Começo por uma breve resenha do que pensam os literatos sobre os críticos de literatura, para que não restem dúvidas sobre o raciocínio subsequente.
Ionesco: “O crítico devia descrever e não prescrever”;
Montesquieu: “Os críticos são como aqueles generais maus que quando não conseguem conquistar um país, envenenam as suas águas”;
Valéry: “Crítico: o mais imundo biltre pode dar um golpe mortal. Basta que tenha raiva”;
Bierce: “ Crítico. Pessoa que se gaba de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar”;
Ionesco: “O crítico devia descrever e não prescrever”;
Montesquieu: “Os críticos são como aqueles generais maus que quando não conseguem conquistar um país, envenenam as suas águas”;
Valéry: “Crítico: o mais imundo biltre pode dar um golpe mortal. Basta que tenha raiva”;
Bierce: “ Crítico. Pessoa que se gaba de ser de satisfação difícil, porque ninguém lhe tenta agradar”;
Prevost: “Não é necessário que um autor compreenda o que escreveu. Os críticos se encarregarão de lhe explicar”;
Goethe: “Mata-o, o cão! É um crítico”;
Flaubert: “Um homem torna-se crítico quando não pode ser artista, assim como um homem se torna espião quando não pode ser soldado”;
Twain: “O símbolo dos críticos devia ser o besouro: ele deposita os ovos no esterco de qualquer outro, doutro modo não os podia chocar”;
Shelley: “Assim como o ladrão falido se torna receptor de bens roubados, assim o escritor falhado se torna crítico”
Ora bem, se alguma coisa esta amostra - deveras eloquente - atesta é do desprezo dos tipos competentes em literatura pelos especializados em crítica da mesma (julgo que ninguém colocará em causa a competência dos senhores em epígrafe). Shelley é até particularmente esclarecedor: quando um tipo não tem competência literária, dá em crítico. Com a mesma fatalidade, acrescento eu, com que um tipo sem competência conjugal, dá, primeiro, em coleccionador de hastes e, depois, em bêbado. Ou um indivíduo sem competência de qualquer espécie dá em político.
Resulta disto, como é mais que óbvio, que se há defeito de que nunca se poderá acusar um crítico literário é, precisamente, de falta de competência literária. Raia o absurdo. É o mesmo que acusar um crítico literário de ser um crítico literário. Quer dizer, mais que um truísmo, é uma sandice. Já que, como fica implícto, a falta dessa competência (literária) só abona em favor da sua competência crítica. É o seu certificado-mor de habilitação. E isso, ninguém duvide, é algo que qualquer literato minimamente competente sabe, mal lhe nascem os primeiros dentes: o crítico é tanto melhor no seu ofício quanto pior –mais medíocre, frustrada, impotente e aleijadinha - for a sua competência literária. Da mesma forma que a deficiência visual desenvolve a faculdade auditiva, a deficiência literária promove o frenesim crítico.
Portanto, quando um tipo diz que falta a outro competência literária para fazer crítica literária está a incorrer em duas proezas simultâneas:
1. Está a confessar palonsamente a sua própria incompetência literária;
2. Está a reconhecer e a valorizar a competência crítica daquele que, nesciamente, desvaloriza;
Goethe: “Mata-o, o cão! É um crítico”;
Flaubert: “Um homem torna-se crítico quando não pode ser artista, assim como um homem se torna espião quando não pode ser soldado”;
Twain: “O símbolo dos críticos devia ser o besouro: ele deposita os ovos no esterco de qualquer outro, doutro modo não os podia chocar”;
Shelley: “Assim como o ladrão falido se torna receptor de bens roubados, assim o escritor falhado se torna crítico”
Ora bem, se alguma coisa esta amostra - deveras eloquente - atesta é do desprezo dos tipos competentes em literatura pelos especializados em crítica da mesma (julgo que ninguém colocará em causa a competência dos senhores em epígrafe). Shelley é até particularmente esclarecedor: quando um tipo não tem competência literária, dá em crítico. Com a mesma fatalidade, acrescento eu, com que um tipo sem competência conjugal, dá, primeiro, em coleccionador de hastes e, depois, em bêbado. Ou um indivíduo sem competência de qualquer espécie dá em político.
Resulta disto, como é mais que óbvio, que se há defeito de que nunca se poderá acusar um crítico literário é, precisamente, de falta de competência literária. Raia o absurdo. É o mesmo que acusar um crítico literário de ser um crítico literário. Quer dizer, mais que um truísmo, é uma sandice. Já que, como fica implícto, a falta dessa competência (literária) só abona em favor da sua competência crítica. É o seu certificado-mor de habilitação. E isso, ninguém duvide, é algo que qualquer literato minimamente competente sabe, mal lhe nascem os primeiros dentes: o crítico é tanto melhor no seu ofício quanto pior –mais medíocre, frustrada, impotente e aleijadinha - for a sua competência literária. Da mesma forma que a deficiência visual desenvolve a faculdade auditiva, a deficiência literária promove o frenesim crítico.
Portanto, quando um tipo diz que falta a outro competência literária para fazer crítica literária está a incorrer em duas proezas simultâneas:
1. Está a confessar palonsamente a sua própria incompetência literária;
2. Está a reconhecer e a valorizar a competência crítica daquele que, nesciamente, desvaloriza;
É precisamente um caso de auto-aviltamento destes que acontece a Miguel Sousa Tavares, quando profere, em relação a Vasco Pulido Valente, numa entrevista recente à SIC-Notícias, que, e passo a citar: «não lhe reconheço competência literária ou de outro género para fazer crítica literária".
MST tem tudo para vir a ser um excelente crítico literário. Ao contrário de VPV, em quem, apesar de tudo, vislumbro umas certas limitações e handicaps.
Isso era dantes e nem era cá que isto sempre foi uma aldeia. Onde é que há críticos? tu conheces críticos literários? cá?
ResponderEliminarIsso é que era bom. Só se for a criticar um filminho de um estrangeiro que nunca venha a saber do caso. Cá o que existe são publicitários à pendura. E publicitam de tal maneira que até são capazes de fazer poesia concreta com uma crítica literária.
Geralmente fica-se na mesma. Aquilo dá para tudo. Tanto parece que está a dizer bem do amigo e mal do livro, como bem do livro e mal do amigo. Não importa. O que importa é que para a próxima é o escritor que faz de crítico e lhe vende a poesia que ele também é capaz de fazer.
Isto é que é a nossa crítica literária. Revezam-se no negócio e geralmente até são colegas de carteira no jornal.
O VPV nem é crítico, chegou-lhe a mostarda ao nariz e aproveitou. Agora os nossos “críticos” também aproveitam e penduram-se nele, porque sempre dá um ar mais erudito e sabe História- o que fica sempre muito bem a quem só sabe o que dizia a publicação do mês passado.
«tu conheces críticos literários? cá?»
ResponderEliminarÉ o que mais para aí há. Dá-se um pontapé numa pedra e repta lá debaixo um casal deles. Quando não uma ménage completa.
No resto, é mais ou menos como dizes, para pior.
Quanto ao VPV, também acho que se amesquinha e esbanja como "crítico literário". Mas se não quer ser "crítico literário" não lhe vista a pele.
:O)
O VPV devia ser "gratuito e obrigatório" em todo o arremedo de escola cá da paróquia.
ResponderEliminarJá agora uma achega de J.L.Borges:"A crítica serve para dar de comer aos críticos".
Cpmts
J.J.Pereira
"Ou um indivíduo sem competência de qualquer espécie dá em político". Ou em bêbado.
ResponderEliminarOu em ambos.
E, no final, ainda lhe há-de sobrar tempo para criticar o destak. críticos literários somos todos; está-nos no sangue da lusitanidade.
Agora um aparte: e a excomunhão da Luísa Mesquita? o que já me ri com isso...
Ou um indivíduo sem competência de qualquer espécie dá em político
ResponderEliminarE eles nada fazem para "lavar" esta sua má imagem...
A mim o que me parece é que o MST sabe muito e/ou tem grandes amigos!
ResponderEliminarÉ que já com o Equador, surgiu do "nada" uma polémica relativa a um possivel plágio, e lá foram mais uns milhares de livros vendidos...
Agora, o VPV gratuitamente (ou talvez não) garante mais uma preciosa publicidade ao jovem MST.
Isto é que vende! Com boas criticas ninguém vende um boi.
O que eu gostei foi dos críticos a saírem debaixo das pedras
ResponderEliminarahahah
e rabicham que se fartam
":O)))
Mas é uma boa anormalidade, essa da crítica artística. Também nunca acreditei nisso. Mas já me quiseram impingir a crítica de arte como uma disciplina paralela à teoria de arte. Como se a crítica de arte não fossem as capelinhas que decretam quem tem direito ao título e quem não tem
":O)))
A única coisa que existe é história literária ou artística e recensões. O resto é mesmo comércio, como o dos delegados de propaganda médica.