quarta-feira, dezembro 21, 2016

Que amável, da parte dele!...


Não vou tecer grandes comentários sobre mais este atentado aterrorizante das arábias. Apenas não posso deixar de destacar, entre sensibilizado e divertido, o detalhe comum a todos eles, aos tais atentados desatentos: a amabilidade dos terroristas para com as forças invariavelmente sonolentas, senão mesmo catatónicas, das autoridades... De facto, não apenas assinam o feito, os ogrescos meliantes, como até deixam os documentos para que se possa proceder, prontamente, ao reconhecimento da assassinatura.
 
Há muitos séculos atrás, Aristóteles, que não teve o desgosto de conhecer o jornalismo, já definia não obstante o percursor deste, a história, como inferior à literatura (no caso, a tragédia ática). Por uma razão muito simples, evidente e indiscutível: é que a literatura obedecia a critérios determinantes de verosimilhança. Podia não ser verdade (como no caso dos episódios míticos), mas, ao menos, era verosímil (cumpria uma lógica inatacável da necessidade intrínseca do enredo). Ora, a verosimilhança tem uma qualidade sobretodas estimável: confere sentido. A tragédia (ou a epopeia, ou um bom romance) é uma "história que faz sentido". O problema do jornalixismo que faz as vezes da própria História nos tempos que correm é que já nem se preocupa em fazer sentido. Faz apenas pouco do pagode. E faz de conta. A limite isto acabará por descambar em sarilhos muito grandes. Mas até lá o manicómio vai bem e recomenda-se... tirando essa minudência cabeluda de as teorias da conspiração oficiais serem apenas, e por regra, imensamente mais estúpidas e descabeladas (quer dizer, inverosímeis) que aquelas que suscitam, na tentativa sisifiana, de lhes recauchutarem algum nexo lógico causal.
 
Outro detalhe delicioso é testemunhar os papagaios do derrame da suinicultura oficial (todo ele a ressumar a mais fétida das conspiracinhas) a tentarem desclassificar  alguém que, por algum motivo, lhes contenda com o ranho on patrol,  como "teorista da conspiração". Ficamos logo elucidados acerca do gastrópode sem casca que nos calhou na rifa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dragão
Acho que não está a compreender bem a esta coisa dos turras deixarem a identificação. Sem serem identificados não poderão ser mártires nem heróis e não poderão ir para o céu encontrar-se com as tais 7 virgens.
Só que com terroristas deste calibre, os únicos virgens são eles.
Toma lá Abdul... mas o que é isto? Vaselina meu filho... e para que eu quero isso? vai-te untando que os 7... as 7 matulonas já lá vão ter contigo...
.
Interessante tb foi a URSE incluir nas medidas de segurança, antiterroristas medidas para o branqueamento de capitais...

Anónimo disse...

O turra do camião que na alemanha deixou o passaporte no banco continua em liberdade e este que atirou farinha em cima dum pilho foi preso... lol lol
https://www.youtube.com/watch?v=P6SUiS--6-Y

Maria disse...

Dragão, desculpe ter deixado o comentário relativo a este seu excelente e oportuno tema, na caixa do seu postal anterior. Tal deveu-se ao facto de ter enviado o mesmo antes de ter lido este seu texto em cuja caixa aquele devia realmente ter aparecido.

Votos de Bom Natal para si e para os ilustres comentadores e visistantes desta digníssima Casa.