Duas ou três palavrinhas sobre o ex-ministro da nacinha. Em seu devido tempo, quando o figurão se encontrava no auge do poder, zurzi-o aqui sem contemplações. Não pelos sucessivos fait-divers que lhe foram catabichando, mas pela qualidade patente da sua acção (des)governativa. Estou-me perfeitamente nas tintas para as habilitações académicas do sujeito, bem como para os primores estéticos dos ex-projectos do engenheiro. Podia até ter sido uma desgraça em ambos, desde que, na qualidade de governante, fizesse alguma coisa de jeito pelo país. Não fez. Foi uma nulidade quase completa, uma calamidade em andamento, com a agravante de não ter acautelado o óbvio mais que ululante: a bancarrota. Bem pelo contrário, sprintou para ela com a fogozidade tresloucada dos Titanics. Ele e todo um país descerebrado que via na vaselina do crédito uma espécie de retroprotector solar infantil. Ainda por cima, os mesmos que logo adiante, com geminada toinice empedernida, fantasiariam a troika com ou ouropéis angélidos dum comité de benfeitores e curandeiros ao domicílio. Tem sido o que se vê.
Mas agora encarceraram a criatura. Por corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, dizem. Como? Assombro-me eu. Podia repetir? Corrup-quê?! Ção?! Entre nós? Ora, isso não existe. Ou se existe não é crime: ninguém vai preso por isso. Pelo contrário, ganha asas, velas, vai de vento em popa... Até aos mais altos cargos da nacinha. Na política, mas também na finança, na magistratura, na comunicação social e até, com não menor vigor, nas artes. "Corrompem-me, logo existo", chega a ser lema nacinhal. Adubo das elites, pois... Corrupção, entre nós, é só um plebeísmo para "importância". Há os que têm importância e os que têm inveja; o restante não existe. Eu próprio, descobri ao longo desta vida, não existo. Não conto. Eu e gente como eu. Que não se deixa corromper ou que nada possui que o justifique.
Por conseguinte, eu que julgava piamente que o pinócrates não continha quaisquer virtudes, agora fiquei na dúvida. Prenderam-no. Certamente não foi por corrupção ou branqueamento. Afinal, estamos numa república com um Cavaco a presidente, um Passos Coelho a Pimeiro-coiso e um Paulo Portas a vice-coiso. Vegetamos num lugarejo em que o Correio da Manhã vence tiragens e a TVI bate recordes de audiência. Padecemos a extorsão instalada duma Nova-Pide económica mascarada de Autoridade Tributária e ISS. Mais que mergulhado na estupefacção, dou comigo perplexo, intrigado, confundido, às aranhas... tentando espiolhar, afinal, que virtude insuspeita e misteriosa habita o arrecadado engenheiro e comentador aos domingos. Alguma há-de ter, não, para padecer um tão evidente pelourinho.
17 comentários:
A virtude que tem é que fez isso à cigano, com o grupo do bando rasca de infância.
Sem precisar de grandes truques ou conhcimentos muito bem e conseguindo roubar mais que todos juntos.
Eu até acho que ele inverteu a lógica da coisa. Enquanto os outros vão para a política e lá se corrompem nas amizades partidárias; este branqueou a corrupção do bando familiar na política.
Até os ia buscar ao bairro da Boavista em vez de ir à concelhia.
E com milhares de portugueses a votarem e tudo a fazer-se ceguinho.
Desculpa lá mas isto nem os irmãos metralha.
Se isso foi assim como dizes, o Caguinchas ainda começa a simpatizar com o gajo e então é que ninguém o atura. Ainda por cima são os dois da mesma seita, o SL Benfica... :O))
ehehehe
Podes crer. E dão outra fama ao bairro.
Olha só para estes- O Pêro da Covilhã, o mestre Mateus Fernandes ou o Frei Heitor Pinto, completamente ofuscados pelos conterrâneos - recluso 44, o recluso Carlos Silva, o recluso Vara, fora os que andam a monte.
Estamos entregues à multidão, à maioria da plebe e aos seus tribunos rascas! Os optimae
Os tribunais é que são rasca; os bandidos são a elite em que adoram votar.
E adoram votar nestes bandidos porque são os bons dos bandidos de esquerda.
Evitam que vehha aí o facismo.
Há-de ser por isso porque outra lógica nunca encontrei para tanta gente andar a votar neste vigarista.
Isso e aumento de ordenados à função pública.
Basta isto para em Portugal se ter acesso ao bolo e ao saque e ainda dizer mal da bófia e da preventiva.
Ah, já me esquecia- ele legalizou o abortício e o casamento gay.
Ainda faltam os direitos de saída e o SNS para animal doméstico.
http://observador.pt/2014/12/22/15-doencas-que-afetam-igreja-e-curia-romana-pela-voz-papa/
A plebe para além dos tribunos rascas que elege, através da reforma de Lutero, passou a ler e a legislar... passou a ter os seus doutores da lei! Advogados...
Procuradores, juízes, constitucionalistas...
Os narigudos estão na praia deles! Sempre souberam manipular a multidão, a mole de gente. Através do sufrágio universal crucificaram Cristo, através do mercado global, ironia, de wall
Street
Crucificaram e crucificam milhoes... todos os dias!
E põem-se a lamentar no muro do templo
A republica morreu afogada no rubicão há 2040 anos! Fazem falta muitos Brutus
Resta a cúria romana, os ultimos dos moicanos, mesmo que doentes estejam
Dâmaso Salcede em "mood" rufia, eis ( voilá...)o bicharel...
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