sexta-feira, agosto 03, 2012

Entre sociopatas e sociocidas



«Amid the economic crisis that began in late 2008 (and which continues to the present day), most governments have been cutting back their spending dramatically on education, health care, housing, parks, and other vital social services. However, there have not been corresponding cuts in their military budgets.
Americans, particularly, might seek to understand why in this context U.S. military spending has not been significantly decreased, instead of being raised by $13 billion — admittedly a “real dollar” decrease of 1.2 percent, but hardly one commensurate with Washington’s wholesale slashing of social spending.»

Quando assistimos ao clamor desinsofrido dos nossos pseudo-direitistas pela diminuição drástica e urgente no consumo orçamental com despesas "sociais", invariavelmente constatamos o silêncio mais solene e bizarro quanto ao consumo galopante (e no caso americano, verdadeiramente junkie) com despesas "sociopatas" (militares e securitárias). Segundo estes pensadores de saguão, gastar com a manutenção interna de escolas, hospitais, estradas e demais infraestruturas é péssimo e prejudica a exonomoia, tanto quanto expolia os contribuintes: em compensação, esbanjar com a destruição ou degradação de infraestruturas e condições de vida externas, senão óptimo, é um bem acima de qualquer crítica ou suspeita. No fundo, trata-se de mais uma espécie de globalização naturalmente democrática, quer dizer, o Estado transformado em instrumento de infernalização não apenas do estrangeiro mas também do indígena. À falta da distribuição da riqueza, distribui-se a desgraça. e a miséria. Aliás, faz imenso sentido: dado que o estado passou a ser anti-nacional deve tratar todos por igual: os endógenos e os exógenos, os de fora tanto quanto os de dentro. Eis, pois, a o novo capítulo da igualitarização às fatias. Ao mesmo tempo que o contribuinte paga para que brutalizem uns anónimos quaisquer num país longínquo, vê-se também brutalizado no seu próprio país, não apenas através da extorsão, como, sobretudo, da persecução, da degradação e da devassa sistemática.
Por seu turno, a nossa pseudo-esquerda embarca no mesmo silêncio cúmplice. A sua diferença em relação à pseudo-direita, além de nenhuma, resume-se a um detalhe mais aparente que eficiente: advoga o estado como instrumento da filantropia externa e de confiscação interna a bem não exactamente das genuínas necessidades ou razões sociais, mas da burocracia que se inflama, procria e prolifera em nome da assistência a essas necessidades. O que os outros se propõem delapidar em armamentos e políciarreias, entendem estes consumir em comissões, direcções, departamentos, institutos, fundações, observatórios, juntas, autoridades, e, claro, associações excursionistas e de apoio a toda a espécie de aberração catita ou minoria da moda. A generalidade da população desamparada tem assim à escolha entre um regime de gansgsters, onde uma minoria oligárquica se governa alarvemente com a maioria, ou um regime de proxenetas, onde uma minoria burocrática governa, em nome da maioria, para minorias criptofaccientes. Ou dito mais sinteticamente: podem optar, não me canso de dizer,entre sociopatas e sociocidas.
Neste quadro geral, o mínimo que se pode deduzir é que fugir aos impostos deixa de constituir crime perante a consciência. Raia já, tanto quanto um dever (moral), um direito ancestral: o de legítima defesa perante o risco da própria vida.


8 comentários:

menvp disse...

Para já, para já, na minha opinião, a contestação deve seguir o seguinte caminho:
- REIVINDICAR o Direito à defesa do contribuinte!!!
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-> De facto:
Votar sim!
… mas…
Votar não é passar um cheque em branco!!!
Leia-se: O CONTRIBUINTE TEM DE DEFENDER-SE!!!!!!
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TOCA A ABRIR A PESTANA:
- o cidadão não pode ficar à mercê de pessoal que vende empresas estratégicas para a soberania – e que dão lucro (!?!?!) -, e que nacionaliza negócios “madoffianos” (aonde foram ‘desviados’ milhões e milhões); ex: BPN.
- Democracia verdadeira, já! -> leia-se, DIREITO AO VETO de quem paga (vulgo contribuinte).
[veja-se o blog «fim-da-cidadania-infantil»]
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E MAIS: o Direito ao Veto de quem paga (vulgo contribuinte) também será uma forma de proteger políticos sérios face às ameaças de pessoas sem escrúpulos (que se consideram donos do dinheiro dos contribuintes): veja-se, por exemplo, o caso que aconteceu na Junta de Freguesia da Segura, Castelo Branco, em Junho de 2012.
Explicando melhor, a 'coisa' não pode ser vista como «trigo limpo, farinha Amparo»... isto é, ou seja, no meio de de políticos não-corruptos poderão sempre existir políticos corruptos - e vice-versa -,... consequentemente, como é óbvio, é MUITO MUITO importante que os políticos não-corruptos se sintam apoiados pelos contribuintes... e, como é óbvio, o Direito ao veto do contribuinte... será uma forma de os contribuintes apoiarem os políticos não-corruptos.

zazie disse...

Ah, podes crer. É autêntica legítima defesa.

Anónimo disse...

Atrás da direita e da esquerda não estão seres humanos que, naturalmente, no poleiro, têm o direito de "comer" mais e melhor. Agora, armas ou ajudas humanitárias, são apenas pretextos para um bom repasto, né?

Anónimo disse...

Atrás da direita e da esquerda não estão seres humanos que, naturalmente, no poleiro, têm o direito de "comer" mais e melhor. Agora, armas ou ajudas humanitárias, são apenas pretextos para um bom repasto, né?

Diogo disse...

Com uma classe política a soldo da Grande Finança, pagar impostos é pecado. Que a economia paralela dispare, são os meus votos. E por falar em disparar, que as caçadeiras que pululam por esse país esqueçam as perdizes e se foquem nos Coelhos e afins. A época da caça está escancarada. Que esperam os nossos caçadores?

Anónimo disse...

Na verdade, "contribuinte" e "impostos" são conceitos contraditórios, uma vez que contribuinte associa-se a uma certa liberdade de acção enquanto "impostos" implica uma obrigação que afasta qualquer livre arbitrio. Na minha humilde opinião, os contribuintes deveriam ter a possibilidade ou voluntariedade, se quiser, de contribuir ou não para o bem público. Numa sociedade real, a contribuição tributária deveria ser voluntária em conformidade com a formação civica dos seus dadores, enquanto a classe dita politica deveria ser como a ordem franciscana, mendigando junto dos contribuintes as esmolinhas pela res publica.

Anónimo disse...

... e no entanto, a acreditar que a economia paralela, aquela que nao paga impostos, anda na ordem dos 25%, todas aquelas percentagens sobre o PIB que motivam os cortes e a austeridade deixariam de fazer sentido. Se o PiB sujeito a impostos subisse aqueles 25%, as despesas ditas sociais, a saude e a educacao e pensoes, nao teriam a relevancia que hoje têm.
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Ao governo cabe tomar medidas para que os que se sentem moralmente dispensados de contribuir, o nao possam fazer. E como é que se motiva os fugitivos morais de impostos?
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Assegurando que todos pagam proporcionalmente menos.
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Isto implica acabar com liberdades que só aproveitam aos moralistas da fuga persistente. Bastaria acabar com o sigilo bancario, controlo de capitais na fronteira, e baixar as taxas de imposto, para ver o influxo de dinheiros negros a regressar a todo vapor.
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Por que raios um tipo q aufere rendimentos por conta de outrem tem de pagar até 40% de imposto e um outro que nao o declara, que o deposita na sua conta bancaria, aqui ou numa off shore fica isento?
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Porque é que eu posso ter uma conta com algumas centenas de milhares de euros sem pagar um tusto, enquanto outros tem de o declarar?
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Ou pagam todos ou ha moralidade.
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Se a moralidade é fazer com os mesmo de sempre continuem a pagar, pois nao sairemos da cepa torta.
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Nao custava nada. Um deposito efectuado em conta bancaria nao justificado é um rendimento tributavel. Nao querem depositar o dinheiro negro porque o fisco vai tributa-lo? Escondam-no debaixo do colchao. Um dia vao ter de usa-lo... A nao ser que o objectivo ultimo de ganhar dinheiro for esconde-lo e nao mexer nele.
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Afiancam os moralistas que havera uma fuga de capitais. Para onde? Para quê? alguma vez enviava dinheiro para fora se nunca o pudesse usar no meu país?
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A nao ser assim, entao só existe outra hipotese. Transformar Portugal num país de lavagem de dinheiros negros. Atrair os dinheiros da tal moralidade universal. És traficante? Queres introduzir a massa num banco ocidental? Vem, Portugal abre-te as perninhas.
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Nao faltariam candidatos. Existem uns 15 trilioes em paraisos, parqueados. É o dinheiro da globalizacao. Aquele dinheiro que as Apples deste mundo ganham a fabricar na china para exportar para a america. Os lucros, esses, que deviam ser repatriados para o pais de origem da marca, sao triangulado nas off shores. Nao pagam imposto. Ora, se naopagam imposto, a alternativa dos governos é taxar os mesmos de sempre. Os trabalhados por conta de outrem. Como esse saque ao povo que tabalha nao vai chegar, inicia-se a segunda fase... Taxar o patrimonio das pessoas. Tudo. Tens casa, terreno na aldeia, investiste num arrendamento? Estas lixado.
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Mas mexer no segredo bancario?
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Nao, isso é coisa esquerdista, afiancam. E nós prezamos muito a nossa liberdade em fugir o mais que podermos. Quem nao pode fugir que pague a crise.
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Rb

Anónimo disse...

Em espanha até ja tomam medidas para cobrar a lancheira que os alunos levam para almocar.
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Nem pobre se pode ser à vontade.
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Rb