No antigamente, os pavilhões, embora escassos, serviam para práticas desportivas ou espectáculos de índole mais ou menos cultural . Actualmente, embora abundantes, já não chegam... e têm que ser improvisados recintos espaçosos para fenómenos degradantes, como julgamentos judiciais. Isto, por um lado, reflecte a tendência da justiça democrática (muito à semelhança da revolução francesa, seu paradigma) para se constituir em espectáculo público, com os agentes judiciários cada vez mais arvorados em artistas de variedades (desde juízes vedetas, a inspectores literatos, há de tudo); e por outro, ainda mais eloquente, anuncia uma certeza iminente: a esta velocidade, se algum dia a corrupção do actual regime chegar a julgamento geral, sempre podem requisitar todos esses estádios de futebol em desuso desde o Europeu de má memória. E, provavelmente, ainda vão ter que construir mais meia dúzia. Ou, caso a economia (ou a próxima troika) não o permitam, realizam a coisa ao jeito de festival de verão, sob patrocínio das marcas de cerveja (e da TVI e Correio da Manhã, bem entendido, que tratarão em exclusivo da reportagem e promoção). O basbaque indígena acampa à volta e paga bilhete para o (des)concerto. Vai-se a ver, ainda dava um lucro do caraças!... E agora que a tourada tradicional está cada vez mais mal vista, nada como avançar com as touradas democráticas.
3 comentários:
Este tipo de espectáculo qualquer dia vai evoluir para programa de TV (reality show) com a populaça a ter o direito democrático em participar no julgamento.
Quando tal programa acontecer sugiro que se chame:
Jesus & Barrabás
TODOS para o Campo Pequeno!
Ah... grande Otelo — o Portuga que não o Brasileiro.
Abraço. esperando a guerra civil.
Então Dragão, fechou-se em copas, foi?:) Embora haja prosadores na Blogosfera de primeiríssima plana cujos textos de elevadíssimo nível, pelo interesse que despertam e pela actualidade de que se revestem, tornam-se absolutamente imperdíveis, isso não obsta a que as suas inteligentes análises político-filosóficas possam ser fàcilmente dispensáveis, antes pelo contrário. Mais que não seja (falo por mim e saberá porquê) porque alertam os mais distraídos, ou os menos conhecedores, dos factos que afectam gravemente o nosso bem-estar colectivo não só físico mas também psíquico - consequência de uma farsa de regime subreptìciamente imposto aos portugueses por gente eivada de má fé auto-intitulando-se democrata da mais pura água mas que não passa de uma politicagem da pior índole e do mais baixo calibre - para a muita mentira que ainda se esconde por detrás dos discursos hipócritas e cínicos porém tidos por genuínos e sinceros, proferidos por quem não tem o mínimo crédito nem préstimo de qualquer espécie (político e menos ainda pessoal) de que toda ela, classe política, enferma, desde o exacto dia em que, qual anti-Cristo, aterrou no nosso País para infernizar o corpo e a alma dos portugueses.
Maria
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