Leopold Trepper , judeu comunista, nascido em Novy-Targ, na Galitzia ( região actualmente partilhada pela Eslováquia e pela Ucrânia) teve um papel distinto na 2ª Guerra Mundial: foi o chefe da Orquestra vermelha - nome dado à rede de espionagem soviética que operava na Alemanha. O seu livro de memórias, de que se encontra facilmente ainda hoje a tradução portuguesa da Portugália Editores, é bastante instrutivo e revelador de importantes bastidores não só do terrível conflito, mas também da revolução comunista soviética, do stalinismo e do próprio sionismo.
Trepper foi um comunista convicto e, não obstante, a páginas tantas, testemunha o seguinte:
«Que o caminho do paraíso não estaria juncado de rosas já o sabíamos, comunistas criados na barbárie imperialista.
Mas, se o caminho estava juncado de cadáveres de operários, ele não podia levar ao socialismo. Os nossos camaradas desapareciam, os melhores de nós agonizavam nos porões do NKVD, o regime stalinista desfigurava o socialismo a ponto de o tornar irreconhecível. Stalin, o grande coveiro, liquidou dez, cem vezes mais comunistas que Hitler.
Entre o martelo hitlerista e a bigorna stalinista, a via era estreita para quem acreditava na Revolução.»
- Leopold Trepper, "Le Grand Jeu" (trad port. Portugália eds)
Trotsky acarinhava aquela tese peregrina da "revolução perpétua.". Mas quem prevaleceu foi Stalin, que amava uma alternativa diferente. Uma romaria bastante menos ambiciosa, é certo; todavia, bastante mais pragmática porque execuível: em vez da revolução, a purga. Perpétua, também, por via das dúvidas. Ou talvez dito de outra forma mais rigorosa, a "revolução perpétua", mas estritamente interna. No lugar da disenteria global, o clister doméstico. Com toda a sua operatividade implícita: primeiro exterminara-se os "brancos" do antigo regime; depois os moderados da revolução, à boa maneira parisiense. Doravante, para Joseph, fazia todo o sentido prosseguir, mais ou menos a eito. E lá se debulharam os comunistas da primeira hora, os bolcheviques de outubro; a seguir, na bela e ubesca senda, trucidaram-se os quadros do exército vermelho. Faltava ainda quem? Muitos dos torcionários e esbirros que tão bem vinham servindo Stalin nestas selecções e eliminatórias eram judeus. Muito curioso, achou Stalin. E suspeito. Chegou assim, com toda a lógica, a vez dos judeus. E como havia tantos, a coisa bem podia ser promovida a holocausto. Quem sabe, pode ser que agora, com Puitin super-hediondo (e as revisões de Auschwitz libertada pelos ucranianos, a somar à diminuição do número de internamentos, pelos polacos) - ainda seja. Tipo sequela, como no cinema - «Holocausto II, Micro-ondas nas estepes».
O certo é que, ultimados estavam a ser os judeus e já Stalin ceifava a rigor pela própria família, quando Adolph Hitler ordena a invasão da União Soviética. Admito que possa ter sido com intuitos territoriais ou, sobremaneira, para se apoderar de fontes energética cruciais para a sustentação da sua maluqueira delirante. Não discuto esse ponto. Agora que tenha ido combater o comunismo e mais não sei que diarreia ideológica em forma de cruzada ocidental, façam-me um favor: é como os americanos a combaterem o terrorismo - quanto mais o combatem, mais ele viceja e se multiplica. A combater o comunismo, com todas as suas forças e perícias de expert, estava o bom Stalin. Se haviam de deixá-lo sossegado e entretido nessa meritória tarefa, o que é que a besta do Adolfo faz? Irrompe estupidamente, com um grupo excursionista armado de panzeres desdentados, fatos de verão e bombardeiros em miniatura. Ou seja, a um regime em auto-destruição, as cavalgaduras alemãs, ainda por cima supervisionadas por uma seita de psicopatas puramente genocidas, vão levar a reconciliação nacional, o alento e brio pela mãe Rússia. Dito simplesmente, foram levar o nacionalismo ao vespeiro comunista (como antes tinham levado o vírus Lenine ao reduto da nação russa, e daí, se calhar, agora a lei cósmica da compensação). O resultado foi o inerente à redescoberta da pulsão antiga, tradicional: os russos fizeram pela pátria, aquilo que jamais fariam por Stalin. Perante a força maior duma agressão externa, acabam, natural e automaticamente, as cisões internas. O instinto de defesa da própria sobrevivência suspende religiões, quanto mais superstições ideológicas. Não foram os soviéticos que derrotaram os alemães: foram os russos, com toda a justiça e a benção de Nemesis, aliados à estupidez congénita da horda alemã. Alemanha, diga-se a terminar, que, se tem produzido indivíduos de grande excelência em todas as áreas, é, todavia, enquanto colectivo, e como já referia Nietzsche, uma manada cuja irracionalidade chega a raiar a loucura. Um bovinismo perigosamente armadilhado de fortes tendências auto-destrutivas. "Oh, vejam só que bela máquina que eu construi! Óptimo, vou já despistar-me por uma ribanceira!..."
PS: era bom que os toxicodependentes ideológicos, de esquerda e direita, largassem a droguinha. Os tempos que aí vêm não serão seguramente bons para devaneios oníricos.
41 comentários:
"Em fatos de verão"
ehehehehe
São anormais, pois.
O Dragão é o oráculo da blogosfera.
Mas quem prevaleceu foi Stalin
Foi? O homem talvez, já as ideias... Se é que ele as tinha, coisa de que não estou inteiramente convencido.
Trotskistas... hoje escondem-se sob o tema das cores, se é que me faço entender.
A Alemanha invadiu a URSS porque a URSS se preparava para a invadir. Nem outra coisa faria sentido nem foi produto de nenhuma maluqueira delirante. Foi, sim, um golpe arriscado e desesperado, que só não o parece mais à conta da formidável disciplina daquela gente.
Em qualquer caso, não é para desfazer nos russos que se bateram muito bem, contadas as circunstâncias.
O que é inegável é que a URSS recebeu apoio material que nem a Inglaterra recebeu. E que mais nenhum país desde aí recebeu, sem ser talvez Israel. Se isto não ganhou a guerra, também a não estorvou. E senão para o quê, imagine-se que recebiam os alemães metade disso... Se calhar já podiam ter fatos de inverno e senão dentes, ao menos próteses dentárias nos panzers...
E antes que venham por aí considerações da ordem das "filias", declaro já que a meu ver, a Rússia é hoje a única potência com um governo são e digno.
Há males que vêm por bem, e seria de uma fina e subtil ironia - daquelas que só a história engendra - que principiasse por lá o fim do que se lá começou há quase cem anos...
A Rússia de hoje é o maior reduto do carácter tradicional da Europa.
Não tenham medo da Rússia: a saúde, a força e o orgulho nunca fizeram mal a ninguém; a inveja e a mesquinhez, sim.
Na sequência da intervenção de Putin e das medidas tomadas pelo Banco Central da Rússia, o rublo valorizou 22% em relação ao dólar e 17% face ao Euro. No dia em que Jacques Sapir, talvez a maior autoridade em mercado russo, se mostra estupefacto pela capacidade de resistência e reacção russa à guerra cambial, os nossos jornais persistem na versão catastrofista. De 72 rublos por um 1 dólar, o câmbio desta manhã já se fazia a 62 rublos por dólar, sendo que o objectivo desejável seria o de regressar aos 55 rublos por dólar, ou seja, o preço do barril de petróleo. A actual crise não é, pois, económica, como nota Sapir, pois a evolução estrutural verificada desde 1998 foi importante em sectores relacionados com a alta tecnologia, nomeadamente a indústria aeronáutica, a produção automóvel e sistemas de armamentos. A Rússia não é mais um país com bolsas caracterizadoras de subdesenvolvimento.
Afinal, a guerra cambial mostra mais a impotência do rico gordo, idoso e cobarde (o Ocidente) que um suposto vigor face ao inexistente "perigo" russo. Tratou-se, bem entendido, de uma mesquinhez de cambista, resultante da contracção da procura de petróleo, da humilhante cedência dos vassalos sauditas face a Washington e de uma retaliação escusa a respeito da situação na Ucrânia. O Ocidente terá agora de desencantar 300 mil milhões para retirar a Ucrânia do patíbulo - é esse o valor da dívida ucraniana - e obrigar a Rússia a dedicar prioridade às questões internas. Ora, em 1998, a Rússia possuía reservas de 30 biliões de dólares; hoje possui 500 biliões. Putin não é Yeltsin, o regime de Putin não está à mercê das redes associadas à plutocracia internacional, a economia russa não está exposta a sabotagem que noutros azimutes levou ao colapso por inteiro de sociedades. A Rússia concentra-se, como diria Gorchakov. O Heartland só perde quando invadido. Que eu saiba, nunca os cambistas e agiotas tiveram coragem para fazer uma guerra. O ethos de um estadista, contrastando com o do vendedor de bazar, assenta na defesa do interesse do Estado. Em bom português vernacular - que viva o português chão - a civilização do bazar não percebeu que Putin é "areia demais para a camioneta" dos pobres colarinhos brancos que nos governam.”
Miguel Castelo Branco
Putin deve pedir a consagração da Rússia.
“Virei pedir a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração... Se atenderem a Meus pedidos, a Rússia se converterá, e terão paz.”
A dívida russa em lixo? Ó então a americana!
Publicada por Francisco Miguel Colaço à(s) 16:29
Dívida pública da Federação Russa em percentagem do PIB
A Federação Russa deve 235 mil milhões e tem um PIB de pouco mais de dois biliões (escala longa). É mesmo assim! Deve pouco mais de 10% do seu PIB.
Os Estados Unidos têm um PIB de 17,3 biliões. A dívida já vai muito para além dos 18 biliões. Isto é, mais de 100% do PIB. Mas isto é só a dívida federal. Estados como a Califórnia devem 250% do seu PIB e cidades como Los Angeles estão na bancarrota. Um angelino (gentílico de Los Angeles) terá de trabalhar mais de 4 anos para pagar o que outros tomaram em seu nome.
Cada russo tem de quota parte 1.645 dólares. Cada americano deve 55.952 dólares. Cerca de trinta vezes mais.
Mais: a Federação Russa tem 169,2 mil milhões de dólares de títulos do tesouro norte-americano: quase 70% do valor da sua dívida é coberta por essas obrigações dos Estados Unidos. Juntamente com os mais de cem mil milhões de reservas monetárias que tem, pode pagar a dívida hoje mesmo, se houver quem lhe compre a dívida norte-americana que detém (a tal que não é lixo).
E a dívida das regiões russas? É cerca de 58 mil milhões de dólares no seu conjunto. Não é como a americana.
Quem é que afinal é lixo?
Paul Craig Roberts, um dos conselheiros económicos de Ronald Reagan, escreve:
Clearly, it is the US credit rating that should have been downgraded to junk status. But this cannot happen. Any US credit rating agency that told the truth would be closed and prosecuted. It wouldn’t matter what the absurd charges are. The rating agencies would be guilty of being anti-american, terrorist organizations like RT, etc. and so on, and they know it. Never expect any truth from any Wall Street denizen. They lie for a living.
"O que parece estar a repetir-se pela terceira vez."
Ai parece, parece...
Muja,
foi mesmo maluqueira. Não vale a pena tentar dourar a pílula. O Hitler não regulava e levou a manada toda pela ribanceira abaixo. Meteu-se numa guerra mundial (sim, eu sei dos outros contornos de que não se pode falar), mas meteu-se (ele próprio dizia que agia como um sonâmbulo) sem estar minimamente preparado: sem fontes energéticas autónomas; sem marinha de guerra à altura, sem bombardeiros estratégicos, sem puta de disciplina nenhuma naquela caterva de bandalhos que o rodeavam. Aquilo era cada qual com sua quinta, a fazer o que bem lhe dava na real bolha. O Goebbels, a certa altura, desviou os comboios da guerra para transporte de judeus sabe-se lá para onde. Era a mania dele, os judeus. Dele e do Himmler. O Adolfo passou-se com aquilo, que lhe estavam a boicotar o esforço de guerra e as suas ricas divisões na trituradora de leste. E isto não é propaganda aliada: está descrito pelo próprio Goebbels nos diários. Vai-me dizer que foram os Camones que forneceram os T.34 aos russos. A primeira vez que os panzers alemães encontraram os T.34 foi uma surpresa do caraças. O Adolfo mandou invadir a União Soviética contra o parecer contrário do exército, da maior parte dos dirigentes nazis e, cúmulo dos cúmulos, sem saber a Ordem de Batalha do inimigo. Pior, contrariou aquilo que era uma das suas teses fundamentais no Mein Coiso: nunca abrir um guerra em duas frentes. E cometeu o erro que já Napoleão cometera: subestimar os russos. O que parece estar a repetir-se pela terceira vez.
Aquando da última grande batalha do Leste, Operação Citadel, em kharkov, Zukov já sabia de antemão todo os detalhes do plano alemão: a Orquestra vermelha tinha-lhos fornecido, com os cumprimentos da chusma de traidores que infestavam o Estado-maior Alemão.
A organização e a disciplina alemãs são mitos. Ao nível da despreparação, talvez só os níveis de deserção e traição no leste, quando os russos começaram a malhar forte - foram vergonhosos. As armas não funcionavam,agasalhos não havia, reabastecimento tinha dias, a ferocidade russa não ajudava: entrou tudo em regime de desenrascanço. Um desperdício brutal de todo aquele social-darwinismo requentado.
O facto de eu execrar o regime soviético não força a que eu me negue a ver a realidade dos factos. Até porque o regime nazi também não tinha mesmo puta de ponta por onde se lhe pegasse. O esquizofrénico do Churchill e o Roosevelt eram reptéis de igual calibre? Pois eram. Aquilo foi a primeira discussão doméstica global entre super-hienas. Ganhasse quem ganhasse, a maior perdedora iria ser sempre a humanidade. Como, de resto, foi.
Vivendi,
estou de pleno acordo com esse segundo texto do Miguel Castelo Branco. Particularmente com a última frase.
Agora o draco:
Não estou a tentar dourar pílula nenhuma. Apenas restabelecer as coisas nas suas devidas proporções.
Se o Hitler regulava ou não regulava é, para todos os efeitos, irrelevante. É preciso olhar para os factos e circunstâncias.
Diz V. que ele se meteu numa guerra mundial. Bom, para começar, se quisermos ser precisos e rigorosos, ele não se meteu, foi metido. A guerra foi mundial porque as "democracias" assim o quiseram, à revelia dos seus ditos soberanos, os povos. E invocar alianças também não serve porque ninguém activou alianças contra a URSS que fez exactamente o mesmo, ao mesmo tempo.
Depois, diz que sabe daquilo que se não pode falar. Eu não sei se sabe, mas se souber, então sabe que sem falar disso não se explica nada.
Em relação à falta de preparação, concedo em toda a linha, embora seja preciso dizer que a Wehrmacht não era propriamente um bando de maltrapilhos. Mas é muito importante este detalhe. De facto, Hjalmar Schacht, presidente do Reichsbank, refere no seu livro "The Magic of Money", que se desentendeu com Hitler porque este queria que o banco financiasse o rearmamento alemão, ao que aquele se recusava por temer um disparo da inflação. Ora Schacht refere que isto se passou em fins de 38. Portanto, um ano antes apenas de começar a guerra. Ninguém prepara, incluindo rearmamento, uma "invasão da Europa" em um ano... Evidentemente, o que se passou foi que Hitler perceber a inevitabilidade do conflito, ou pelo menos, a sua alta probabilidade.
Depois, a falta de "bombardeiros estratégicos", eufemismo para bombardeiros de destruição em massa, pois não têm outro interesse senão bombardear largar áreas e, portanto, sem discriminar alvos; Os aliados começaram imediatamente a produzir destes aviões. Os alemães preferiram os "bombardeiros de precisão", embora possuíssem um modelo de bombardeiro pesado que chegou a Nova Iorque, mas nunca foi produzido em massa. Isto é suficiente, a meu ver, para esclarecer as intenções de parte a parte. É óbvio que o plano era destruir totalmente a Alemanha.
Portanto, até aqui, é evidente que não foi a Alemanha a procurar a guerra. A guerra foi-lhe imposta. A não ser que a defesa intransigente dos interesses de um país equivalha a um acto de guerra. Contra os inimigos da Alemanha, de facto, era esse o caso. De referir que a posição alemã não era muito diferente da que é hoje russa. Os "aliados" fizeram mais ou menos o mesmo na Checoslováquia que estão a fazer hoje na Ucrânia, em relação à Rússia. Tal como a Rússia hoje, a Alemanha não o tolerou.
Em relação à URSS: é evidente, reflectindo um pouco, que os soviéticos se preparavam para invadir. Apenas isso explica o não estarem minimamente preparados para a invasão alemã: em guerra, só não está minimamente preparado para se defender, quem está completamente preparado para atacar.
Além do mais há mapas que mostram a concentração de forças ofensivas na fronteira soviética.
Deparado com esta situação, e com frente aberta ao Oeste, a melhor hipótese que tinham os alemães era um ataque-surpresa e tomar a iniciativa. Sendo a abertura de uma segunda inevitável, como era, vale mais ter a iniciativa do ataque e combater no território deles.
E, como se viu, quem assim pensava tinha razão. Se Hitler o fez contra os generais, pois fez bem. Acho que ele não subestimou os russos, e se ordenou o que ordenou contra o parecer de toda a gente, então era mesmo o único que o não fazia - pois ficar à espera que eles viessem trazer-lhes a guerra é que é subestimá-los.
Não sei se os camones deram o T-34. Mas deram fábricas e refinarias de petróleo.
Agora a frase mais descabida de todas quantas escreveu: "a organização e a disciplina alemãs são mitos."
Isto realmente é que não tem ponta por onde se lhe pegue. É perfeitamente desmentida pela mais superficial consideração dos factos.
Primeiro, sem organização nem disciplina era completamente impossível terem feito o que fizeram.
Segundo, existem inúmeros testemunhos de quem viu essa disciplina e organização em acção, em combate, em retirada debaixo de fogo.
Léon Degrelle refere-o no seu livro sobre a campanha da Rússia, em que os Waffen SS valões cobriram muita vez a retirada alemã. Outros voluntários franceses o referiram também.
Dar como contra-exemplo o estado de coisas quando tudo começou a ruir não é propriamente isento. A esse ponto, toda a Alemanha estava a ser bombardeada diariamente e não recebia 14 mil milhões de dólares de ninguém...
Os russos também se viram obrigados a abater os soldados que se recusavam a enfrentar o inimigo. A cobardia é contagiosa...
Sinceramente, acho que se se admira os russos pela forma com que se bateram, não se pode admirar menos os alemães.
De resto, aqui não se trata de defender regimes.
Eu limito-me a observar factos e circunstâncias. Para manter a coerência, sendo eu português e nacionalista, o máximo que poderia dizer, se quisesse defender o regime NS, era afirmar ser o melhor regime para os alemães.
Mas como é assunto de alemães, não tenho nada com isso.
Já o soviético é outra história. Primeiro, porque não era russo. Segundo, porque, de alguma forma, foi quem veio aqui roubar o futuro que andaram os nossos avós a sacrificar-se para que tivéssemos, quem esteve na origem da desagregação de Portugal, e no amputar cerce da possibilidade de civilização aos desgraçados de África.
Se não tivesse o poder que teve, as coisas ter-se-iam provavelmente passado de outra maneira.
Posto isto, é preciso, porém, restabelecer proporções: que eu saiba, na Alemanha nazi havia Concordata com a Santa Sé, não se destruíram igrejas - nem sinagogas sistematicamente, não se legalizou o aborto, não se canonizou Judas, não havia trabalho forçado até começar a guerra. O anti-semitismo não me impressiona e onde não foi deliberadamente exagerado, foi fomentado pelos próprios que tinham interesse em incentivar a emigração para Israel, como ainda hoje. O social-darwinismo, no que não foi exagerado pela propaganda, também não me impressiona nada nem o acho pior do que a bosta que tentam enfiar-nos pela goela abaixo hoje. Em qualquer caso, como eu disse, seria, no máximo, um bom regime para os alemães.
Quanto a Roosevelt e Churchill, meras marionetas. No caso do primeiro, nada de surpreendente. Um medíocre de carácter duvidoso cujo destino estava traçado desde a universidade pelos mestres que o manipulavam na sombra, que até era bastante clara.
Churchill, porém, é outra história. Tinha pedigree para não ser o que foi. Mesmo assim, não foi menos manipulado que o outro. Estrebuchava, mas acabava por enfileirar.
Qualquer um, nesse aspecto, pior que o paizinho dos povos:
Do Controversy of Zion, Douglas Reed:
---
Such was the background to the Yalta Conference where, at his first meeting with Stalin, President Roosevelt, a man on the grave's edge, told the Soviet dictator that he “was more bloodthirsty in regard to the Germans than he had been a year ago, and he hoped that Marshal Stalin would again propose a toast to the execution of 50,000 officers of the German Army.” The word “again” alludes to the Teheran Conference of December 1943, where Stalin had proposed such a toast and Mr. Churchill had angrily protested and left the room. Thereon President Roosevelt had suggested that only 49,500 be shot, and his son, Elliott, in convivial mood, had expressed the hope that “hundreds of thousands” would be mown down in battle; “Uncle Joe,” beaming with pleasure, then had risen from his seat to embrace Mr. Elliott Roosevelt.
Mr. Roosevelt wished by this prompting of Stalin to annoy Mr. Churchill (whom by 1945 he apparently regarded as an adversary); he had told his son Elliott at Teheran, “Trouble is, the P.M. is thinking too much of the postwar, and where England will be; he's scared of letting the Russians get too strong”), and made this plain to Stalin by saying he would “now tell him something indiscreet, since he would not wish to say it in front of Prime Minister Churchill.” Among the things which were not told in front of Mr. Churchill was this: “The President said he felt that the armies were getting close enough to have contact between, and he hoped General Eisenhower could communicate directly with the Soviet staff rather than through the Chiefs of Staff in London and Washington as in the past” (February 4, 1945).
Here is the explanation for the fate of Vienna, Berlin and Prague; in March, April and May General Eisenhower, in the messages accordingly sent direct to Moscow of which Mr. Churchill complained, submitted his plan of advance and agreed to halt the Allied armies west of these capitals.
Stalin did not again propose the shooting of 50,000 Germans. The Yalta records suggest that he showed some reserve towards Mr. Roosevelt's private proposals to him (which included one that the British should give up Hong Kong), and the picture of him which emerges from these papers is, that of a more dignified, and in spoken words at least more scrupulous man, than the president! The reasons may be, on the one hand, that Mr. Roosevelt's talk was so callous and cynical that it produces a feeling of repugnance in the reader; on the other, even Stalin may have hesitated to believe that the American president would go as far as he said in supporting Soviet aggrandizement and have suspected some trap, so that he showed more than his usual reserve. In any case, the murderer of millions appears, in these particular pages, rather less repellent than his visitor.
The supreme test of Western honour at Yalta lay in the treatment of Poland. The invasion of Poland by the Soviet and Nazi states in partnership had begun the Second War; it was clearly the country chiefly covered by Mr. Roosevelt's and Mr. Churchill's declaration of 1941 (the Atlantic Charter) that “sovereign rights and self-government” must be “restored to those who have been forcibly deprived of them.” At the time of the Yalta Conference, when the European war had only ten weeks to run, Poland had in fact been abandoned to the revolution; that was implicit in the desertion of the Warsaw Poles and as explicit as it could be in Mr. Roosevelt's order to General Eisenhower to subordinate his plan of advance to Soviet wishes. This meant that Poland, and with it all the European countries east and south-east of Berlin, would in fact be annexed to the Soviet, or incorporated in the area of the revolution.
Though Mr. Churchill had not given up the last hope of averting it, the imminence of this annexation was apparent at Yalta, and the final degradation of the West lay in the acceptance of it, at the end even by Mr. Churchill. For acceptance it was: the pretence that merely half of Poland's territory would be abandoned to the Soviet, that Poland would be “compensated” by amputations from Germany, and that “free elections” would be held in the state thus produced, was abhorrent when everyone knew that all of Poland, and the half of Germany from which Poland was to be “compensated,” were to pass alike from Nazi enslavement into Communist enslavement, and that the Allied armies were to be held back to ensure this.
Perderam estupidamente? Não encontra nessa afirmação ligeireza a mais?
Tanto quanto me é dado ver, fizeram bem mais do que toda a gente esperava.
Repito: a derrocada logística tem de ser considerada à luz da campanha de bombardeamento maciço de que foram alvo. Mais nenhum país sofreu coisa semelhante, excepto o Japão e, em menor escala, a França às mãos dos mesmos embora já não fosse relevante militarmente.
Os valões eram SS, os alemães cuja retirada eles cobriam eram unidades regulares.
Quanto às ideias do paizinho, devia ter dito ideias próprias. E é a partir daí que as coisas se tornam interessantes...
Meu caro,
As Waffen eram unidades de elite. Esses problemas surgem sempre ao nível dos regulares. E normalmente é transmitido de cima para baixo. Nomeadamente pela incompetência dos comandantes, desalento dos oficiais, absurdo das ordens, irrealismo da estratégia ou isso tudo junto.
Se quer casos de heroísmo puro encontra-os entre os alemães, por exemplo em Stalinegrado: já não se batem por um regime lunático, batem-se pela sua própria dignidade e por um Alemanha longínqua que nunca mais verão. O Junger explica bem este tipo de emoções.
A disciplina e organização que refiro é a de toda uma máquina, a nível superior que era suposto funcionar xpto e, afinal, só dava asneirada da grossa: os aliados decifram-lhes os códigos; as divisões de reserva não reagem aos desembarques da Normandia porque ninguém ousa acordar o fuhrer para dar a ordem; o armamaento pesado não funciona no frio da Rússia; as linhas de reabastecimento atascam; a luftwaaffe, à beira de ganhar a batalha de Inglaterra, pára subitamente e vem-se embora; depois não consegue proteger o espaço aéreo alemão e aí é que perdem realmente a guerra; os messerschmit 262, em vez de ser usado como caça é usado como bombardeiro ligeiro; a maior parte das derrotas dos blindados alemães (Rommel no norte de Africa, por ex.) acontecem porque pura e simplesmente não há gasolina para os fazer andar - têm que ser abandonados; os italianos não servem para nada e só ajudam à dispersão das forças; hitler acha sempre que os ingleses são uma espécie de irmãos raciais pelo que há que bater-lhes com luvas. etc, etc,etc. Podia ficar aqui semi-eternamente.
«Primeiro, sem organização nem disciplina era completamente impossível terem feito o que fizeram.»
E o que é que eles fizeram? Perderam estupidamente uma guerra e possibilitarem a conversão da Alemanha e da Europa em escombros. O
O que vai de encontro à minha tese, tem que reconhecê-lo: "Olha que bela máquina! Agora vou escaqueirá-la com maluquices."
O Stalin, obviamente, não tinha ideias, apenas uma obsessão homicida. Mas já reparou nas ideias do Adolfo? Assim, encaradas a frio, sem romantismos...
Quanto ao que significava a ideologia comunista e os seus efeitos, estamos de acordo.
Que os soviéticos se preparavam para invadir a Alemenha, também já outrora fui dessa opinião. Actualmente, duvido muito. Stalin, mesmo que tivesse essa intenção, só estaria preparado daí a uns anos. O Hitler é que, como auto-nomeado "homem providencial" achava que tinha que fazer tudo a correr. Deu no que deu.
De qualquer forma, o que me parece relevante para hoje é o seguinte: o desfecho da guerra foi combinado. A entrega de metade da Europa ao soviético foi desnecessária e deliberada. A própria guerra foi orquestrada pelos mesmos.
A Rússia, hoje, encontra-se numa posição muito semelhante à da Alemanha da altura. E ou muito me engano, ou essa semelhança vai acentuar-se mais.
Putin é de facto um estadista de tipo raro nos dias de hoje. Muito embora se não possa encarar a serenidade com que a Rússia tem reagido à hostilidade gringa sem ter em consideração as armas atómicas que são excelentes calmantes para as excitações mais belicosas e se podem considerar uma espécie de sensatez a martelo.
Em relação à invasão da URSS, mantenho a minha opinião.
Mais, acho que a União Soviética não foi criada com outro propósito senão esse.
Há um livro de um general soviético desertor, de que não me recorda agora o nome, em que descreve a organização das forças armadas deles e é manifesto que foram concebidas para a ofensiva. Isto já durante a guerra fria.
Aliás, a própria acção soviética no pós-guerra o demonstra. A vocação daquele estado era a acção ofensiva. Se o não podia fazer por meios convencionais, fazia-o por meios subversivos, no que era tão ou mais competente.
Apenas isso explica as pesadas derrotas que sofreram inicialmente. E se não estavam preparados, como se explica a quantidade colossal de material e prisioneiros capturados pelos alemães logo no início? Estavam lá a fazer o quê? A defender não era, obviamente. Os alemães não fizeram muitos prisioneiros quando os russos começaram a defender...
Com relação à União Soviética também tem que se descontar muita propaganda americana. NO essencial, estamos de acordo e apenas me parece que, mesmo no tempo soviético, o povo russo não era estritamente o regime. Dou-lhe um exemplo substancial: Zukov. Era um general, excelente por sinal, como eram excelentes vários generais alemães que não podem ser meramente confundidos com a direção política do país. Os russos aprenderam com as derrotas e, a certa altura, passaram a ter a vantagem de conhecerem antecipadamente os planos alemães. Além duma superioridade quantitativa de meios quase esmagadora ampliado pela incapacidade dos alemães reporem equipamento e baixas. Os grandes combatentes, com experiência e know-how, da primeira hora, foram desaparecendo em combate. Os novos, por falta de tempo, nem dispunham de experiência nem treino. Os melhores marechais-de-campo eram politicamente afastados, servindo de bode expiatória a fracassos estratégicos.
No fundo, os Alemães, como os japoneses, acreditaram que podiam ser decisivos com um primeiro e único golpe devastador.
Ora, note: quem ganhou a guerra do lado russo, não foi Stalin: foi Zukov,
De acordo.
Daí que, para mim, seja muito mais interessante e relevante perceber duas coisas: como se chegou à guerra, e como se acabou.
Como se chegou... Ora aí está um bom mote. A ver s e tenho tempo. E lá vou ter que falar em coisas tabu.
Ah pois vai, vai. Há por aí pano para muita manguinha...
Li com muito interesse, e gosto, o debate acima. Obrigado.
Trazia no bolso uma micro-achega, que até nem interessa, mas já agora deixo-a ficar:
> Trotsky acarinhava aquela tese peregrina da "revolução perpétua."
A tradução portuguesa mais comum era "revolução permanente". Uma daquelas distinções sem diferença.
Voltando à "big picture": ainda estou para perceber o que é que os japoneses pensaram que estavam a fazer a ir bombardear o Havaii. Claro que tinho sido espicaçados até mais não, mas não eram obrigados a investir ...
o que é que os japoneses pensaram que estavam a fazer a ir bombardear o Havaii
Os japoneses pensaram mais ou menos o que pensaram os alemães, como diz o dragão: a guerra era inevitável - e no caso japonês, era ainda mais evidente, ou assim parece - e, como tal, a melhor estratégia era um ataque-surpresa demolidor.
O Almirante Yamamoto tinha plena consciência do elevado risco do plano audacioso e penso que a determinado ponto, ter-se-á apercebido ou suspeitado que os americanos tivessem conhecimento da manobra. Mas a cultura japonesa não tolera a admissão de qualquer erro ou falha, e fazê-lo é uma grave humilhação.
O facto é que os americanos sabiam. Os americanos, isto é, excepto os que estavam em Pearl Harbor. Porém tanto americanos como até soviéticos sabiam. Alguém teve muito interesse em provocar os japoneses e levá-los a atacar. E a prova óbvia que alguém sabia do ataque é não estarem lá os dois porta-aviões. Sem afundar os porta-aviões o ataque fracassou (no seu objectivo a longo prazo) imediatamente e os japoneses perceberam-no. É risível pensar-se que tivessem planeado o ataque sem saberem se os principais navios lá estavam. Eram interessante saber quem deu a ordem de marcha aos porta-aviões e quando...
E agora que penso nisso, não era nada de admirar que o que se passou com a Alemanha e a URSS fosse coisa parecida e que os alemães tenham sido provocados a atacar, em desespero de causa... Jogadas arriscadas, particularmente no caso da Alemanha, mas perfeitamente possíveis como prova o caso japonês.
Do Reed:
---
The importance of the proviso was shown on December 7, 1941, when the Japanese attacked Pearl Harbour. Twelve days earlier Mr. Henry L. Stimson, the Secretary for War, after a cabinet meeting on November 25, 1941, had noted in his diary: “The question was how we should manoeuvre them” (the Japanese) “into the position of firing the first shot without allowing too much danger to ourselves; it was a difficult proposition.”
The pre-history of this notation, again, is that on January 27, 1941 the United States Ambassador in Tokyo had advised his government that “in the event of trouble breaking out between the United States and Japan, the Japanese intended to make a surprise attack against Pearl Harbour”; that the Soviet spy in Tokyo, Dr. Richard Sorge, informed the Soviet Government in October 1941 that “the Japs intended to attack Pearl Harbour within sixty days” and was advised by the Soviet Government that his information had been transmitted to President Roosevelt (according to Sorge's confession, New York Daily News, May 17, 1951); that the Roosevelt government delivered a virtual ultimatum to Japan on November 26, 1941; that secret Japanese messages, from September 1941 up to the very moment of the attack, which were intercepted and decoded by United States intelligence units, gave unmistakable evidence of a coming attack on Pearl Harbour but were not transmitted to the American commanders there; that on December 1 the Head of Naval Intelligence, Far Eastern Section, drafted a despatch to the Commander-in-Chief of the Pacific Fleet saying “war between Japan and the United States is imminent,” which was cancelled by superior authority; that on December 5 Colonel Sadtler of the U.S. Signal Corps, on information received, drafted a despatch to commanders, “War with Japan imminent; eliminate all possibility of another Port Arthur” (an allusion to the similar “surprise attack” that began the Russo-Japanese war), which was similarly suppressed; that a Japanese reply, obviously tantamount to a declaration of war, to the Roosevelt ultimatum was received in Washington on December 6, 1941 but no word was sent to the Pearl Harbour defenders. A message stating that “the Japanese are presenting at one p.m., eastern time today what amounts to an ultimatum … be on the alert” was at last despatched about noon on December 7, 1941, and reached the commanders at Pearl Harbour between six and eight hours after the Japanese attack.
The record now available suggests that the Americans on Hawaii alone were left without knowledge of the imminent onslaught which cost two battleships and two destroyers (apart from many vessels put out of action), 177 aircraft and 4575 dead, wounded or missing. A direct and immediate consequence was also the disaster suffered by the British navy off Malaya, when the battleships Prince of Wales and Renown were sunk with great loss of life.
Political leaders who are ready to obtain their country's entry into war by facilitating an enemy attack on it cannot be depended on to wage it in the national interest. The American people as a whole still is unaware of the truth of Pearl Harbour, an ominous beginning which led in unbroken line to the ominous end.
continua aqui:
http://www.controversyofzion.info/Controversybook/Contoversybook.htm
Capítulo 41.
Aconselho vivamente a ler o livro todo.
Não sei se já leu, mas há duas obras que V. também não perde nada em ler:
"The jewish Century", de Yuri Slezkine
e "Conjuring Hitler - How Britain and America made the Third reich", de Guido Giacomo Preparata.
Julgo que os arranja facilmente através da FNAC.
O Jewish Century está na lista.
O outro não conheço, mas pelo título não deve andar longe dos do Anthony Sutton.
Para ser franco, na questão do nacional-socialismo interessam-me principalmente três aspectos:
- a conquista do poder democrático pela técnica marxista (ou a subversão da subversão comuna ou ainda "fighting fire with fire")
Os nazis foram, tanto quanto sei, os únicos a derrotar os comunas no seu próprio jogo e pelas suas próprias regras. É um assunto que não está muito documentado (pelo menos noutra língua que não alemão) e o que de melhor pude apurar veio dos manuais dos militantes e propagandistas que alguém traduziu para inglês. São documentos curiosíssimos.
- a recuperação económica desde o grau (quase) zero
É inegável que foi operado uma regeneração estonteante da economia alemã a partir de uma posição de capital zero. A ressalva é que eles tinham já muita indústria que não precisaram de construir. Sobre este assunto, há o "The Magic of Money" de Hjalmar Schacht e o "La Révolution Européenne" do Francis Delaisi.
- o progressismo social e científico
Este então é o mais obscuro e menos documentado de todos. Mas sabe-se que eles foram os primeiros a associar o tabagismo com o cancro do pulmão, a fazer as primeiras campanhas em massa de prevenção do tabagismo e do alcoolismo para grávidas, a considerar seriamente a ecologia, a associações de alegria no trabalho, inúmeras medidas hoje consideradas "sociais-democratas" como a limitação do horário de trabalho, etc; depois o desenvolvimento científico e tecnológico claro; por exemplo - que é de pasmar - a vídeo-chamada (tenho uma National Geographic que o refere numa reportagem sobre Berlim a propósito dos iminentes Jogos Olímpicos : podia ir-se ao posto de correio de Berlim e falar para Leipzig ao mesmo tempo que se via a imagem do interlocutor, em 35 ou 36)!
De resto, que o poder na sombra por detrás da finança internacional e das democracias ocidentais tenha patrocinado os nazis, não me espanta nada e não preciso, sequer, que me convençam disso porque tem toda a lógica. E as razões são simples: promover o anti-semitismo - condição sine qua non - ontem, como hoje - da emigração para Israel; e criar o foco de antagonismo a partir do qual surgirá a segunda guerra, necessária para assegurar o estabelecimento territorial da entidade sionista - tal como a primeira o foi para o seu estabelecimento político.
Mas se calhar já estamos a entrar no campo do postal que se há-de seguir... :)
PS: recomendo também o livro do Gilad Atzmon, "The Wandering Who?".
O Nacional-socialismo é um verdadeiro turbilhão de influências (que vinham do século XIX) e de tendências que, muitas vezes, se confrontaram e digladiaram no seu próprio percurso. Daí também o carácter "quimérico" da coisa, com todas as inerências, dinâmicas e paradoxos.
Um personagem curiosíssimo do III Reich é Albert Speer. Há uma tradução portuguesa, em 2 volumes, das suas memórias, intitulado "O III Reich por Dentro". Tem que se dar desconto ao facto de ele ter feito alguns fretes aos vencedores, a troco de suavização penal, mas, mesmo assim, dá para constatar o saco-de-gatos, as rivalidades doentias e as tensões internas em toda a corte em redor do fuhrer. Que é confirmado por Walter Schellenberg (o chefe da Contra-Inteligência alemã) numa obra igualmente traduzida entre nós.
Estou também convicto que Martin Borman, um tipo sinistro, secretário de Hitler, trabalhava para os soviéticos.
«E as razões são simples: promover o anti-semitismo - condição sine qua non - ontem, como hoje - da emigração para Israel; e criar o foco de antagonismo a partir do qual surgirá a segunda guerra, necessária para assegurar o estabelecimento territorial da entidade sionista - tal como a primeira o foi para o seu estabelecimento político.»
Se já percebeu isto, então eu diria que vai avançado. :O)
É, pelo menos, o primeiro que aqui, em 11 anos, eu vejo a manifestar entendimento por esse pequenino cerne da questão.
Pois, é mesmo o cerne dessa questão.
Já o andava a rondar há muito tempo, mas foi apenas depois de ler o Reed que fiquei esclarecido.
Esclarecido, isto é, no que respeita ao rumo que as coisas levaram e levam e em relação às forças que condicionaram as correntes e dinâmicas do séc. XX.
Porém, apenas abriu caminho a uma questão muito maior. Dantes estava convencido que era a finança internacional, esse conjunto, ou rede, de pessoas que põem e dispõem da criação do dinheiro, que puxava os cordelinhos.
Mas agora já não estou nada convencido. Existe, como decorre da proposição acima enunciada sobre os alemães, um desígnio, - não lhe chamaria religioso; e nem metafísico ou filosófico pois são termos que não domino - mas pelo menos um propósito mais que ideológico, supra-ideológico, que faz tocar essa gente. Supersticioso é talvez o termo que melhor se lhe adequa.
É pelo menos essa a premissa do livro do Reed e a exposição é convincente, mesmo avassaladora. Mas ainda assim é difícil crer que um desígnio sob a forma de superstição tão tribal e primitiva - patente pelo materialismo exclusivo do resultado e recompensa, daí que não se possa falar em religião - exerça um domínio tal sobre homens tão poderosos, tão (aparentemente) sofisticados, como esses financeiros - já no pináculo da existência material, para não falar em todos os outros.
O que assombra não é uma conspiração em si, nem uma que exista ao longo de gerações. É a forma como manipula os que se crêem, e são sob todas as aparências, os próprios manipuladores.
E daí, talvez seja esse o segredo. Talvez a superstição dependa do poder em si para existir, para exercer o seu poder.
Talvez, como hoje se manipulam os seres microscópicos como armas, aquela seita tenha conseguido apurar a forma mais eficaz de manipular a corrupção que é própria do poder sobre aqueles que o detêm...
Não sei. Aqui já não tenho pé.
Com três letrinhas apenas se escreve a palavra... M-A-L.
É a conclusão que se insinua, despenhando-se ribombante.
É o diabo, esta merda... ahaha!
Já nos tempos do Napoleão foi um brincadeira à fartazana.
E olhe-se às fronteiras que forem feitas nesse tempo na Europa que ainda hoje perduram.
Enviar um comentário