«É perfeitamente claro que um crente se identifica até certo ponto com o que faz e com o que crê; nele não existe distância de monta entre a sua lucidez, por um lado, e as suas acções e pensamentos, por outro. Esta distância cresce desmesuradamente no falso crente, naquele que exibe convicções sem a elas aderir. O objecto da sua fé é um sucedâneo. É preciso dizê-lo sem rodeios: a minha revolta é uma fé que subscrevo sem nela acreditar. Mas não posso deixar de a subscrever. Nunca meditaremos o bastante nas palavras de Kirilov sobre Stavroguine: "Quando acredita, não acredita que acredita; quando não acredita, não acredita que não acredita."»
- E.M. Cioran, "Pensar contra si próprio".
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