Segundo o DN, «O Tribunal da Comarca de Lisboa esclareceu hoje que a providência cautelar de José Sócrates contra a Cofina "não proíbe a publicação de notícias", mas "apenas" a divulgação de elementos do processo em segredo de justiça.»
Se isto é próximo da verdade (afinal, a verdade é exclusivo do grupo Cofina e dos seus consumidores), então o Correio da Banha não está impedido de publicar notícias sobre o Pinóquio I, mas apenas notícias que violem o segredo de justiça. A censura, por conseguinte, a haver, não é infligida ao tal Correio da Banha, mas aos magistrados da procuradoria que publicam compulsivamente no inefável pasquim. Trata-se, assim, duma censura bem mais gravosa e censurável do que a simples censura à liberdade de expressão: é uma censura à própria Justiça. Pior: Auto-censura! Um atentado, no mínimo, aos fundamentos da república, de democracia e do estado de direito. Não se fez o 5 de Outubro, o 25 de Abril e o 31 de Fevereiro para um despautério destes!...
E pelo que se vai assistindo, a liberdade de expressão espelha-se no segredo de justiça e ambos estão ao exacto nível da qualidade das governações. Às tantas, já não se distinguem os magistrados dos jornalistas, os jornalistas dos pulhíticos e tudo isto, em turbilhão, dum regato de imundície ao estilo das piores descargas de suinicultura a céu aberto.
A república não existe: chafurda. O que vale é que o estrangeiro já não se distingue: promove.
Sem comentários:
Enviar um comentário