Como alguns leitores acharam por bem fazer propaganda eleitoral nas caixas de comentários, julgo necessário deixar bem claro o seguinte:
Podem o leitores degenerar nos eleitores que bem entenderem. Se votam no Humberto, no Júlio, no Francisco ou na Maria Albertina, para mim, é-me igual. Cultivo, mais até que padeço, uma urnofobia inexpugnável. Direi até que a minha urnofobia suplanta em larga escala várias outras fobias extremamente impopulares que pratico e recomendo (até por isso mesmo), como a cinefobia, a homofobia, a popfobia (nojo pela música pimba internacional), a xenofobia, a americanofobia, a Agustino-Saramago-Antunofobia (uma fobia extremamente saudável, diga-se), etc, etc.
A minha urnofobia é de tal ordem que, assombrado, já cheguei até a interrogar-me sobre a sua nebulosa - e certamente problemática- genealogia. Após intensa pesquisa, alcancei uma quase certeza: deriva ela, a minha urnofobia avassaladora, da minha homofobia monumental. Nem mais nem menos. Eu explico. Só povos castrados e efeminados, além de imbecilizados e remetidos à escala molusca, votam. Um povo que assina de cruz, além de tudo isso, declara-se politicamente analfabeto e mais não faz que entregar-se tansamente à tutorização despótica de quadrilhas organizadas. Mas pior ainda que toda esta panóplia de infâmias e pusilanimidades é o próprio acto em si, individual, de depor o papelinho no caixote. Que uma mulher vote, acho perfeitamente normal e pacífico. É como usar saia, brincos, baton, bela cabeleira e voz coquete. Sim, isso e gemer durante a cópula, lavar pratos ou mudar fraldas. Numa mulher fica bem. Agora num homem, convenhamos, é mariquice das grandes. E não só fica mal como é repugnante. Direi mais: o sufrágio universal (que não há-de demorar muito a tornar-se obrigatório e compulsivo) é só mais um capítulo duma fobia particularmente vil, rastejante, venenosa e, esta sim, pouco recomendável: a androfobia. Ou seja, a aversão concertada e massificada à virilidade, à bravura, à coragem e, enfim, a todas aquelas virtudes que, apesar de tudo e de todas as paneleirices económicas que se conhecem e sempre minaram e parasitaram o empreendimento, ergueram a civilização.
Assim, dado que a depilação mental, a perfumadela ideológica e a manicure cívica não fazem muito o meu estilo, não só não voto, como nutro o mais profundo desprezo por quem o faz. Excepto as mulheres, naturalmente. Quer dizer, então, e em resumo, que me abstenho? Não, ó caros gastrópodes, quer dizer exactamente o contrário: quer dizer que tendo nascido dotado de testículos, não me abstenho nem me demito deles, ainda menos sob sórdidos porque contabilísticos pretextos. É certo que um dia me verei forçado a abdicar, mas, nesse trágico desenlace, tenciono descer de homem a cadáver sem escalas intermédias.
Para ser franco, pois, e em imperturbável coerência, declaro-me aqui -e de modo a varrer quaisquer dúvidas ou confusões nos espíritos - adepto firme e compenetrado do derrube violento de (des)governos e tiranias (sendo a pior de todas elas a da mediocridade). Pelo que aguardo, calma e serenamente, a minha oportunidade. Animam-me, junto com uma tenacidade tigrina, duas coisas: uma fé e uma esperança inquebrantáveis. Daquelas que só os emboscados conhecem, aguçam e experimentam. Como, de resto, genialmente explica mestre Jünger.
A política não devia ser um mero exercício de alívio. Em que é indistinto o alívio de quem se alivia na ranhura e o de quem se alivia nem lá indo. Dá-nos, isso, triste mas fidedigna conta do significado, tanto quanto do valor, de tal sufrágio.
Em síntese, e para finalizar duma vez por todas, não é por comodismo ou indiferença que não voto: é mesmo nojo. Tanto quanto da cabeça, é uma recusa das próprias vísceras. Não há paliativos para isto.
A política não devia ser um mero exercício de alívio. Em que é indistinto o alívio de quem se alivia na ranhura e o de quem se alivia nem lá indo. Dá-nos, isso, triste mas fidedigna conta do significado, tanto quanto do valor, de tal sufrágio.
Em síntese, e para finalizar duma vez por todas, não é por comodismo ou indiferença que não voto: é mesmo nojo. Tanto quanto da cabeça, é uma recusa das próprias vísceras. Não há paliativos para isto.
13 comentários:
Urnofobia de voto e de morte matada
Pois é ò Dragão, nisto tens toda a razão.
Mas na nancinha onde vives, quantos encontraste capazes de levar a cabo essa tarefa mais que necessária, do derrube desta trupe de merdas estatizadas e entranhada numa populaçao de parasitas e funcionários "púbicos" que anda a comer à conta do erário germânico ao mesmo tempo que destroi todo o tecido productivo cá do rectângulo? (sim, é que não é só a chantagem judia do holoconto que anda a sugar dinheiro a esse povo de alta productividade)
Pois face ao exposto e enquanto não começa a porrada, eu cá mesmo tendo tomates apesar disso aida não sou suicida e por isso também voto no humberto.
O gajo é bastante inteligente,
se ele conhecer aqui "a casa", de certeza que aparece por aí de quando em quando para refrescar o espírito. Pois de verdade este blog é mesmo único carago!
A.H.
Caríssimo Labaredas
Olhe que é chique, de visões longas, democraticamente imprescindível, uma obrigação de cidadania, um acto altivo, importantíssimo, votar naqueles candidatos que foram já previamente escolhidos. Então se for acompanhado de ar solene... Até porque com tantas sondagens e lavagens, ficamos sempre sem saber que é que vai ser eleito...
Eu cá por mim até votava. Desde que fosse para lhes apresentar o El Paredon. Então o voto não é a essência da democracia?
Ai ai caro Dragão, vossa excelência saiu-me cá um desmancha prazeres.
Carlos
Para quem tenha perdido o sentido do olfacto:
O nacionalismo é um galo a cantar em cima de um monte de merda.
(é verdade que já vi cães a rebolarem-se na merda; aparentemente gostam do cheiro)
Faltou mencionar a fobia por anti-helmínticos, não?
De tanta baboseira e merda virtualmente expostas, pérolas como "só povos castrados e efeminados, além de imbecilizados e remetidos à escala molusca, votam" ou "declara-se politicamente analfabeto e mais não faz que entregar-se ", exsurge uma questão: por que uma criatura com tantas fobias, que vivi a se contorcer na cloaca, a chafurdar no seu escaninho ano-retal - por que um ser tão abjeto, na sua contumácia de negar o mundo, com seu histrionismo barato, não se suicida ou pega um boleia numa Soyuz TMA-15 e vai parasitar em outro planeta? Ah vá...É hora, o cu da Europa está necessitando urgentemente de uma retotomia, talvez único meio de livrarem-se destes parasitas.
O tiimmyyyy (ver: "South Park")és um verdadeiro anormal.
Pois ainda não reparaste que no meio desse monte de merda estás tu que nem cagalhão de 5ª categoria?
Seu merdas, vái lá lançar o teu fedor para a casa de banho. Se tu te consideras uma merda ou menos dá aos outtros a hipótese de escolha.
A.H.
(votar um pedacinho de bosta , ãh? bosta com bosta se paga. em vez da cruz besuntávamos a papeleta com excrementos..muito melhor que nulo ou branco , a msg era clara : vão à merda)
«Só povos castrados e efeminados, além de imbecilizados e remetidos à escala molusca, votam. Um povo que assina de cruz, além de tudo isso, declara-se politicamente analfabeto e mais não faz que entregar-se tansamente à tutorização despótica de quadrilhas organizadas.»
De acordo!
Com tantas fobias assim, isso lá é homem...é uma bichona, cagarolas, bem estereotípica, com voz anasalada e cheia de trejeitos. Ui!
Com certeza deve ter alergia a conas. Põe na lista, fofa: ginecofobia!
P.A.
cuidado com o nacionalismo dragão
depois do haider agora há disto
http://en.wikipedia.org/wiki/Queer_nationalism
Grande texto, mais uma vez!
Pois eu cá não sendo rapaz de grandes fobias, também tenho que declarar-me aqui, um completo urnofóbico. Feitas as contas, já lá vão 22 anos (redondos) de habilitação própria para depositar o papelinho e ainda não consegui por uma única vez enfrentar essa coisa!
Parece-me é um bocadinho exagerada essa sua fobia pelo cinema (as outras ainda se compreendem). Um certo azedume pelo cinema que generalizadamente é produzido, ainda vá que não vá. Mas meu caro e estimado Dragão, assim de longe a longe, lá vão aparecendo umas "películas" que vale a pena visionar.
Ele agora há rabetas por todo o lado. Talvez tenha sido por isso que o haider se foi andando, ou foi feito andar!
Há Rabetas: de paróquia (e pedófilos tb.), de kipah (=tampa no alto da cornadura) é o chamado eleito a rabeta.
Até na terra dos ai-das-monas (abrevadamente: irão) alá rabetas, pois de quando em quando penduram uns quantos pelo pescoço (costumes tradicionais lá da terra).
Portanto nãn vá por aí sr. shell(tox)!
A.H.
Com tanto negatismo você só pode viver enclausurado em si mesmo.
Todo este verbalismo cheira a alguém completamente derrotado e ao contrário do que escreve ... sem tomates! Mui fácil vomitar letras, mais difícil fazer algo que ajude a mudar . Um derrotado da vida. Mete dó!
quanto às mulheres sempre foi notório o menosprezo que sente por essses seres superiores. SEm dúvida fruto de um sentimento da inferioridade que no fundo está patente em si, Dragão desprezível!
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