Pois se funcionou das outras duas vezes, porque não há-de funcionar desta?
sexta-feira, novembro 30, 2007
Não há duas sem três
Pois se funcionou das outras duas vezes, porque não há-de funcionar desta?
quinta-feira, novembro 29, 2007
Provérbios impopulares do Dragão
· Tristezas não apagam dívidas
· Vêem-se caras, não se vêem cotações
· Devagar se vê ao longe
· O silêncio é de outro
· A cavalo doido não se molha o dente
· Não guardes para amanhã o que podes foder hoje
· Os umbigos são para as ocasiões
· Em tempo de guerra não se limpam Karmas
· Cada maluco com a sua maria
· Cão que ladra não fode
· Contra flatos não há argumentos
· Da discussão nasce a cruz
· De boas invenções está o Inferno cheio
· De noite todos os patos são parvos
· Mudam-se os tempos, mudam-se as vaidades
· Não deites foguetes com fé na testa
· No papar é que está o ganho
· No melhor plano cai a nódoa
· O hálito não faz o monge
· O que não mata, engoda
· O Saber não ocupa lagar
· O futuro morreu de velho
· Olhos que não vêem, coração que não mente
· Cabrão fora, dia santo na gaja
· Quem fala, contende
· Quem morre por gosto, não descansa
· Quem espeta sempre alcança
· Quem mais jura, mais monta
· Quem te evita, teu amigo era
· Quem tem cu, tem mundo
· Um mal nunca tem dó
· A união faz a forca
· Ardor com ardor se apaga
· As aparências elegem
Adenda (a pedido do Luís Guerreiro):
* Diz-me em quem mandas, dir-te-ei quanto é
* A ração tem sempre cliente
quarta-feira, novembro 28, 2007
Crítica literária
Ionesco: “O crítico devia descrever e não prescrever”;
Montesquieu: “Os críticos são como aqueles generais maus que quando não conseguem conquistar um país, envenenam as suas águas”;
Valéry: “Crítico: o mais imundo biltre pode dar um golpe mortal. Basta que tenha raiva”;
Bierce: “ Crítico. Pessoa que se gaba de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar”;
Goethe: “Mata-o, o cão! É um crítico”;
Flaubert: “Um homem torna-se crítico quando não pode ser artista, assim como um homem se torna espião quando não pode ser soldado”;
Twain: “O símbolo dos críticos devia ser o besouro: ele deposita os ovos no esterco de qualquer outro, doutro modo não os podia chocar”;
Shelley: “Assim como o ladrão falido se torna receptor de bens roubados, assim o escritor falhado se torna crítico”
Ora bem, se alguma coisa esta amostra - deveras eloquente - atesta é do desprezo dos tipos competentes em literatura pelos especializados em crítica da mesma (julgo que ninguém colocará em causa a competência dos senhores em epígrafe). Shelley é até particularmente esclarecedor: quando um tipo não tem competência literária, dá em crítico. Com a mesma fatalidade, acrescento eu, com que um tipo sem competência conjugal, dá, primeiro, em coleccionador de hastes e, depois, em bêbado. Ou um indivíduo sem competência de qualquer espécie dá em político.
Resulta disto, como é mais que óbvio, que se há defeito de que nunca se poderá acusar um crítico literário é, precisamente, de falta de competência literária. Raia o absurdo. É o mesmo que acusar um crítico literário de ser um crítico literário. Quer dizer, mais que um truísmo, é uma sandice. Já que, como fica implícto, a falta dessa competência (literária) só abona em favor da sua competência crítica. É o seu certificado-mor de habilitação. E isso, ninguém duvide, é algo que qualquer literato minimamente competente sabe, mal lhe nascem os primeiros dentes: o crítico é tanto melhor no seu ofício quanto pior –mais medíocre, frustrada, impotente e aleijadinha - for a sua competência literária. Da mesma forma que a deficiência visual desenvolve a faculdade auditiva, a deficiência literária promove o frenesim crítico.
Portanto, quando um tipo diz que falta a outro competência literária para fazer crítica literária está a incorrer em duas proezas simultâneas:
1. Está a confessar palonsamente a sua própria incompetência literária;
2. Está a reconhecer e a valorizar a competência crítica daquele que, nesciamente, desvaloriza;
Cabalística para cabalos
No Herald Tribune:
«Israel estabelece as perdas e danos do holocausto (240 biliões)».
Ou seja, seis, bem espremidos, dá nove; e nove, bem espremidos, dá 240. A multiplicar por 1000.
Ou se estabelece uma taxa como a da televisão, agregada à factura da electricidade;
Ou se adjudica uma percentagem extra nos combustíveis;
terça-feira, novembro 27, 2007
Razão e Presunção (rep.)
Todavia, quando descemos ao nível da micro-seita - de umas Testemunhas da Lógica, ou de uma "Igreja Universal" do Reino da Certeza, por exemplo -, tudo se transfigura. Crentes, beatos e sacerdotes não se distinguem. É tudo ao molho e fé no bolso. Movem-se todos num rebanho uniforme, mergulhados numa espécie de êxtase contemplativo da verdadeira Crença, robôs peregrinos e auto-depurados de quaisquer dúvidas, perfeitas máquinas de calcular destituídas de vontade e emoções. É o pensamento automático. O Vending-thinking, mais que o wishful-thinking. Um modelo vanguardista de chafariz: metem-se moedas e saem bicas mal-cheias ou sandes de Locke com presunto. Ou de apóstolos com fiambre.
Possuem a verdade. Mas não se contentam de possui-la, de emprenhá-la, de viver com ela em santo matrimónio e ter dela meninos. Precisam de ostentá-la, de dar com ela na cara de quem passa, de exibi-la em cinto-de-ligas e mini-saia. No fundo, sentem-se tanto maiores e mais soberbos quanto mais se confrontarem com a destituição e penúria alheias.
Mas ai de quem não goste do afago, ai de quem lhes diga que aquilo cheira a peixe podre e eles a varinas da ciência, bufarinheiros da objectividade, ciganos de esquina do silogismo!...
Heresia! Sacrilégio! Vilipêndio! Ó deusa, crime de lesa-Fé!...
Não, meus amigos, livrai-vos de criticar a superficialidade, a leviandade, a ignorância! Porque isso, com garantia ISO 9000, é irracionalidade, fujamos! E depois de vos darem com a Verdade inteira e absoluta nas trombas, pespegarem-vos com tamanha desfaçatez no focinho, vão por mim: não é pera doce.
Em resumo: há quem confunda razão com presunção. E presunção e água benta, cada qual toma a que quer.
Por muito que isto custe ao bispo Edir Macedo e aos seus pios emuladores na blogosfera.
segunda-feira, novembro 26, 2007
Emburrecimento irresistível
Portanto, se emburreço, não é do pescoço para cima: é da cintura para baixo.
Xenocultura
domingo, novembro 25, 2007
Underworld
O fascinante mundo do Tráfico de armas...
Uma entrevista muito educativa com o maior traficante mundial, Sarkis Soghanalian.
Só um pequenino naco para aguçar o apetite:
Método e berço
E entretanto retiro uma "pérola" da última homilia do "Glutão das hóstias":
«Existem áreas do conhecimento, e estou a pensar na pedo-psiquiatria por exemplo, que podem estabelecer conclusões, com elevado grau de probabilidade, sobre a ocorrência de um sofrimento mental indescritível e irrecuperável a uma criança com a sua separação dos pais afectivos.»
Ora bem, eu já aqui expliquei, mas não me importo de voltar a explicar. Explico quantas vezes forem precisas.
As "áreas do conhecimento" do estilo da pedo-psiquiatria, ou da geronto-psiquiatria, ou da embrio-psiquiatria, ou da psiquiatria em geral, não são de todo eficazes para estabelecer conclusões sobre o que quer que seja e ainda menos sobre sofrimentos mentais indescritíveis e irrecuperáveis. Nem por sombras. São excelentes, isso sim, para estabelecer, desenvolver, transmitir e burilar toda uma panóplia tortuosa de sofrimentos mentais. É precisamente disso que vivem. De, sobretudo, não descrevê-los e de cuidar para que se tornem irrecuperáveis. Pedir-lhes conclusões (isto é, diagnósticos lúcidos) seria o mesmo que exigir ressurreições aos cangalheiros ou virgindade a uma prostituta.
sábado, novembro 24, 2007
Ultra-negacionismo
sexta-feira, novembro 23, 2007
O Auto dos Nepotes
«O ministério da Educação contratou duas vezes o mesmo advogado para fazer o mesmo trabalho.
quinta-feira, novembro 22, 2007
Escolha criteriosa
Portugayo 2007
Por falar em lóbis...
No «Resultado do Concurso de Apoio Financeiro Directo à Produção de Longas Metragens de Ficção - 2005 », do ICAM podemos constatar o seguinte:
«A Outra Margem", de Luís Filipe Rocha - 650.000 euros (a fundo perdido)
Seguido, mais adiante, do «Resultado do Concurso de Apoio Financeiro a Co-produções Luso- Brasileiras no âmbito do protocolo Luso-Brasileiro) 2005»:
«A Outra Margem», de Luís Filipe Rocha - 150.000 dólares (a fundo perdido)
Agora a boa nova: "A Outra Margem" é um dos dois filmes representantes de Portugal na "edição deste ano do Festival Internacional LGBT - Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero, a decorrer em Montreal, Canadá".
O argumento? Uma história edificante, o drama pungente dum travesti que perdeu o gosto pela vida e do seu sobrinho mongolóide, mas alegre.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Boas perspectivas
As malhas que o dinheiro tece
Ajuste de contas
terça-feira, novembro 20, 2007
TOP...Less
A Vanity Fair publicou a lista das cem personalidades mais poderosas da Sociedade Americana.
O Jerusalem Post veio prontamente separar águas, proclamando: "Mais de metade dos ditos cujos são judeus". Ora, contar judeus nestas listas, como aqui se refere, "is not something any sane publication in New York would be caught dead doing".
segunda-feira, novembro 19, 2007
Emetismos vaginais
- Então, interrompa-me!...
- Desculpe...?!
- Percebe o que eu quero dizer: extraia-me este feto inconveniente.
- Como? Extraio-lho? Então o corpo não é absolutamente seu? Não o produziu sozinha? Então extraia-o a menina. O seu corpo não tem - além de útero, clitóris e ovários - mãozinhas?! O corpo é seu, o feto é seu, pegue nas suas mãozinhas e extraia-o livremente. Se o fez sozinha, desfaça-o agora.
- O senhor doutor está a brincar com coisas sérias. A lei obriga-o a fazer-me esta lipoaspiração interna!... Este calo incomoda-me bastante. Prejudica-me a carreira. Atenta contra a minha liberdade!...
- De maneira nenhuma brinco. Estou seríssimo e compenetrado. O corpo é seu, o feto é seu, porque é que o problema há-de ser meu. Ou seja, a menina quer o corpo, arranja o feto e depois inventa descarregar o problema nos outros?!...
- É um problema social!...
- Mais parece um problema mental. E grave. Vai-me dizer a seguir que foi a sociedade que a emprenhou? Tenha paciência. Se o corpo é império exclusivo seu, ninguém tem o direito a meter o bedelho nisso. E se não o bedelho muito menos as mãos. Seria invasão da propriedade alheia. Portanto, o que a menina faz com ele é soberania e responsabilidade absolutamente sua. O outro doido dizia “O Estado sou eu”; a menina, no intervalo das bebedeiras, proclama “O Corpo sou eu!”- do Rei-Sol passamos, assim, ao Umbigo-Sol. Ou ao Clitóris-Sol, como queira. Pois que lhe faça muito bom proveito.
- Mas como quer o senhor que eu resolva isto sem ajuda médica? Promove que me dirija a um vão de escada ou a uma clínica privada? É isso? Uma clínica onde, se calhar, até dá consulta...
- Não, de todo. A minha posição é simples: visto que a menina se auto-emprenhou, então auto-despeje-se. Apenas cumpro a sua bela lógica. Ou a menina, na lógica é como em tudo na vida: gosta muito do aleive mas não quer saber das consequências?
- Se o senhor não cumpre a lei, eu... eu chamo a polícia!
- Olha que bela moral: para que a menina seja a dona absoluta do seu corpo e das birras e caprichos que nele cozinha, sou eu forçado a abdicar do meu, na ponta dos esbirros se necessário for! A liberdade plena das suas vísceras faz-se à conta da sujeição prepotente das minhas mãos e ideias. A sua liberdade floresce da abolição da minha.
- Não tergiverse nem falacione, senhor doutor! Um governo eleito, após referendo nacional, tem todo o direito de implementar as leis que a maioria da minoria votante escolheu e legitimou. O senhor está obrigado a cumprir a lei.
- A lei obriga-me? Mas alguma lei a obrigou a ficar nesse estado? Algum meliante a forçou a emprenhar involuntariamente? Então não foi no exercício da propriedade e liberdade ufana do seu corpo que lhe fez isso, ao seu principado? E agora em nome do mesmo princípio quer fazer exactamente o contrário disso? Temos aqui a Anti-Penélope: faz de noite e desmancha de dia. Lembra-me a fábula do macaco do rabo cortado: a menina quer mudar de estado à mesma velocidade com que muda de capricho!... A donzela, que não quer saber dos interesses da sociedade para nada, acha que, em contrapartida, é esta que se deve submeter ao despotismo esclarecido dos seus caprichos, isto é, das suas efervescências do momento?! Mas acha que um país é uma loja de conveniências?... Que um médico é um esteticista dos calos?
- Mas como quer o senhor doutor que eu exerça um direito que a lei me confere, se não for devidamente assistida?...
- Entenda-se com a lei: vá ter com os deputados, com os ministros, com os polícias, com os advogados e os juizes: eles que lho deram, o direito, eles que lho resolvam! Eu, de momento, não estou para aí virado. E se são os efeitos da torcida que a perturbam, resolva por baixo como é costume resolver por cima: deite os dedos ao orifício e tente irritar a goela. Afinal, no seu caso, a cloaca não há-de diferir muito da matraca.
domingo, novembro 18, 2007
Possessão ou ciência?
Punhetas – Não consigo. É mais forte do que eu.
Engenheiro – Acabas tísico, pá. Se antes não te secar a gaita de tanto a espremeres!...
Punhetas – Isso é tudo muito bonito de dizer. Mas mal acendo a televisão, começa o frenesim. A convocatória. Umas ganas que só visto! Aquelas apresentadoras dão-me uma tusa irresistível. Insufla-se-me a morcela. Se não esgalho, até parece que rebento! E as entrevistas, os talk-shows, as reportagens... É tudo. Tem qualquer coisa que não sei explicar, mas, quando dou por mim, já estou a arfar para a retrete. Ou para o lavatório, em se tratando da Judite na Grande Entrevista.
Engenheiro – Larga a televisão, ó Punhetas! Está visto que estás possesso do caixote. Vai às putas, vai à bruxa, faz qualquer coisa por ti, ó desgraçado!... Por causa do caixote ainda baixas ao caixão!
Punhetas – Às putas já fui e não resultou. Até foste tu que me levaste, ainda o mês passado, ou já te esqueceste?... Não guardo boas recordações. Fiquei entalado na anã. Teve uma daquelas contracções nervosas aferrolhoantes, que até tive que ir ser desencarcerado no hospital...
Engenheiro – Eh-eh, pois foi. A minorca excitou-se, ou teve um ataque epiléptico, ou lá o que foi. Vá lá que não te mordeu... Sorte a tua não teres sido entalado mais acima. Era a guilhotina. A tipa cerra a dentuça que nem o pitbull do Chico Escuro. Nem à porrada larga...
Punhetas – Duvido que ir à bruxa tenha mais sucesso que ir à puta anã. Até porque fora do ecrã as gajas nem me excitam grande coisa. Cada vez menos, aliás. Ao contrário das imagens televisivas: estou cada vez mais apaixonado!
Engenheiro – Punhetas, estás é chanfrado de todo. Preferes a fantasia e o artificial ao natural. É como aqueles otários que preferem frango de aviário a galinha do campo. Se o Dragão sabe disso, chama-te um monte de nomes complicados!
Punhetas – Já me chamou. No outro dia disse que eu era um onanodependente compulsivo. E na véspera já me tinha classificado como Olhemobile masturbo-diesel.
Engenheiro – Fala baixo, que o gajo ‘tá a olhar para nós. Mas ouve lá, tu explica-me duma vez por todas: como é que essa sarna do diabo te assolapou?
Punhetas – Bem, começou por ser uma novidade, uma descoberta. Depois tornou-se uma experiência. A seguir, degenerou em vício. E agora, pá, agora já é um tique.
Engenheiro – Foda-se, Punhetas, afinal não estás possesso...
Punhetas – Ah não? Então, ’tou o quê?
sábado, novembro 17, 2007
História da Carochinha
sexta-feira, novembro 16, 2007
O Fim da Macacada
Na Índia, surgiu um grave problema evolutivo:
PS: No caso do macaco ser da espécie nariguda, dada a sua hipersensibilidade, convém não usar de coprolalia. Portanto, nunca mandá-lo morder quem lhe fez o cu, porque não se sabe quem foi, mas antes quem lho lambe, ao esfíncter, sistematicamente. E esses são muitos. Mais que as mães (se bem que quanto aos pais se enquadrem na mesma confraria).
quinta-feira, novembro 15, 2007
Peritos e depressões
Reflexo condicionado
Sucedâneos
quarta-feira, novembro 14, 2007
Com corrente e cadeado
Página 161, 5ª frase completa (ou coisa que o valha) de "Os intelectuais na Idade Média", de Jacques Le Goff, reza o seguinte:
O silêncio e a nudeza
1. A resposta de Jesus a Pilatos sobre o que era a Verdade.
2. O grito espontâneo da criança diante do cortejo pomposo da majestade: "O rei vai nu!"
terça-feira, novembro 13, 2007
O seu a seu dono
Babilónia
E é o triunfo da porcaria. Liliput prestes a coroar-se Babilónia.
segunda-feira, novembro 12, 2007
Frank Einstein ou A Altíssima tecnologia
«For the first time, scientists have created dozens of cloned embryos from adult primates. But what are the implications of this technical breakthrough for the future of mankind?»
Droga, Loucura, Morte
domingo, novembro 11, 2007
O Carácter dos Nobres
sábado, novembro 10, 2007
A Volúpia ao espelho - Peça num acto e várias cenas
Cena 1
Josué recebe Samuel e Esther, pela primeira vez, em sua casa. Na qualidade de anfitrião, apresenta o domicílio às visitas...
Josué - O meu escritório!... Aqui é o nosso quarto!... E este é o quarto do Davidezinho.
Samuel - Oh, espaçoso!... E que belas suásticas na porta!...
Esther (viperina) - Já eu suspeito da tua mãe e da mãe dela.
Samuel (agastado) - E tu que não embirrasses com a mãezinha!...
sexta-feira, novembro 09, 2007
Telejornal - edição especial: da Indemnização hereditária aos crimes de ódio auto-inflingidos
1. «Israel seeks fresh Holocaust reparations deal with Germany»
(A parte mais interessante é quando Rafi Eitan, Ministro dos Negócios Pensionistas, declara: ""We see Germany as responsible for the Holocaust survivors". Temo bem que isto seja um incitamento a todos os futuros chacinadores a não deixarem sobreviventes. Saem mais baratos os mortos.)
2. «French Jews stunned by claims that rabbi faked own stabbing»
(A história fabulosa dum rabi francês que terá simulado um esfaqueamento a si próprio. Será possível?...)
3. «Professor acused of faking hate crime».
(Uma professora tentou defraudar os seguros, com falsas queixas de vandalismo racista no seu automóvel).
4. «Cries of 'anti-Semitism' vanish after suspect identified»
5. «Doubt Is Cast on Report Of Attack on Downey».
(Downey, estrela dum talk-show televisivo, queixou-se à polícia de ter sido atacado por skinheads, no aeroporto de S.Francisco. Os fulanos, imagine-se, tentaram rapar-lhe a cabeça e gravar-lhe suásticas na cara, nas sweatshirt e nas cuecas. A polícia desconfia da imaginação do sr. Downey.)
6. «'Swastika attack' woman detained».
(Uma mulher de 23 anos, nos subúrbios de Paris, que se queixou de ter sido confundida com uma judia e, consequentemente, assaltada, despida e carimbada com suásticas, confessou ter inventado a história.)
7. «Judge's son gets probation for drug possession, other felonies»
( Entre várias habilidades, Grant V. Schwartz, judeu americano, "was also arrested in spring on federal charges of bank larceny from the offices of Community Central Bank and making a false statement to investigators, in connection with a federal discrimination complaint he filed against Lieghio in the spray-paint matter."
8. «Police: Jewish GW Student Admits Putting Swastikas On Her Door».
(Na Universidade george Washington, em que 30% por cento dos estudantes são judeus, uma aluna confessou ter sido ela a pintar suásticas na porta do seu quarto. )
9. «Jewish man held over Paris fire».
(O incêndio no Centro comunitário Judeu, em Paris, que se pensava ter sido ateado por anti-semitas, eventualmente skinheads, afinal foi ateado por um judeu, antigo trabalhador no local.)
10. «UNH student made false claims»
(Outra estudante judia com uma imaginação fértil.)
Parece que temos que acrescentar ao anti-semitismo positivo e ao anti-semitismo negativo o anti-semitismo simulado. Mas é evidente que ainda não chega aos calcanhares do filo-semitismo fictício.
Ora, nem mais!...
quinta-feira, novembro 08, 2007
Reunião de emergência
quarta-feira, novembro 07, 2007
Setenta vezes sete
-"Então - retruca, enfadado, o eleito - se eu agora lá fosse só conseguia era ser massacrado também. Do mal o menos: haja alguém que sobreviva. Se por coincidência esse alguém sou eu, só posso dar graças a Iavhé."
-"Mas que interesse podes ter tu em viver a um tal custo? Que sentido te resta na vida, rodeado de campas e fantasmas?..."
terça-feira, novembro 06, 2007
O Lili-Canecismo pênsil
O fenómeno até teve honras de abertura de telejornal: os "antifascistas portugueses estão em marcha contra o Museu Salazar".
O resto - o conteúdo, a função, a finalidade - como tudo, nesta paróquia, é irrelevante. Porque, bem no fundo, o que atormenta estes vígarozitos estridentes e regurgitantos nem sequer é o fascismo, coisa que até ignoram o que seja e nunca viram mais gordo, mas apenas a fachada. A cosmética. A mascarilha com que hão-de besuntar a fronha. E a farpela com que farão (e falarão) de conta, na passerelle mundana do rapa-tacho.
Ou estes antifas da tanga não continuassem agarrados à saia duma autêntica Lili Caneças ideológica. Sim, catrafilados que nem lapas: à saia do estafermo ultra-recauchutado e à teta da situação. Parasitas dos vivos e bolores dos mortos.
segunda-feira, novembro 05, 2007
A Cama que nos andam a fazer
Antes de retomar as hostilidades, uma breve nota sobre a maratona de comentários.
A certa altura, num animado despique com Timshel, o glutão das hóstias, diz a Zazie, com imensa piada: "Toda a gente sabe que o Dragão é agnóstico."
Toda a gente, ó minha cara amiga, é capaz de ser um pouco exagerado. Há pelo menos uma pessoa que o desconhecia com todas as suas forças: eu.
Deus não é um objecto de conhecimento, donde não faz qualquer sentido alguém arengar que pretende conhecer ou desconhecer Deus. Ou, o mesmo é dizer-se, "gnóstico" ou "agnóstico". Porque, na verdade, um tipo munir-se do "conhecimento" para ir à procura de Deus é o equivalente a armar-se duma cana de pesca para ir à caça de elefantes. E quem diz Deus, diz um mero indivíduo - um Chico, Manel ou Francisco quaisquer. Ou seja, desde o "Indivíduo por Excelência" ao "indivíduo por existência". Já Aristóteles o explica detalhadamente - Livro Zeta, da Metafísica, para quem se quiser dar ao trabalho. Não obstante, o que mais por aí abunda é gente que afirma conhecer tudo e mais alguma coisa - desde o parto do Universo até às ínfimas privacidades galácticas - e nem a si próprio se conhece. Querem um exemplo flagrante: nós todos.
Todos os sistemas lógicos baseados estritamente no conhecimento -como, por exemplo, a Ciência Moderna -, apenas alcançam o nível das espécies: escapam-lhes os indivíduos. Precisamente, porque não têm como finalidade saber "o que as coisas são", mas apenas "aquilo para que as coisas servem". Não espanta pois que operem e porfiem pela uniformização, pela massificação, em suma: pela "standardização". Aquilo que não atingem, não compreendem e, por conseguinte, terraplenam. O que escapa à "média" - dada pela "estatística", pela "lei geral", pelo "mito autorizado", enfim, pela "moda gnoseológica" da berra - amputa-se ou tortura-se até não restar mais que um puré de factos e invólucros normalizados. Como numa perfeita Cama de Procusta.