«Todavia, inversamente, se me perguntarem se eu quero propor ao meu país como modelo o Ocidente, tal como hoje se apresenta, devo responder com franqueza: não, não posso recomendar a vossa sociedade como ideal para a transformação da nossa, dada a riqueza de desenvolvimento espiritual que o nosso país adquiriu na dor durante este século, o sistema ocidental, no seu estado acrtual de esgotamento espiritual, não apresenta qualquer atractivo. A simples enumeração das particularidades da vossa existência que acabo de efectuar, mergulham-me no maior desgosto.
Há um facto que é incontestável: a Ocidente, o enfraquecimento do carácter do homem; a Oriente o seu fortalecimento. Em seis dezenas de anos o nosso povo e em três dezenas os povos da Europa de Leste, frequentaram uma escola espiritual que deixa muito aquém a experiência do Ocidente. Complexa e mortal, uma vida esmagadora forjou a Oriente caracteres mais fortes, mais profundos e mais interessantes do que a vida ocidental e o seu bem-estar regulamentado. Por este motivo, uma transformação da nossa sociedade na vossa, significaria em determinados pontos, uma elevação; mas quanto a outros - e quão preciosos! - significaria um abaixamento. Não, uma sociedade não pode permanecer no fundo dum abismo sem leis, como é o nosso caso, mas seria irrisório manter-se à superfície lisa dum juridismo sem alma, como sucede convosco. Uma alma humana acabrunhada por muitas dezenas de anos de violência aspira a algo de mais elevado, mais quente e mais puro que o que pode hoje propor-lhe a existência de massa no Ocidente, anunciada, como se fosse um cartão de visita, por uma pressão enjoativa de publicidade, pelo embrutecimento da televisão e por uma música insuportável.
Numerosos observadores, vindos de todos os mundos que conhece o nosso planeta, vêem tudo isso. O modo de vida ocidental tem cada vez menos probabilidades de vir a ser o modo de vida dominante.
Há advertências sintomáticas que a História dirige a uma sociedade ameaçada ou à beira de perecer: por exemplo, o declínio das artes ou a ausência de grandes estadistas. Por vezes as advertências tornam-se palpáveis e directas: o âmago da vossa democracia e da vossa civilização viu-se privada de electricidade durante umas escassas horas quando muito; ora, eis que subitamente surgem nuvens de cidadãos americanos pilhando e violando, tal é a finura da película, tais são a fragilidade de vossa estrutura social e a ausência de saúde interna!
Não é amanhã ou qualquer dia que a batalha - física, espiritual e cósmica - pelo nosso planeta se travará: essa batalha já começou. Desencadeando o assalto decisivo o Mal universal já está em marcha e já faz sentir a sua pressão enquanto os vossos "écrans" e as vossas publicações continuam a estar cheios de sorrisos de encomenda e de copos erguidos em saúdes. Todo este regozijo, é para quê, afinal?»
- Alexandre Soljenitsyne, "O Declínio da Coragem"
O trecho em epígrafe foi retirado do texto da conferência que Soljenitsyne proferiu, em 8 de Junho de 1978, na Universidade de Harvard. Cometia um pequeno erro de análise no geral de uma avaliação lúcida e elevada da bandalheira instalada... O "modo de vida ocidental", como adiante se veria, não aspirava a "modelo de vida dominante à escala global": era mais "modelo de morte". Que o presente tão bem atesta.
Fora isso, Soljenitsyne deixa bem radiografado o tumor maligno. Nas suas palavras:
«O caminho que percorremos da Renascença para cá enriqueceu a nossa experiência, mas fez-nos perder o Tudo, o Mais Alto que outrora fixava um limite às paixões e à irresponsabilidade. Pusemos demasiadas esperanças nas transformações político-sociais e notamos que nos tiraram o que tínhamos de mais precioso: a nossa vida interior. A Leste, é a feira do Partido que a calca a pés, a Oeste, a feira do Comércio: e o que mais apavora nem é o facto do mundo estilhaçado, é o facto dos principais pedaços estarem atingidos por uma doença análoga.»
4 comentários:
Excrementos unidos da américa e israel:
Subversão dos povos.
Ataque militar (baseado em terrorismo falsificado e auto-inflingido). Manipulação financeira e roubo "legal".
Os escarros imundo-unidos da américa e canalha adjunta fingem crescimento económico com manipulação financeira e parasitam os estados (incluindo os ditos "aliados") com manipulação financeira massiva.
O homem-labrego-merda que há no ocidente é producto de muito anos de estupidificação e subversão.
Eis o mal.
Isto não é declaração contra o povo americano, só um grupo de excrementos que por lá andam e tomaram conta do poder.
Grande parte do povo americano tb é vítima e muitos sofrem na miséria.
O problema está na educação e no sentido de dever individual e de nação, ou antes, na sua total ausência. Em vez disso criam-se animalitos embrutecidos com o foco nos seus instintos básicos que só encontram satisfação pessoal em consumir, e "consomem" qualquer trampa que lhes ponham à frente: (TV, partidos, pseudocomida (MCDonalds p.ex.), fintabola (viva o gaynaldo e a de lôres), "economia", mercados, "deus", dívida, humanitarismo (para os estranhos que vêm de fora)...
A culpa é das pulha-"elítes" que estão contra qualquer educação que seja. É "a libertdade" chamam-lhe os labregos. Transformam tudo numa massa de alienados (os outros de preferência) e de porcos a guinchar na pocilga (eles próprios) e que só sabem ambos chafurdar na mer.a.
Têm um desprezo enorme pela massa do povo da sua própria nação apesar de todos "lhe quererem bem", o que se demonstra logo que assumem a sua preferência pelo "internacional".
Mas podia-se dizer: São muito competentes estas pulgas pulhíticas e universitrolhas e produzem muito sendo por isso ricos e dão grande contribuição para o bem estar e cultura da nação. Errado! : Na maioria são incompetentes e enriquecem à conta dos outros que roubam, enganam e parasitam (sempre "legalmente") (nas empresas, governo, partidos, universidades,...). Tiram partido da sua posição predominante obtida por pertencerem a mafias mais ou menos organizadas( i.é: "associações" de utilidade "pública", "ideológica" ou de pura oportunidade).
No final vivem todos num mundo de ilusão com o rei na barriga, em que necessitam das "doses" diárias, os drogados.
Liberdade, igualdade e fraternidade - o resumo da total pulhice e cretinice, numa sociedade dum farisaísmo sem límites.
Ahh que lindos papagaios acéfalos e puguessísstas!
Aleksandr Isayevich Soljenitsyn
Universidade de Harvard, Junho de 1978:
O declínio da coragem é a característica mais marcante do Ocidente, uma característica particularmente notável entre as elites intelectuais e governantes, e que acabava por causar a impressão de se estender na sociedade como um todo. “É necessário lembrar que o declínio da coragem foi considerado desde tempos antigos o princípio do fim.”
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