Calma, um massacrezinho não faz a Primavera. Ainda agora, no auto-rádio, ouvi um porta-voz da polícia francesa a garantir que os meliantes já estavam há muito catalogados e que as autoridades, com todos os seus múltiplos e sofisticados meios, andavam atentas. Felizmente! Imaginem o que teria sido se não andassem... Provavelmente uma chacina do Parlamento, o despovoamento abrupto da torre Eiffel (eiffel tower, para os liberais), ou os Champs-Elisées a eito, que sei eu. Sei é que se me tocam no Moulin-Rouge, nas Folies-Bergere ou, vá lá, no Louvre, pego em armas. E olhem que tenho treino feroz. Eu, e o Ildefonso Caguinchas - que, em princípio, desde que se estenda o chapéu protector ao Bois-de-Boulogne, à Rua de Saint-Denis e a mais não sei quantos trottoirs que ele para lá monitoriza, também se alista. Para já, estamos de prevenção.
Em todo o caso, falar-se em terrorismo, parece-me um claro exagero, um tremendo delírio, mais típicos da hipocrisia e do ciber-histerismo condicionado que estas exibições macabras sempre atiçam do que, propriamente, de qualquer erupção concreta na realidade. Afinal, é mera geopolítica artesanal, pura black-operation de bolso, não franchisada no pior dos casos (ou no melhor, para os menos extravagantes). Fica mal à indústria (do massacre et al) e aos seus apaniguados ou meros totós de boleia desdenharem assim do negócio ambulante. Ainda para mais quando trabalham todos em tandem, numa sórdida joint-desventure, os fundamentalistas islamicos e os fundamentalistas democráticos. Então, pode-se democratizar à bomba e não se pode islamizar a tiro?...
Por falar em Primavera.... Já aterram andorinhas em Paris, mas em Riade nem vê-las. Pelos vistos, a Primavera, quando nasce, não é para todos. E é pena.
6 comentários:
Nem a Primavera, nem os mortos. Uns são mais mortos que os outros. É mais politicamente correcto. Claro que isto não é censura, é não ferir os defensores do multiculturalismo, com os resultados bons que tem dado. Acredito que o melhor ainda está para vir. A orquestra, ainda só está a aquecer, mas claro isso ninguém liga. A esquerda lava mais branco.
600 mil exemplares por semana.
Tinhas ideia.
Eu não. Estava a leste.
Gostava muito do Wolinski mas estava a leste que esta treta fosse repetição das cenas holandesas e das cenas dinamarquesas e sei lá mais cenas entre bodes e varrascos.
Uma trampa metida cá dentro.
60 mil.
Foi um que se enganou nos zeros.
":O?
A França vai ter problemas. Por várias razões...
Pois dá ideia que sim. Tudo se conjuga.
Mas não sei. Dizem que os nórdicos já vão pelo mesmo caminho sem ser precisa esta mistura de bodegada e varrascos à compita.
Por cá estamos sempre muito à frente.
Já se confunde monhés com terrorismo islâmico ainda que apenas para fazer nº em campanha eleitoral.
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