«Bankman-Fried's FTX, senior staff, parents bought Bahamas property worth $300 mln»
Quem sai aos seus...
Há uma obra dum grande autor russo que recomendo vivamente: "Pais e Filhos", de Ivan Turguéniev. Hei-de até tecer um postal com textos paralelos entre esta obra e "Os Demónios", de Dostoievski. Mas, de entre os muitos motivos para se ler "Pais e Filhos", sobressai um deveras memorável: a figura de Bazarov, um dos personagens principais... Emerge laureado dum epíteto inaugural (se não me engano, é aí cunhado pela primeira vez): Nihilista.
O livro, no fundo, trata do velho confronto imarcescível entre as velhas gerações conservadoras e as novas gerações revolucionárias. Esta trapalhada não é assim tão recente quanto se julga: já Aristófanes a denunciava e ilustrava vinte e quatro séculos atrás. Desde então, ciclicamente, grassa e contamina como as epidemias. Dos goliardos às luzes, dos nihilistas aos utopistas vários, é toda uma fauna sempre viçosa, ruidosa e excitada. Nos últimos tempos, passou de cíclica a permanente. A zaragata etária, no âmago da bernarda social, tem mesmo vindo a ganhar foros de verdadeira convulsão obsessiva e pluri-subsidiada. É um investimento como outro qualquer, dir-me-ão os pragmáticos. Só que, neste caso, tem-se investido muito. A começar no Canibal Soros... e secundados, ao que rezam as crónicas, neste fedelhódromo da FTX (e respectiva parentela) - afinal, o Partido Democrático constitui a Neo-Internacional/Komintern. E é aqui que sobressai o exotismo: parece que entre os "investidores maiores" não grassa a epidemia. Serão imunes ao zaragato-vírus? Dir-se-ia até, fazendo fé nos registos históricos, que entre eles não existe conflito porque não existem contra-partes: é uma permanente revolucionarite aguda. Pais e filhos não debatem nem combatem: reforçam-se. Conservadorismo é para goyns.*
PS:_ Aqui deixo, para já, a célebre passagem de Turguéniev onde nasce o famoso conceito:
«Pois é - interrompeu Pável Petróvich -, pois é: convenceram-se de tudo isso e não fazer nada a sério?- Decidimos não fazer nada - repetiu Bazárov, soturnamente.De repente sentiu-se agastado consigo mesmo, por se explicar tão longamente perante aquele aristocrata.- Apenas injuriar?- E injuriar.- E chama-se a isso nihilismo?- E a isto chama-se nihilismo - repetiu de novo Bazárov, desta vez com especial impertinência.»
Anotem, se fazem favor, que não andará muito longe do ainda mais célebre "é preciso mudar tudo para que tudo fique na mesma". E sobre revolucinhações ficamos, para já, falados.
* - Sim, um certo exagero da minha parte. Existem (e sempre existiram) judeus que não estão pervertidos ao Talmud. Serão minoritários, ou até residuais, mas como eu nunca gostei muito de chusmas...
1 comentário:
nihilismo & tecnocracia... Séc XXI.
Enviar um comentário