Várias centenas de milhares de mortos e destruições superiores às de meia dúzia de terramotos de grau 9 na escala de Richter depois, a democracia instalada no Iraque, pelo Combinado Oeste, lá continua o seu caminho triunfal na direcção do paraíso terrestre. Entretanto, na Líbia, a democracia está cada vez mais viçosa; e, no Afeganistão, resplandece que é um mimo. Tudo isto, é preciso nunca esquecer, graças às benevolentes sulfatações de "valores oxidentais". De lamentar apenas, em todo este quadro fecundamente idílico, a situação da Síria, onde um regime iliberal e autoritário ainda esperneia. E alguma ordem persiste.
Quanto à bandalheira caótica é apenas aparente e pretexto para análises ínvias e malquerentes da perfeição no mundo. No fundo, o que verdadeiramente se passa é que estes países, redimidos e resgatados às garras iliberais e autoritárias, se parecem cada vez mais com os Estados Unidos. Esse paradigma universal. À bomba, se preciso for.
E faz lembrar até aquele personagem mítico que, à medida que criava o caos no mundo, também o mesmo se ia instalando dentro de si. Ao contrário de Deus, para quem, segundo os neoplatónicos medievais (Escoto Erígena, sobretudo), a Criação era uma espécie de espelho que desdobrava para se contemplar, o outro apenas tentava preencher o seu absoluto nada... através da destruição. O absoluto em vão.
4 comentários:
https://www.reuters.com/world/us-name-ambassador-at-large-arctic-2022-08-27/
É a famosa democracia à bomba!
Um sucessoooo!
Essa do embaixador para o ártico deve ser para embirrar com os ursos polares. A seguir vão enviar embaixadores para a Lua. Até porque, mentalmente, já passam lá a maior parte do tempo... :O)
E o próximo na calha vai ser o embaixador para a Amazónia .
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