Relembrando um trecho sempre oportuno dum postal que aqui postei há pouco mais de um ano atrás:
Pois bem, na sociedade americana constatamos este sinistro paradoxo: ao mesmo tempo que é uma sociedade que faculta, facilita e incita ao desregramento, à violência, ao ego-rex, é uma nação com acessos paroxísticos e desgrenhados dum exorbitante e rústico puritanismo, duma moralidade a raiar a histeria evangélica, em recriação grotesca e labrega do génesis primordial - que é como quem diz, do paraíso como mero pretexto para o castigo e a condenação. Da liberdade como estreito parque jurássico para o pecado e a culpa. Tudo isto, claro está, coado, filtrado e bombado através de ecrãs. Absorvido, injectado e subministrado por via intra-venal. Uma nação genuinamente esquizofrénica? Temo bem que sim. E, no entanto, uma horda desenfreada que se arvora o título de locomotiva do progresso e da civilização. Exportadora em série e por atacado da sua própria esquizofrenia particularmente furiosa. Em todas as áreas e domínios, da cultura à economia, da educação à segurança, da ciência à propaganda. De tal modo que, ao mesmo tempo que são os que mais desrespeitam limites de défice, dívida ou tratado, são, com idêntica pressa, superlativa velhaquice e por manhosas vias, os que mais insuflam nos outros a exigência de austeridade forçada, crise crónica e rigor nas contas públicas. Ou, exemplo ainda mais emblemático, a sociedade que mais liberdade exporta pelo mundo, que mais libertação e democracia salda ao desbarato, é aquela que mais prisioneiros fabrica entremuros. Faz lembrar aqueles psicopatas que passam na rua por beneméritos e em casa brutalizam a mulher e os filhos. Ou aquele personagem de Stevenson que de dia era médico e à noite monstro.
Tem, de resto, imensa piada fazer uma paralelismo entre a Europa num furioso regime de austeridade, sobretudo em dieta militar (cruzes credo, nada de rearmamentos nem recaídas belicosas!) e uns Estados Unidos a torrarem à tripa forra em toda a espécie de gadgets, bombardeiros estratégicos, super-bombas, israelo-subsídios, operações desvairadas e esquadras sumptuosas por esse desgraçado mundo fora, num total declarado e descarado de 902.2 biliões de USD, fora o tal não declarado (e cada vez mais descarado) oriundo de tráficos cobertos e lavagens diversas, CIA-made, que igualará senão duplicar essa maquia.
De tal ordem. que as imagens que se seguem são duma eloquência brutal:
Já agora, uma curiosidade: sabem a quanto ascendem as despesas militaes do Irão, essa ameaça maior para a humanidade democrática em geral e para a nata dessa orbe, os Estados Unidos, em particular?
Qualquer coisa como 7 biliões. Quer dizer, pouco mais que as despesas militares de, imaginem... Portugal.
A propaganda é fodida, não é?...
9 comentários:
e foi mesmo com esse orçamento que eles venceram o Iraque há uns anitos
caramba, isso é que é maximizar recursos
com tanta maximização até são capazes de fazer uma bomba atómica a partir de um chá de menta
E, no entanto, o Muja&$%din, enfim, o coiso do Irão, parece o Garnizé da casa da minha sogra. Pequeno, franzino, altivo, petulante, nobre, nervoso, mas faz frente aos galos maiores e nunca recua. Leva porrada todos os dias. Os galos a sério, aqueles que qurem manter o harém, saltam-lhe em cima e com os seus 2 kilos e meio esmagam o pobre garnizé. Mas ele nao se fica. Às vezes dou comigo a atirar pedras aos galos quando eles estão em cima do pequeno garnizé a ver se lhe uma hipotese de fuga. Nessa altura o tipo levanta-se meio torto e... salta de novo para o galo. E tudo recomeça.
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É impressionante como existe «gente» assim.
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Apadrinhei o garnizé. Ninguém o vai ver na panela. Tipo de coragem.
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Ora bem, o que é que isto tem a ver com o Muja~%%&din, o coiso do Irão?
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Nada, excepto o facto desse tal Muja%&%$din não ter um padrinho como eu...
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Rb
Não é nada Muja%&%%din é o Ahma%&/jad, caraças.
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Rb
":O))))))))
Portgal gasta assim tanto?
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Olhe, dragão, pensava que era CINCO vezes menos. É que se fosse esse o valor, o defice podia ser resolvido de imediato.
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Anyway, a perigosidade militar em caso de guerra mede-se pelo volume do PiB. Quer dizer, que disponibilidade de dinheiro pode usar um país para fazer a guerra.
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E o Irão não tem dimensão economica para manter uma guerra fora de portas com Israel, muito menos ser uma ameaça aos eua. A não ser que seja uma guerra do tipo mandar coisos pelo ar de um lado para o outro. Mesmo assim, penso que demoralizam quando enviarem os 50 primeiros misseis e estes forem interceptados.
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A Turquia é outra estória... é a unica potencia militar séria na região, a par de Israel. Mas a Turquia foi amestrada na Nato.
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Assim, na região um Irão demasiado forte incomoda muita gente. Os Arabes do petroleo não gostam e querem muito empobrecer militarmente o Irão. O Iraque ainda não consegue fazer-lhes frente. A Siria e o Libano são satélites sem importancia militar.
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Dentro da lógica Gringa, de equilibrio regional de forças, enquanto o Iraque não enriquece militarmente, há que empobrecer o Irão. Assim mantem-se tudo na devida ordem. A america hoje faz umas festinhas aqui, umas chapaditas acolá, uns puxoes de orelhas de permeio e pronto garante a estabilidade necessária ao comercio de petroleo. Basta, aliás, colocar um Portinha Aviões por perto e de vez em quando usar o material militar em stock que está perto do prazo de validade.
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Agora, ao contrario do que se pensa, esta pseudo-guerra com o Irao aproveita os interesses de Israel. Desde que eclodiu nunca mais se ouviu falar dos colonatos e da palestina. Quanto mais tempo durar esta estória, melhor. Não faz mortos, não magoa ninguém. Mandam umas bocas, fazem uns Virus Flame e Stnext que lixam os recatores, os Iranianos reactivam programas nucleares, voltam os fiscais da ONU, depois chegam à conclusão que quando reactivaram o programa carregarm outro virus, que entretanto se auto-destroi quando é descoberto e pronto, vai-se alimentando uma novela que cabe na perfeição aos dois paises envolvidos - ao Irão e a Israel.
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Rb
A analogia do garnize é claramente um exagero: já vi garnizés a darem porrada em galos.
No caso, se insiste em comparar o Irão a um garnizé, os Gringos são mais da dimensão, nem direi duma raposa, mas duma hiena malhada (raposa não, porque é um animal nobre e astuto). E quanto a zoologia, estamos conversados.
A sua visão da lógica gringa é um pouco idílica. Quase que nos incita à crença no melhor dos mundos. A realidade, todavia, não a corrobora. O melhor está cada vez pior - e do ponto de vista europeu, que é o que nos interessa em primeira instância, o pior anuncia o péssimo.
Quanto a Israel, esse eden recauchutado, cercado por criaturas infernais e abismos ameaçadores, neste momento já vai no segundo israelita que se imola pelo fogo em protesto contra a miséria em que vive. Vai na volta, a "primavera árabe" quando chega não quer cá saber de histórias nem birras snobs: é para todos... os árabes.
:O))
« é para todos os árabes»
ahahahahahhahaha
Porra ò Rb, fiquei inicialmente estupefacto com o seu comentário! É que pensava que era eu!
Quanto mais lia, mais estúpido ficava. Garnizé? Padrinho? Levo porrada todos os dias ("só quando me meto com a Zazie", pensava eu) ? E é que eu até gosto de garnizés.
Tive também uma vez um que era pequenino mas danado como o Diabo. Era mais ou menos como o que V. descreveu só o que o meu não precisava de padrinho. Aliás, se lá fosse o potencial padrinho arriscava-se a comer também! Ahaha o cabrão tinha esporões quase do tamanho das pernas, e pareciam navalhas. E não se batia só com outros galos! Também tinha gansos com que se medir. Ora os gansos também não são bons de abocar e nunca se ficam, de maneira que foi necessário separar as populações! Ehehe
No fim, levou-o uma salta-pocinhas e só ficaram as reluzentes e orgulhosas penas negras da cauda...
Por isso, é como o Dragão diz.
Quanto à hiena além-Atlântico,
o Irão não tem dimensão economica para manter uma guerra fora de portas com Israel
Israel é que não tem dimensão económica, diga antes assim. Não fossem os subsídios do taxpayer gringo, e os merkavas e os apaches não se mexiam com falta de sumo. Não subestime o Irão. Quanto mais não seja, numa guerra terão sempre uma vantagem: estarão a lutar pela vida e pela terra. Não há armas que compensem isso. Demais a mais, desengane-se se pensa que aquilo vai ser um walk in the park como foi o Afeganistão e o Iraque. A parte difícil nessas guerras veio depois, com a ocupação. E chegou e sobrou para os Américas. Mas o Irão vai ser diferente. Hão-de pagar em sangue todo o metrinho de terra conquistado, toda a missão de bombardeamento. E tudo isto para apenas enfrentarem de seguida uma resistência brutal e, estou convencido, sem precedentes na história da Humanidade (repare que, para muitos efeitos, os iranianos estarão a resistir aos exércitos do inferno, literalmente), à ocupação que terão de fazer para intentarem mudar o regime como hão-de querer fazer certamente. Ocupação que, tal como nos casos anteriores, não estarão minimamente preparados para fazer por ser cara, exigir um grande número de tropas e não oferecer as possibilidades de gastar material bélico extremamente caro, em suma, não servir para ganhar eleições. É de loucos, e só se compreende pelo facto de a hiena ter coleira e trela e ser constantemente acirrada. E todos sabemos qual é a mão que segura e controla a trela. V. não gosta, mas é o que é.
A Siria e o Libano são satélites sem importancia militar.
Pois, mas o que é certo é que em 2006, uma milícia de um desses satélites sem importância militar resistiu a, e conteve durante semanas, uma ofensiva israelita em larga escala que devastou o país. Nada mau para um satélite sem importância militar, não?
Muja, Irão não tem capacidade de manter no tempo uma guerra convencional com Israel ou com outro qualquer.
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Israel tambem não tem;
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Mas tem uma enorme vantagem que é a capacidade aérea, tanto a nivel de aviões, como ao nivel de misseis. Israel nunca pode entrar numa guerra para durar no tempo. Não tem estofo economico para a manter. Se falhar o ataque inicial massivo de destruição de pontos estratégicos do inimigo é dizimado.
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Em todo caso, Israel tem 60 anos e produz um PiB superior ao do irão, sensivelmente igual ao portugues que tem 600 anos de existencia.
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Recentemente adquiriu avioes de ultima geração na america... que fazem toda a diferença. Um negócio de 20mil milhões de dolares, mas aonde Israel participa activamente na construção.
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O Irão e o Iraque tem a mesmissima perigosidade militar. Andaram em guerra durante 10 anos e nenhum teve supremacia sobre o outro. De certa forma, uma guerra com os gringos é uma guerra perdida numa semana. Vc sabe, nem é preciso ser muito entendido, para se adivinhar uma chuva de misseis que imobilizam o exercito todo adversário.
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Uma guerra, paga-se. Literalmente. É mesmo apresentada uma factura de despesas de guerra. E enquanto não for liquidada essa verba os soldados não saem. Tambem foi assim na ocupação da alemanha na frança. Os boches quando atingiram paris apresentaram o valor a ser pago equivalente a 100 milhoes de euros por dia aos franceses. Sacam os recursos enquanto esse valor nao for pago. É assim. No Iraque, a ideia foi a mesma.
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Os boches legitimaram a verba porque foi a frança que declarou a guerra primeiro, juntamente com a inglaterra. Os gringos legitimaram o saque ao iraque baseando-se nas resoluções da ONU que por sua vez se basearam em falsas provas. É por este motivo que a guerra tem de parecer um acto de defesa e não o contrario. A procura de armas de destruição massiva não serve apenas para provar à opinião publica a razão da guerra, mas tambem para justificar o pagamento do esforço de guerra.
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Atente-se bem ao que a Alemanha teve de pagar pela guerra injustificada que fez.
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No ultimo caso a coisa saiu mal aos gringos. O embuste que Bush levou a cabo saiu furado. Não podem sacar o petroleo à má fila para pagamento do esforço de guerra. Ainda não sei como ficam as contas depois de se ter descoberto a verdade, mas estes tipos, a gringalhada, arranjam formas de indirectamente se fazerem pagar.
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Portanto, quando o Irão alimenta a necessidade em fazer a guerra para contê-lo está a dar trunfos ao adversário que pode muito bem precisar urgentmente de receber uns dinheiros.
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A atitude mais inteligente é fazer contrario. Como faz Israel. Que diz sempre não pretender a guerra, mas se for necessário defender-se-á. O Irão usa a estupidez. Ameaça alguns paises... a páginas tantas, de tantas ameaças efectuada, os atingidos lá conseguem uma resolução... invade-se o país e recolhe-se a riqueza.
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Não é preciso cacarejar como um Garnizé para se mostrar poderoso. As coisas funcionam ao contrario. Calados, os adversários esperam o momentum certo e quanto mais o outro cacarejar, mais certa será a guerra, porque mais certo será o saque obtido.
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Esta gente é estupida. É culta, mas é estupida como uma porta. A sério. O Saddam se tivesse ficado calado e abrisse as portas não estava morto, nem o iraque tinha sido invadido. Mas são estupidos. Garnizés. Cacarejadores. Eles deviam saber que existem pessoas na Gringolandia a fomentar o caquerejamento. É isso que alimenta as resoluções e legitima o saque. Bando de estupidos.
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Um estupido não pode ser lider de um país.
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Rb
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