domingo, março 12, 2023

Ricochetes sancioneiros

 


«Como o Silicon Valley Bank colapsou em apenas 48 horas»


O banco das startups e dos unicórnios foi ao charco. Colapso fulminante. Não tenho qualquer dúvida que não existe actualmente qualquer banco no mundo que resista a uma corrida aos depósitos. Posso estar enganado, oxalá esteja, mas mantenho a aposta. Aguarda-se agora algum efeito dominó. Para tentar compreender estes fenómenos do arco-da-velha, esqueçam os economistas. Vão directo aos astrólogos. 

PS: E, para cúmulo, não era russo, o tal banco, vejam lá bem!...

PS2: Isto da pocilga da Disneycrânia levanta uma questão: pode um buraco negro atrair/engolir outro? Era ouro sobre azul. Curiosamente, a bandeira dos Kievitas.

26 comentários:

Figueiredo disse...

As pessoas não imaginam o que aí vem, nem sequer sonham que a catástrofe tem estado a ser retardada via prisão domiciliária dos cidadãos (vulgo confinamento), ou na tentativa desesperada por parte dos Anglo-Sionistas de provocar a Terceira Guerra-Mundial, para desviar as atenções do gigantesco colapso deste sistema liberal económico-financeiro disfuncional, corrupto, desigual, e usurário.

- Have The Bank Runs Just Begun?

https://kolozeg.org/have-the-bank-runs-just-begun/

Anónimo disse...

Caro Dragão , perdoe o jargão , é que ele há coincidências do caralho...

https://m.youtube.com/watch?time_continue=1&v=OKEDivgNMaM&embeds_euri=https%3A%2F%2Fwww.google.pt%2F&feature=emb_logo

passante disse...

> não existe actualmente qualquer banco no mundo que resista a uma corrida aos depósitos.

Duvido que alguma vez tenha havido algum banco capaz de resistir a uma corrida aos depósitos, a menos que o negócio fosse só cobrar aos clientes para armazenar ou transferir dinheiro (o negócio original dos italianos medievais).

Desde que se meteram no negócio de emprestar a longo prazo - "transformação de maturidade", penso que se chama em economês - são óbviamente incapazes de restituir os depósitos instantaneamente.

Nem são precisas tropelias modernas, que decerto abundam.

dragão disse...


«Desde que se meteram no negócio de emprestar a longo prazo»

Podemos traduzir por Ponzi scheme? :O)

Vivendi disse...

Mais um episódio de a Rússia está a perder a guerra é preciso mais sanções.

Como bem referido acima o actual negócio bancário é uma fraude completa, os bancos nem 10% dos depósitos possuem.

Cuidado com os bank holidays, o ‘tsunami’ financeiro pode expandir-se rapidamente e o confisco será muito rápido.

A etapa seguinte irá ser apresentado como a grande salvação da humanidade, do clima, o dinheiro apenas em sistema digital e assim melhor arrebanhar a populaça com direito a pontuação social e campos de concentração citadino de 15 m pejados de QR Codes.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade_de_15_minutos

Anónimo disse...

Pqp

dragão disse...

Sim, PQP! Mais um invertido mental. E essa cloaca do Observador traduz bem donde lhe vem o guito. Raio me parta se não mija ali o NED...

Vivendi disse...

"O Silicon Valley Bank é o décimo sexto maior banco dos EUA. É grande, portanto. As autoridades fecharam o banco, há alguns dias. A FDIC (Federal Deposit Insurance Company) garante que todos os depositantes receberão o seu dinheiro, até ao limite de 250.000 dólares. Ora, mais de 97% dos depositantes estão fora desse limite e portanto perderão o seu dinheiro. É a segunda maior falência dum banco americano. Não é um fait-divers.
Bancos fecham, periodicamente, este caso não é inédito. Mas é um estoiro grande. A questão que se coloca nestes casos, evidentemente, é saber que tipo de efeitos sistémicos isto provocará e se tais efeitos são geríveis e se se pode evitar um efeito de dominó, sempre perigoso. Talvez, hope so! Mas a saúde do sistema bancário americano não é famosa, nesta altura. A da economia também não. O dólar está sob ataque, como é bem visível desde há algum tempo. Muitos outros bancos podem estar directa ou indirectamente expostos ao estouro do SVB. E, claro, se a banca americana se constipa, a europeia apanha uma pneumonia.
Não sei o que vai acontecer. A coisa fica por aqui ou o SVB é apenas a primeira peça do dominó a cair? É de estar atento. Curioso, pelo menos."

PMC

Vivendi disse...

"… simplesmente ridículo!
Pararam a economia durante 3 anos por causa de uma suposta epidemia…
Agora disparam a inflação e os juros bancários, porque decidiram „castigar“ a federação russa…
Entretanto andam a recolher as últimas munições, e ferro velho para mandar para a Ucrânia…
Enquanto a Rússia, reduz as suas importações ao nível de 1992, e tem os melhores anos de exportações de sempre…
Aquilo que a Rússia até há um ano importava, agora estão a produzir eles próprios… por toda a Rússia Surgem empresas como cogumelos na floresta…
O governo russo, reduziu os preços dos alimentos, produzidos na Rússia…
E aumentaram os preços de tudo quanto é importado para 3 ou 5 vezes…
De forma que se torna um bom negócio, produzir aquilo que antes se importava…
Portanto estamos a destruir a economia ocidental e a fomentar a economia russa, chinesa e indiana…"

RF

Vivendi disse...

Estas são as empresas que divulgaram a sua exposição ao Silicon Valley Bank, ainda a procissão vai do Adro.
- #Círculo: US$ 3,3 mil milhões
- #Roku: $ 487 milhões
- #BlockFi: $ 227 milhões
- #Roblox: $ 150 milhões
- #Ginkgo Bio: $ 74 milhões
- #IRhythm: $ 55 milhões
- #RocketLab: $ 38 milhões
- #SangamoTherapeutics: $ 34 milhões
- #LendingClub: $ 21 milhões
- #Payoneer: $ 20 milhões
Apavorante?!!!
Não…
A pior parte é que o SVB tem quase $ 200 mil milhões em depósitos com 97% desses depósitos acima do limite #FDIC de $ 250.000 🤦‍♀️
Coisas assim nunca podem acabar bem.
"Oh
POR FALAR NISSO
É bom saber quem é a Administração do Silicon Valley Bank:
- CEO: Diretor do San Francisco Fed hahhahah
- CFO: Ex-analista da Freddie Mac hahhaha(os pais do subprime) hahhah
- Chief Admin Officer: Ex-CFO do Lehman Brothers (olhem só que coincidência hhhahhah)
- Chief Risk Officer: Liderou as classificações de crédito em 2007 (é mais um especialista e logo em crédito hahhahah)
- Chief Legal Officer: General Counsel do Citibank em 2008 ( Este é general atenção)"

muja disse...

Então - ó Dragão! - bancos vai tudo corrido a Ponzi? O dinheiro tem dois lados mas os bancos só têm um? Eheheheh!

Vejamos... Há aqui alguém que não tenha dinheiro num banco? Então é fraude mas participais nela voluntariamente? Eu votei uma vez na vida, mas foi só para ver como era uma cabine de voto por dentro...

O que é "depositar" dinheiro num banco? Qual é a diferença entre isso e meter o dinheiro num cofre alugado no mesmíssimo banco?

PS: Já acabou a série do dinheiro?

Anónimo disse...

Um passarinho disse-me que o principe e a preta exilados , ficaram sem xeta...

Anónimo disse...

Muja,

Respondendo à sua questão, é uma questão de pormenor jurídico, de onde resultam algumas consequências relativas à repartição do risco.
Num depósito bancário "à ordem", a propriedade do dinheiro transfere-se para o banco, este fica com a obrigação de entregar o montante depositado em igual montante, na medida em que a coisa depositada é fungível.
No caso de alugar um cofre e colocar lá uma nota, não há transferência da propriedade. Aquela nota, com aquele número de série etc., é sua, assim como os outros artigos que lá tiver colocado.

Miguel D

Anónimo disse...

Quanto aos silicornos, é sempre divertido ver como o Carl Schmitt até de finanças entendia.
Quando expulsavam as famílias de São Francisco que não conseguiam acompanhar os preços da bolha imobiliária era o mercado a funcionar.
Quando o banco vai ao ar, já querem que o seguro dos depósitos valha para todos os amigos, não apenas para o limite estabelecido na lei (até $250.000). Até dizem que se não salvarem os depositantes acima do limite legal, os chineses vão ficar com os segredos tecnológicos mais importantes e o fim do mundo em cuecas.

Miguel D

muja disse...

Miguel,

Ainda bem que respondeu, que assim já não preciso de responder eu a mim próprio.

Contudo, discordo do emprego do termo "pormenor". Não é um pormenor, é um por-maior. E não apenas jurídico, mas real pois a natureza dos dois contratos é fundamentalmente diferente.

Como diz, no caso do "depósito" há uma transferência de propriedade. A troco de dinheiro obtém-se uma participação no balancete do banco, com certas obrigações associadas. No limite, obtém-se um lugar na hierarquia de credores do banco, e nem sequer dos últimos.

O contrato que se estabelece com o banco não é fraudulento em si, excepto eventualmente na confusão que se mantém pelo emprego de termos pouco rigorosos. Que aliás também acontece com os ditos empréstimos. Mas serão os bancos os principais culpados? Talvez. Mas não serão os únicos.

Mais uma consequência da liberalização e das teorias filosóficas iluminadas: a obsessão com a matemática dos fluxos de dinheiro em prejuízo da natureza dos contratos - que é o aspecto moralmente relevante.



muja disse...

Por exemplo, tente fazer entender aos nossos circunstantes que a propriedade do dinheiro que "emprestarem" num contrato de mútuo é transferida e que, de facto, o dinheiro que "emprestaram" deixa de ser "deles". Ehehehe!

E, contudo, é indispensável perceber tal coisa para se perceber porque é a usura imoral em quaisquer circunstâncias...

dragão disse...

«Então - ó Dragão! - bancos vai tudo corrido a Ponzi?»

Estava a ser irónico, ó desaparecido em combate!...

Mas não anda longe disso, pois não?. Aliás, pelo que se verifica a cada rebentamento, é mesmo isso. Por conseguinte, e por ser para si: sem tirar nem pôr.

Já diz o ditado: à primeiro caem todos, à segunda cai quem quer, mas à terceira só caem mesmo os burros. Ou otários, passe a redundância.

Você tem dinheiro no banco? Então, olhe, os meus pêsames. Eu, o meu, também o entrego religiosamente, mas é a uma bruxa alquimista que o transforma em ouro. Tem uma penca um bocado suspeita, mas dado que cumpre com fidúcia, faço de conta que não vejo. E dado que acumula com dona do bordel, junta-se o útil ao agradável. O Ildefonso também acha.

A série do dinheiro não acabou. Mas aqui gostamos de fazer render o peixe. Portanto, vai... mas vai nas calmas. 😎 Temos outras prioridades. O Putin não me paga para filosofices.

muja disse...

Dragão,

Então mas no fim, rebente que não rebente, não pagam sempre os mesmos?

No Ponzi pressupõe-se a tal vontade ou querer... Do meu ponto de vista, contudo, nestas coisas pagam sempre os mesmos, queiram que não queiram...

Portanto, essa do só os burros caem, é verdade. Caem. Mas em quê? Ahahaha!

Posto de outra forma, já que pagam sempre os mesmos não era de deixar rebentar até ao fim para, uma vez que fosse, pagarem só os burros? É uma sugestão...

PS: Em combate, sim, mas desaparecido, não... Cá estou, sempre de plantão. Mas o Putin a mim não me paga, muito menos para chover no molhado... Que mais diria eu além do que já diz V.ª? Concordo, subscrevo e emolduro, eis tudo.

dragão disse...

«Por exemplo, tente fazer entender aos nossos circunstantes que a propriedade do dinheiro que "emprestarem" num contrato de mútuo é transferida e que, de facto, o dinheiro que "emprestaram" deixa de ser "deles"»

isso é muito interessante. Sobretudo porque o próprio "eles" (ou "nós) enquanto titulares de propriedade é uma ficção.

Outrora, toda a propriedade, num sentido fundamental, traduzia um empréstimo: de Deus. Agora Deus foi usurpado pelo Estado, com todas as frescuras inerentes. Mas pior, com todos os bandos a armar ao "Fundo" que o tripulam, manipulam e ordenham. Continua a ser um empréstimo, logo que se nasce, mas com juros, taxas e corveias cada vez mais exorbitantes.

Curiosamente, o problema dos juros (que já desgostava Aristóteles e depois S.Tomás) surgiu na Grécia Antiga (e deu cabo da civilização grega). O termo usado para dizer "juro" era o mesmo para dizer pimpolho/filho - tokos. E assim começou a competição paralela entre a Vida e a riqueza - a bios e a plutos.

dragão disse...

Eu tenho propriedades. Quer dizer, não tenho: julgo que tenho; faço de conta que tenho. Primeiro, porque morro um dia destes. Segundo, porque o Estado cobra-me renda, imposto e mais o que lhe apeteça sobre a putativa "propriedade". Na verdade, de meu, mesmo, nem é bem a propriedade: é o impropério. Com que cubro, rotineiramente, o Estado. :O)

Mas se ainda fosse o Estado português, vá que não vá; um tipo engolia a drageia a título de patriota, de ajudar os compatriotas. Mas agora é o Estado sabe-se lá donde e sabe-se lá de quê, fora o Estado a que isto chegou.

dragão disse...

Um tema para debate aqui do fórum:

Propriedade ou usufruto?



PS: O outro, pai dos socialismos não marxistas, dizia que toda a propriedade é um roubo. Eu digo: toda a propriedade é uma ilusão.

muja disse...

Ah? Vocência encerra os debates antes de os abrir...

Ehehehe!

Eu diria que se a propriedade é ficção, ou ilusão, os com-tratos não são. E é quase sempre, senão sempre, aí que está o busílis.

dragão disse...

Pelo contrário, abri fórum e tudo.

Mas veja os contratos com o Estado - vulgo Segurança Social e Finanças, por exemplo. Não são con-tratos, são des-tratos. O estado impõe e o otário obedece. Pode fazer como o Agostinho da Silva, que nem BI tinha. Mas a partir do momento que é recenseado, estatistiquizado e burrocratizado já não escapa. Com o requinte das dívidas serem hereditárias. O cidadão bate a bota, mas eles vão bater à porta dos descendentes. Há quem passe pelos sem abrigo e os fite com nojo e desprezo: eu fito-os com admiração!...

Vou mais longe, àquele anormal na origem da maior saloiada que já se viu, um tal Rousseau: o contrato social é uma roubalheira pegada!

Anónimo disse...

Li há pouco o A Cidade Antiga do Fustel de Coulanges e tem umas passagens óptimas sobre as origens religiosas da propriedade, mais especificamente, da casa de família.
Nos primórdios da Grécia e de Roma e até antes, a casa da família, construída em redor de um altar, é o lugar onde se praticam os rituais religiosos de uma religião de base familiar. O pai de família reza as suas preces e canta os seus cânticos ao seu pai, ao pai do pai e por aí fora. Cada família tem os seus ritos e o lugar é absolutamente intransmissível.
A casa de família é insusceptível de ser vendida, está fora do comércio e da disposição do actual dono.
Algo parecido para o direito sucessório.
Uma das piadas do livro é como rapidamente a constituição da cidade vai sendo adulterada e subvertida e como os descontentes, com o tempo, vão capturando o poder económico e político, deixando ao monarca a religião e os símbolos. Até que, no caso de Antenas e de Roma, nem isso fica.
daquela leitura parece resultar uma lei persistente de que a oligarquia é um sistema mais estável porque o rei é só um e o povo é fraco.

Miguel D


Miguel D

muja disse...

Miguel,

Curiosamente, não há muito li um pequeno livro sobre a instituição romana do pecúlio, da autoria de Maître Viguier, advogado de A. Soral que, curiosamente, é especialista em direito sucessório e familiar.

Não dizia nada sobre a casa, mas é verdade que a familia era a unidade social e jurídica básica. O peculius era uma fracção da propriedade familiar, que era administrada pelo pater familias, que podia ser abandonada limitando o alcance dos credores das dívidas contraídas pelos membros menores.

Fundamentalmente, pouco ou nada difere dos conceitos jurídicos modernos de herança, de dotes, ou até de contabilidade de empresas individuais em que há um balancete separado para a actividade profissional ao qual se limitam os credores das dívidas contraídas nesse âmbito restrito.

Portanto, julgo que não é apenas parecido, é mesmo decalcado. Mal e porcamente, com toda a certeza, porque já ninguém liga a estas raízes, segundo o autor.

Ele até vai mais longe e sugere que pode bem ser a origem do conceito moderno de capital.

Seja como for, é extraordinário o muito que já se esqueceu do pouco que alguma vez se soube do que esses Antigos sabiam e faziam.

Sabiam mais a dormir que nós acordados e se não fôssemos todos filhos de Deus, diria que eles até podem ter vindo dos macacos, mas então nós ficámos lá...

dragão disse...

«Quem dera eu não tivesse pertencido à quinta raça de homens, mas ter morrido antes ou nascer depois. Pois agora é a raça do ferro; não mais, quer de dia quer de noite, cessaram as fadigas e as misérias de os apoquentar; e árduas penas lhes concederam os deuses. Todavia, em tudo, para estes se misturavam também bens e males. Mas Zeus destruirá também esta raça de homens mortais, quando, ao nascerem, apresentam já brancas as têmporas. Nem o pai é semelhante aos filhos, nem ao pai os filhos, nem o hóspede ao hóspede e o amigo ao amigo, nem o irmão será caro ao irmão, como era antes. E desonram os progenitores, mal eles envelhecem e censuram-nos, falando-lhes com palavras agrestes, desgraçados, que não conhecem o temor dos deuses, nem aos anciãos que os geraram dão o alimento necessário. É a justiça da força, e um saqueará a cidade do outro. Ninguém será fiel a um juramento; nem o que é justo, nem o bem, mas antes o promotor de males e o homem insolente respeitam. A justiça estará na força; e o respeito não existirá; e o malvado ofenderá quem é melhor, proferindo pérfidas palavras, que apoia com juramento. E a todos os homens, desgraçados, acompanhará a inveja, de palavra amarga, feliz com o mal alheio, de olhar sinistro. Então, a Vergonha e a Justiça, com alvas vestes ocultando o belo corpo, partirão para o Olimpo, para junto da raça dos imortais, deixando a vasta terra, abandonando os mortais.»
- Hesíodo

A raça do ferro. Imaginem agora a ferrugem e a corrosão quase três milénios depois... :O)