quarta-feira, junho 03, 2009

Canto coral

Confesso que quando reabri os comentários - precisamente no dia 25 de Abril (se repararem) - foi com a digna intenção de censurar brutalmente uns quantos. Era o meu modesto contributo às celebrações abriludas. Acontece porém que, além de tempo, faltou-me pachorra, e, diga-se em abono da verdade, também não abundaram comentários à altura da efeméride. O beberolas do Timshel não conta porque, embora completamente destituído de senso, não é desequipado de humor, pelo que não desataria aos pinotes, como convém, e muito gáudio sempre me suscita.
A coisa, entretanto, foi correndo, em regime de Ribeira dos Milagres e, seguramente animadas por um tal idílio regimental, uma ou duas ratazanas mais afoitas, ou apenas mais assanhadas, trataram de vir exibir as respectivas essências. E não me refiro sequer à minha amiga Tina - que lá veio debitar a sua cassete faducha de como me condena a ser um triste, um falhado e um desprezível para toda a vida, por contraponto, claro está, ao seu modelo dilecto de alegria, triunfo e glória em catadupa: o pansofo e inefável João Miranda, Deus o abençoe. A Tina tem todo o meu beneplácito, ela sabe disso. Longe de mim catalogá-la entre as ratazanas. Quando muito, é uma ratita Minie que detesta Bafos-de-Onça como eu (e também detesta o Arroja, porque o considera um pseudo-Mickey usurpador: verdadeiro rato Mickey, para ela, só há um e escuso de repetir a sua identidade à paisana).
Não, a ratazana é outra. E de modo a que não se sinta de modo nenhum acanhado nos seus guinchos, até decidi disponibilizar-lhe um up-grade nas caixas de comentários. Censurá-lo? Reprimi-lo? Nem por sombras. Gosto muito de ouvir guinchar, sobretudo de desespero. Porque, assentemos, há certo nível de guincho que já nem é injúria: é desespero. Alguém lhes pisa a cauda (e, por inerência, a extremidade da alma e o resquício de coluna), e eles guincham. Nestas alturas, devemos ser compreensivos. E em vez de esborrachá-los duma vez por todas para acabar com o chinfrim, mais pedagógico e caritativo será ensinar-lhes alguns rudimentos musicais. Canto coral, no mínimo.


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