quarta-feira, junho 22, 2016

Rituais de apaziguamento

Estava aqui a meditar profundamente sobre o assunto de capital importância com que havia de reiniciar as hostilidades neste sítio da internet. Havia de ser qualquer coisa proximo do solene, senão mesmo a raiar o deslumbrante, cogitava eu para com as minhas escamas.. E eis que a Providênica mediática me fornece a pérola ideal. Nada menos que uma emanação subtil dessa religião nacinhal (a segunda mais importante presumo, logo a seguir aos benfiquismo evangelhado)... O cristianismo Ronaldo, pois evidentemente. E na figura do seu próprio ícone fundador e congregaceiro... Que faz ele, em gesta digna dum barão assinalado? Saca severamente o micro ao grunho da CMTV e arremeça-o tranquilamente às águas plácidas dum lago franciu.
Convém recordar que há toda uma carga simbólica no acto... Toda uma poderosa invocação de certas forças e magnetismos antagónicos. Era mais que evidente que os deuses tenebrosos das profundezas infernais estavam, por qualquer pentelhice avulsa (os sacanas não são esquisitos, a mínima questiúncula lhes serve),  abespinhadísisimos com os nossos representantes no certame europeu de penteados e tatuagens. De tal ordem, que uma maldição quebrantadora se abatera sobre as chuteiras predestinadas do nosso principal craque e messias. Cumpria sacrificar-se qualquer alimária (quanto mais peçonhenta e javarda, tanto melhor) a estas divindades hipersusceptíveis. Impunha-se apaziguá-las à moda antiga. O ídolo nacinhal, como lhe competia, estava já a par da necessidade e devidamente compenetrado para o ritual urgente. Atirou o microfone e quebrou-se o enguiço: já marcou dois golos. Empatámos finalmente com alguma dignidade. Tivesse atirado o grunho junto com a prótese e teríamos ganho de abada.

3 comentários:

Vivendi disse...

Ah pois é! Assim se constrói a história dos nossos dias.

E como cada vez mais somos um nação que anda ao sabor dos ventos da história nada como ter um timoneiro à altura para tanta providência mediática.

O Catavento

http://o-tradicionalista.blogspot.pt/2016/06/uma-nacao-ao-sabor-dos-ventos-da.html

Anónimo disse...

Tenho mais de 70 anos. Lembro-me de que os únicos cataventos que vi a funcionar foi há mais de 50 anos. Depois vi muitos que funcionavam mal, chiando por falta de lubrificação.
Agora já não há cataventos. Há Iventos.
Agora a gente denominada catavento nada mais é do que nada.

marina disse...

estou feliz!!! a Inglaterra deu o pontapé de saída :)