ser de direita? Expulsas-me? Despejas-me? Atiras-me novamente para fora do paraíso? Empurras-me pró stalinismo, ó sapiência?! Eu, só porque não sou junkie do cifrão, nem me babo porcinamente diante do dinheiro, já não caibo na confraria?... É forçoso que seja um coninhas, um queque, um papa-hóstias, um betinho de juba tratada e gravatinha a condizer, uma lombrigazinha afectada convencida que recebeu a graça divina por ejaculação paterna, desde espermatozoidinho, para ter direito a ingresso?!... Com essa é que tu me lixaste, ó caro amigo! Afinal, estamos a falar dum campo ideológico –axiológico, no melhor dos casos- ou dum cocktail de embaixada? Deve ser por isso que, em teu sabão entender, a direita não existe. Deves, aliás, ter toda a razão: com porteiros desse vosso calibre, só pode mesmo ser discoteca ou clube de strip do jet-coiso. Isso, na aparência. Porque na essência, a fazer fé no perfume dos guarda-portões e na qualidade das artistas, não excede em nada a casa de passe. E rasca.
Agora, para completar o ramalhete –isto é, o inefável leque de opiniões destes portentosos think tanks da direita lights, TT (Todo o Terreno ou Tó-Tó, como preferirem), ou ainda TB (Toda-Bem, prós amigos; Tati-Bitate, prós outros) -, só falta escutar, do alto da sua ubíqua transcendência, a santa padroeira do bando. Sim, só falta mesmo ouvir o que pensa a arguta Cinha Jardim. Estamos todos curiosos das tendências, penteados e fatiotas para a próxima estação. Afinal, não sendo uma forma de pensar, querendo nós acreditar que é algo mais que uma técnica sofisticada de deitar a unha, essa tal "direita" de Loja de Conveniência, há-de ser, pelo menos uma forma de vestir, calçar, desfilar o presunto e domar a madeixa, não?...
Entretanto, se, apesar de tudo, ainda querem a minha opinião (o que eu duvido muito), até vos diria que a direita não precisa de ser refundada coisa nenhuma. Necessita, isso sim, e urgentemente, é de ser desparasitada, desinfectada, desratizada. No mínimo, lavada de alto a baixo, à mangueirada, e de alta pressão. Aliás, a direita, a esquerda e o país inteiro. Mas como, por cá, higiene é sinónimo de utopia, não se fala mais nisso.
1 comentário:
Eu começo é a achar que este 'engarrafamento' e 'rotulagem' das famílias pulhíticas que vem dos tempos da destemperada Convenção....já não serve.
Ou melhor. Serve....para perpetuar a idiotice e o sectarismo estéril.
É um vácuo absoluto, nos dias que correm.
Dizem que a direita (deve dizer-se direitas, para ser mais exacto, que detesto reducionismos) não existe.
Se calhar têm razão pois, para existir direita(s) tem que existir forçosamento o contraponto, ou seja, a esquerda.E a esquerda não existe já. O que existe é uma caricatura Hugo Boss e Yves-Saint-Laurent de esquerda.
São de esquerda o raio que os parta, é o que são....
Mas, bem vistas as coisas, a esquerda é uma FRAUDE, pois foi sempre um movimento de elites.
A esquerda fuinciona sempre de 'cima' para 'baixo'.
É uma elite a querer fazer uma revolução.
O proletariado (coitado) nunca a quis fazer a revolução.
A esquerda nunca lhes perdoou.
Os da 'trufa' farta e penteada e papa-hóstias profissionais são uma direita picha-fria. Acho que os gajos, impossibilitados de dar uma ganda foda numa gaja com tetas que se vejam e com coxas que se apresentem, por motivos óbvios, vão zurzindo o povo (essa entidade abstracta) de vibrador em riste...Que é o único simulacro de falo que neles (ainda) funciona, pobrezinhos.
Dizem por aí os sapientes oráculos da nossa 'estatolatrocracia' que é preciso refundar as direitas e as esquerdas.
Será que as querem refundar ou 'refoder'?
É que 'refodidas'....já elas andam há muito.
Nelson Buiça
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