Aviso: o postal que se segue é desaconselhável a almas sensíveis ou pessoas que não estejam minimamente familiarizadas com as teorias de Karl Marx e associados.
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Eu chamo-lhe o cuco de Hegel. Deste, tanto quanto uma inversão (como ele próprio confessa), é um aproveitamento que processa. Isto é, como boa ave oportunista, aproveita a estrutura do ninho do outro para incubadoura da sua própria postura.
Dou um exemplo sintomático (e fixem-no bem, sff): as três fases do desenvolvimento histórico-económico - 1. Sociedade medieval, 2. Revolução capitalista, 3. Revolução proletária -, só podem ser explicados e justificados através do conceito dialéctico hegeliano - tese-antítese, logo síntese. Marx chama-lhe resolução de contradições, e parte daí para um triunfo necessário e científico do proletariado. Quer dizer, segundo ele, está implícito na própria dinâmica do processo (dialéctico) da economia social que o proletariado acabe por conquistar o poder e culmine a formidável saga com a utilização santa desse poder para transformar os meios de produção sociais em propriedade pública (só descrevê-lo é cansativo, imaginem agora ao vivo!)....
Ora, o primeiro salto - da sociedade feudal para a revolução capitalista, Marx constata, analisa e, de alguma forma, explica. Mas o segundo salto, dado que ao seu tempo ainda não aconteceu, meramente anuncia e profetiza.
Algumas questões. A primeira, e mais premente de todas: porque é que o proletariado é melhor que os capitalistas, ou que a burguesia? A única resposta é, em parte, estritamente quantitativa: os proletários são a maioria, isto é, são mais que os outros. E no restante, meramente funcional: os proletários são os operários, a força produtiva que alimenta o grande capital. Mas o serem mais, e trabalharem como neo-escravos, faz deles melhores? Porque se não são melhores, uma vez na posse do poder, não farão decerto coisas mais justas. Podem efectivamemnte vingar-se ferozmente das opressões e injustiças, mas a vingança não constitui exactamente um programa que subsista a médio/longo prazo. Uma vez desforrados da classe malvada, os proletários, muito provavelmente, desatam a tirar desforço entre si.
Segunda questão essencial: Por via do círculo vicioso da "superabundância de meios de produção e de produtos" em tandem com a " superabundancia de operários sem ocupação e sem meios de existência" (que é de facto verificável) a burguesia, segundo Marx, devém culpada da incapacidade de continuar a dirigir as suas próprias forças produtivas sociais. Uma vez que os operários não entram automaticamente em regime de auto-gestão, quem passa então a substituir a burguesia nesse funcionalidade dirigente? A vanguarda esclarecida da classe operária, ou seja, o partido comunista, estipula Marx. Bem, mas quem nos garante que essa vanguarda sucedânea da burguesia vai conduzir a sociedade num sentido de melhoria e de justiça, e não no de uma mera burocracia despótica, autofágica e rasurante? Ou seja, que estatura angélica garantida se encontra instalada na psique desses homens (não posso dizer alma, porque a coisa decorre num puro materialismo transmecânico), de modo a permitir-lhes exercer infalivelmente um tal sacerdócio? São as forças necessárias da Deusa História (o "espírito hegeliano de patas para o ar: a pura materialidade das condições socio-económicas). (Isto é o mesmo que dizer uma "metafísica dos gambosinos", mas não vou por aí)..
A História, para quem não insista em auto-lobotomizar-se, já respondeu copiosamente a estas questões.Em teoria, e enquanto receita, o Marxismo está completamente desvalidado pela experimentação. A teoria, pura e simplesmente, não resulta no terreno. E tem efeitos secundários terríveis, como sejam agredir aquilo que era suposto curar, e fortalecer aquilo que era suposto combater.
Todavia, embora desvalidado na prática, o Marxismo continua activo na teoria e animando inúmeros seguidores. Como explicar isto?
1. Mais que mera teoria política e socio-económica, o marxismo tornou-se uma forma de religião - o partido deveio seita. Por conseguinte, a teoria não se processa apenas ao nível da razão: impregnou também a vontade e animou uma "fé". Nesse sentido, alcançou uma certa imunidade à argumentação racional e aos próprios dados da realidade empírica. A força da escatologia marxista é idêntica à de qualquer movimento apocalíptico e apresenta~se ao fanatizado tão sedutor e obsidiante quanto este.
2.Através de Lenine, o marxismo encontrou a sua fórmula operativa e eficiente, ou seja, de simples teoria, transformou-se em modo concreto de luta e conquista do Poder. Lenine, por um lado, tratou de dar corpo à profecia da revolução proletária, colmatando de assalto o terceiro salto histórico; mas, por outro, inaugurou todo um processo demonstrativo de como, na realidade, a luta/conquista de Poder absorve e usurpa o próprio Exercício do Poder. Quer dizer, a luta pelo poder não se esgota na conquista deste, com o inerente derrube da classe opressora: a luta pelo poder prolonga-se e perpetua-se depois, submetendo ao seu exclusivo interesse, lógica e dinâmica, toda a subsequente administração e governo da sociedade. Como Stalin patenteou, a luta prossegue depois dentro do próprio partido, de purga em purga, até á ruína final e fatal. São os problemas de qualquer veículo com motor dialéctico (tomar Heraclito sem diluição prévia em Parménides pode causar círculos viciosos e alucinações). Assim, o marxismo deixou de necessitar duma comprovação empírica, porque abdicou de ser uma utopia científica, ou sequer uma forma benigna de governo, para passar a ser apenas um método de combate político. O instrumento absorveu a finalidade. É daí que decorre, em boa parte, a ausência de qualquer ideia governativa na actual esquerda: a sua ocupação é apenas a luta pelo Poder. O país concreto, as pessoas reais, o futuro, o pssado, não lhes interessa para nada, fora aquilo em que podem ser utilizados enquanto arma de arremesso retórico, político e, a limite, policial.
3. Finalmente, a questão mais séria. O marxismo não surgiu caído do ar. Sem Hegel, e a influência deste na mentalidade da época, nem Marx (nem Darwin, por sinal) disporiam de tão boas facilidades estruturais, é certo. Mas o ambiente apenas ajuda à incubação do motivo, não o corporiza. E o motivo palpitava naquilo que a Revolução capitalista congregara à espera do novo messias: massas de deserdados, migrados dos campos e enxameando de roda das cidades e das indústrias. É por isso que, no conceito optimista da História, de Marx, a revolução capitalista e a ascensão da burguesia, constituem um progresso em relação à sociedade medieval - porque criam as condições materiais para a emancipação humana da necessidade, na forma do seu protagonista histórico: o proletariado. (Só uma antropologia optimista, a cavalo num desenvolvimento progressista poderiam sustentar aquilo que, de facto, é um paradoxo: a necessidade histórica da libertação humana. Até porque como comprova a experiência, a servidão só em muito poucos acende a vontade de libertação; na grande maioria cria simplesmente o hábito). Não obstante, animado por este novo evangelho industrial, Marx erige-se como clínico diante duma enfermidade monstruosa e, em simultâneo, como parteiro da eclosão forçosa e terminal de todo o processo de desenvolvimento: a revolução proletária. Procedeu às análises, prosseguiu para o diagnóstico e concluiu com a receita terapêutica. Já vimos que esta não resulta; o diagnóstico é muito discutível; as análises, por seu turno, não sendo algumas desprovidas de sentido, valem enquanto radiografia económica, mas não como panaceia política. Todavia, persiste um factor determinante e problemático: é que a enfermidade continua lá e, ultimamente, tem-se até agravado a paroxismos inquietantes. E é este continuar da putativa causa material do Marxismo que propicia a dúvida, o mal-estar e a inquietação. E também a tentação de rever, corrigir ou remendar Marx para ver onde é que ele falhou e de que modo pode colocar-se a navegar de novo. Daí as conjecturas do estilo: eventualmente a dose não terá sido bem subministrada; eventualmente o paciente não estava ainda preparado; eventualmente a doença é mais virulenta e resistente aos antibióticos do que se pensava. O que explica, em parte, o labor estrénuo de algumas colmeias mais devotas. E quando digo colmeias poderia dizer com igual propriedade enxames, carreiros ou exércitos. Porque, na verdade, o marxismo funcionaria na medida em que a humanidade se convertesse numa espécie de formigueiro (e não é por acaso que os partidos comunistas sempre se organizaram à maneira dos insectos colectivos). A tarefa do formigueiro seria construir o paraíso.
O facto é que a revolução proletária, afinal, não constituiu mais que uma peripécia na revolução capitalista. Ajudou a solidificá-la, pela desestruturação e liquidação remanescente da ordem natural, e reforçou a calafetagem de todo o sistema, contribuindo generosamente para a degradação da massa a manada, através de ininterruptas inoculações de materialismo grosseiro, sacralização do trabalho, idolatria da ração e, nunca será demais sublinhá-lo, habituação ufana aos arreios, aprestos e antolhos.
Enquanto isso, o que se vem verificando ao longo dos últimos decénios, é que a revolução proletária, de peripécia, foi promovida a forma de cultivo. Funciona agora, em múltiplas variantes, como afluente da revolução capitalista e constitue área de exploração desta. Só que, entretanto, a própria luta pelo poder transformou-se em luta pelo dinheiro. E assim, as várias fórmulas de revolução proletária, manifestam-se sob diversas índoles: podem ser de motivação criminal (os carteis da droga no México, por exemplo), religiosa (o recente Exército Islamico é um exemplo disso), tribal (inúmeros episódios em África ou na Ásia), desportiva (as claques dos grandes clubes), política (revoluções coloridas e primaveras árabes) ou mediática (internet e resdes sociais). Mas todas elas obedecendo a um padrão comum: alcance limitado, interesse mercantil, perpetuação da revolução. Capitalista, bem entendido.
Afinal, parece que foi Trotsky quem triunfou e granjeou ao marxismo o seu corolário lógico.
Enquanto isso, o que se vem verificando ao longo dos últimos decénios, é que a revolução proletária, de peripécia, foi promovida a forma de cultivo. Funciona agora, em múltiplas variantes, como afluente da revolução capitalista e constitue área de exploração desta. Só que, entretanto, a própria luta pelo poder transformou-se em luta pelo dinheiro. E assim, as várias fórmulas de revolução proletária, manifestam-se sob diversas índoles: podem ser de motivação criminal (os carteis da droga no México, por exemplo), religiosa (o recente Exército Islamico é um exemplo disso), tribal (inúmeros episódios em África ou na Ásia), desportiva (as claques dos grandes clubes), política (revoluções coloridas e primaveras árabes) ou mediática (internet e resdes sociais). Mas todas elas obedecendo a um padrão comum: alcance limitado, interesse mercantil, perpetuação da revolução. Capitalista, bem entendido.
Afinal, parece que foi Trotsky quem triunfou e granjeou ao marxismo o seu corolário lógico.
é pá, isto está muito bom.
ResponderEliminarE sim, a base hegeliana permitiu também o darwinismo- social e o outro.
O holismo utópico é sempre progressista mas depois temos a revolução proletária-religiosa do Estado islãmico que mostra como a selva também não muda os genes.
O final está delicioso. A alternativa neotonta é totalmente trotskista.
Selva ou deserto, vai dar ao mesmo- mudam de catana para arma mais moderna, em sendo no deserto.
ResponderEliminarNa selva não há capitalismo que modernize os métodos.
Mas há muito que tu andavas a pensar nestas cucarias do Hegel.
ResponderEliminarPois é. Nunca lhes escapamos.
Lá tive que reler o Marx.
ResponderEliminar:O))
«Na selva não há capitalismo que modernize os métodos.»
Estás muito desactualizada quanto à selva. Aquilo é minas , armadilhas, lança-rochets (em Angola, a Unita tinha blindados e tudo), aos molhos. Isso da catana, foi só no tempo da Upa e por alturas do ritual do Ruanda (mas a catana funciona mais como silenciador)...
O Boko Haram, por exemplo, usa armamento sofisticado, ou porque é que julgas que eles brincam, tanto?
África é um mundo, minha cara. Não imaginas a grana que os traficantes de armamento por lá fazem.
ehehehe
ResponderEliminarPois devo estar mesmo desactualizada.
Imagino sempre o tribalismo africano à catanada.
Mas a «sacralização do trabalho, a idolatria da ração» é que são o busilis.
ResponderEliminarQuando Marx de mete no fetichismo da mercadoria e depois na alienação do trabalho podia ter lá chegado mas estragava-lhe o esquema hegeliano onde arrumou tudo.
Deu-lhe para os extases desalienantes com a mesma matéria com que se alienam.
":O)))))
Só para teres uma ideia: em 1978 já os Angolanos tinham Migs 21 e helicópteros pesados de ataque. Graças a isso deram porrada nos sul-africanos. Conheci gajos do Búfalo 32 (tropa de elite sul-africanas) que tiveram que correr pela savana à frente dos BMP21 (blindados ligeiros de infantaria). Estás a ver, pretos mecanizados a caçarem brancos a penates... O que é que julgas que desmoralizou em larga medida o apartheid? A guerra no sul de Angola contribuiu para isso.
ResponderEliminarQuem passou esses entusiásticos extases a filme foi o Dziga Vertov e ainda hoje são de um kitsh delicioso.
ResponderEliminarE tinham estradas suficientes para isso, ou era mesmo preciso helicóptero?
ResponderEliminarZazie, aqueles veículos não precisam de estrada: são todo-terreno. :O))
ResponderEliminarE se em 1974 Angola tinha a maior rede rodoviária de África, os gajos em três tempos deram cabo daquilo tudo. Especialmente os da Unita, que passavam a vida a miná-las.
Na minha cabeça acredito que esperteza e inteligência aniquilam-se.
ResponderEliminarPasso a explicar: quem é esperto não é inteligente e quem é inteligente não é esperto. E não há meios-termos, p.ex. "é inteligente mas também é esperto". Basta analisar a personagem.
Sempre houve gajos estúpidos. São estes que endeusam os espertos, porque é muito mais fácil do que analisar, pensar, compreender os inteligentes.
Por isso as ideias da esquerdalhada serem subscritas e amadas pelos estúpidos. Uma listagem de estúpidos, em Portugal (e no resto do planeta) dava para um texto de 50 a 100 páginas.
Nem percebem que há uns inteligentes que os manipulam, como Robertos, Fantoches, na praia.
São máfias, aventais não usados na cozinha, etc. Esquecem que quem tem o dinheiro tem o poder.
Sei, pela História, que estas alterações fandangas levam séculos a serem derrotadas. Mas são sempre derrotadas, com a graça de Deus!
A Europa começou por o Cristianismo ter compreendido que era pela cultura (dos campos, das artes, das ciências) que se acabava com as guerrinhas entre os 'bárbaros'. As ciências e as regras de fazer controvérsia académica, o colocar as descobertas no contexto do Cristianismo, são obras deste.
As balelas sobre a Inquisição (em España a Inquisição passou rápidamente para o poder secular, para a realeza), Galileu Galilei... etc. são mentiras propaladas desde o século XIX.
Abraço
Tinham estradas eheheheh!
ResponderEliminarDragão,
ResponderEliminarjá leu isto?
http://www.fnac.pt/O-Puto-Ricardo-de-Saavedra/a810265
ehehehe
ResponderEliminarMuja,
ResponderEliminarnão li, mas vou ver se leio.
Leia que é bom. Se quiser empresto-lho.
ResponderEliminarFez-mo lembrar por causa do Búfalo e dos angolanos.
ResponderEliminarO livro, no fundo, é a "cover letter" do "Puto" para se alistar no batalhão.
É uma história "larteguyana" narrada na primeira pessoa.
Terá sido ele a dar cabo do esquadrão Valódia do mê-pê-lá e a rebentar o padre Max por engano...
E as fugas das cadeias em Portugal são uma delícia...
Aquilo era malta do arco da velha...
Dragão,
ResponderEliminarApós esta excelente análise hegeliana, que importância ou ligação consegue fazer (ou não) entre o mecanismo progressista e a revolução francesa?
Sobre Angola, publiquei ontem estes vídeos que nos dá uma espectacular dimensão da construção orgânica que estava a ser empreendida naquelas paragens até os ideólogos hegelianos e os progressistas liberais aparecerem naquelas bandas com as suas fabulosas ideias coadjuvados com armas às costas.
ResponderEliminarhttp://viriatosdaeconomia.blogspot.pt/2015/02/a-angola-dos-porcos-fassistas-e.html
Repare-se bem na loucura da empreitada, tiveram que destruir uma civilização centenária para abrir um novo capítulo da história que nos dias de hoje ainda está bastante longe de uma forma civilizadora e com um rastro de milhões de mortos que ficaram pelo caminho.
ResponderEliminarO dia da Raça, Com Salazar já velhinho mas com força para dar uns abraços aos soldados que defenderam a civilização até à chegada dos traidores.
https://www.youtube.com/watch?v=R7faQtifiCs
Vivendi,
ResponderEliminara revolução francesa é o estágio anterior do "grande salto". Representa a tomada de poder pela burguesia que, depois, por ser incapaz de resolver a contradição, dará lugar ao proletariado. lamento se isto parece gozo, mas é mesmo assim.
Muja,
África eu conheço mas não é dos livros. Pelo que estes, nesse aspecto, apenas têm relativo interesse.
Duas observações e uma sugestão.
ResponderEliminarA teologia completa do camarada Marx incluia um paraiso inicial - o comunismo primitivo - e um paraíso final - o comunismo cientifico. O proletariado era apenas designado como o parteiro de serviço para o paraíso final. Não havia (teóricamente) superioridade moral dessa classe; aliás o objectivo teológico era tipo um pacto de assassinio-suícidio: o proletariado mataria a burguesia e suicidar-se-ia disssolvendo-se orgásmicamente numa sociedade sem classes.
Não seja bera com o camarada Estaline, ele disse que o "o Partido reforça-se depurando-se", não que se dissolve depurando-se. "Worked for him" e "If it is stupid and it works, it's not stupid." (sabedoria das internetes, capitulo CCXXIII)
Eu gosto de pensar no camarada Caius Julius Caesar como um proto-marxista. Foi dos primeiros que, sendo um aristocrata falido e sem perspectivas, alistou a massa dos "capite censi" (aka "proletarii", os que só tinham prole), e usando o dinheiro do maior bilionário da historia (Crassus, de quem foi um devedor "too big to fail", por isso deu a Cesar a Gália para saquear), para chegar ao poder supremo em Roma. Um pequeno erro de cálculo rendeu-lhe 27 facadas, em vez de uma reforma pacífica como o camarada Lucius Cornelius Sulla, mas foi uma boa tentativa.
Por acaso, bem, estava eu de viagem em carro de Luanda para o Bié e comentava com quem me acompanhava que tomar este país seria coisa de criança. É tao grande e com tantos territórios para desembarcar ou aterrar...
ResponderEliminar.
O país está em reconstrução. Acelerada. Chineses a construir por todo lado. E portugueses. E brasileiros. Luanda vai melhorando. Em de anos já nem parece a mesma.De longe, a jantar nos rrestaurantes da ilha parece Manhattan. De perto sente-se coisa diferente. Mas avança a bom ritmo. Luanda deve ter mais de 6 milhões de habitantes. É frenética. Tem tudo. Excepto as artes. O q me incomoda bastante.
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Angola tem cenas indisctitiveis. Paisagens. Pessoas.
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As mulheres são a força deste país. As criança andam fardadas para a escola. Herança do passado. Levam um banco de plastico. Todas elas. Vi eescolas ao ar livre e um quadro e imensas crincas sentadas nos bancos qjr trazem de casa. Fotografei tudo.
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No sumbe parei num rio. Lindo. Os miúdos tomavam banho. As mulheres lavavam a roupa. A rapaziada lavou-me o carro, como sempre. Tinha jacarés o rio.
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Tive asorte de ver o desembarque das bananas rio abaixo. Barquetas repletas de bananas. Vermelhas., verdes, amarelas. Tao cheios vinho os barcos que os trabalhadores vinham a nado. Rio abaixo. Uns cinquenta aos gritos. Comprei um cacho das verdes. Comio-o no mesmo dia para não apodrecer. A banana aqui amadurece em dois dias. Experimentei a banana dondi. Pequenina como as da madeira. A vendedora disse-me:
- homi não podji comé muita banana dondi. Faiz mal ô homi.
- então dá-me um cacho moça. Preciso de um relaxante natural.
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Rb
> Um pequeno erro de cálculo rendeu-lhe 27 facadas
ResponderEliminarPara ser mais específico, o erro dele foi demasiada cunfia na corja republicana do senado, que já na altura estavam industriados no teoria assassina do "sic semper tyrannis", que já vem de mais longe que o licor Beirão.
A história está crivada de bons monarcas que sucumbiram aos oligarcas canalhas que assim se justificam.
Mas às vezes os republicanos lixam-se, como com o camarada Octavio Augusto, que era arguto demais para a camionete deles.
Passei por uma escola em porto Amboim. Escola pública. Entrei por acaso. Sou curioso. Vim a saber que era um das escolas qir foi do meu tio. Entrei na igreja. Entro em todas, não sei bem porquê. Nunca esquecerei o que presenciei.
ResponderEliminar.
Sentei-me na quarta ou quinta fila. À minha frente mulheres. Quase todas com bebes no colo. Dialogavam naturalmente com a Virgem. E Ela respondia-lhes. Claramente. ETA como se estivessem a rezar em dialogo com a divindade.
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Rb
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Rb
> À minha frente mulheres. Quase todas com bebes no colo
ResponderEliminarQuando da visita do papa Bento XVI a Lisboa, olhei em roda no Terreiro do Paço e disse que ainda iam ser os africanos que nos iam safar o couro. Bem precisamos de ajuda, que por nós não encontramos o cu com as duas mãos, lanterna e mapas (agora no telemóvel).
(Bons relatos, obrigado)
Euro2cent,
ResponderEliminara sua primeira observação está correcta e muito bem exprimida (como de costume, aliás). Embora o vate desse "paraíso primordial" fosse mais o camarada Engels. Em todo o caso, não era meu objectivo expor a teologia completa da parelha, mas essencialmente tentar perceber as razões da sua (como agora se diz) "resiliência" histórica.
Nestas coisas, quase tudo fica sempre por dizer e aquilo que se diz já ultrapassa os limites do que é aceitável para a nossa época telegráfica.
> não era meu objectivo expor a teologia completa
ResponderEliminarPenso que havia uns escritos sobre o "modo de produção asiático" mas a audiência adormeceu ;-)
Bem, pronto, olhe eu gostei de ler. É quanto posso dizer.
ResponderEliminarOlha! Então tiraste quantos da miséria hoje?
ResponderEliminarAinda bem que já não são os portugueses a mandar lá, senão levar banquinhos de casa era evidentemente opressão. E claro que tiravam os telhados às escolas só para os fazer sofrer.
Mas ainda bem que parece Manhattan, que só conheço das fotografias, felizmente.
Quanto à Virgem, está bom de ver que na altura não falava com elas por causa da censura, pelo que agora devem ter muito que pôr em dia...
Mas há-de fazer-nos um favor: quando vir um desses edifícios feitos por chineses, de preferência o mais alto, suba lá acima e depois conte-nos.
ResponderEliminarMas leve o cacho das bananas...
"Representa a tomada de poder pela burguesia que, depois, por ser incapaz de resolver a contradição, dará lugar ao proletariado. lamento se isto parece gozo, mas é mesmo assim."
ResponderEliminarEntendi perfeitamente a mensagem e concordo.
Com o 25 de Abril, aconteceu o mesmo, o acesso ao poder ficou banalizado e as "elites" burguesas transformaram-se na porcaria que sabemos...
'Olha! Então tiraste quantos da miséria hoje?'
ResponderEliminar.
Ando a concluir os meus 'dez trabalhos' a ver se depois me dedico a tirar Gajos da miséria. Começarei por ti muja. Sabes q eu não olho a crenças, nem a raças, nem a nacionalidades para tentar fazer o bem. Ou o mal. E previligio os pobres de espírito.
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Rb
Mas há coisas q me comovem. Grávidas ou mulheres com bebés têm atenção especial. Aconteceu uma espécie de milagre qdo visitei a Muxima (um santuário como Fátima). A mama muxima, q é a Virgem. Fi-lo por turismo. Entrei na igreja da 'mama'. Fica ao lado dum antigo forte colonial mto antigo q usavam para prender os escravos q iam obtendo. A Mama terá construído essa igreja num dia. Um milagre. É local de romaria intensa.
ResponderEliminar.
Mas o milagre nesse dia foi a santa conduzir-me. Sentou-me numa fila especifica. Tive de tirar os sapatos à entrada.
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Sentei-me a observar as devotas a dialogar com a santa. Ao meu lado uma mulher com bebé.
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-está tudo bem com o bebé senhora? (normalmente vão à santa pedir saúde para quem está doente)
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Tinha um ar desgastado. Cansada. Embalava o bebé com persistência.
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Repeti e refinei a pergunta:
- está doenti à criança?
- nao. Ela está bem
- é daqui?
- di malangi
- ha ato tempo está aqui?
- treis dia
- tem família aqui. Dorme lá?
- não. Durmo lá fora (nas arcadas).
- posso fotografá?
- Podi
- obrigado.
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Saí. E a santa fez-me regressar. Esqueci a tampa da objectiva. A mãe contava notas. Pela cor eram de 5 kwanzas. As mais baixas. 100 kz é um dólar.
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- porque está aqui há 3 dias?
(Atrapalhada recontava psicóticamente o dinheiro. )
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Olhei para a imagem da santa e também eu a ouvi.
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- percebi Senhora. Claramente. Disse baixinho. É esta mulher, nao é?
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A mulher com o bebe olhou-me nos olhos pela primeira vez. Pegou-me na mao. Tirei-a de imediato.
- obrigada
- não. Obrigado eu. VC nem sabe, mas deve agradecer ali à 'Mamã'. nao a mim. Eu nunca me esqueço da tampa da câmara.
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Ela fez expressão de quem não percebeu.
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Rb
Ainda bem que privilegias os pobres de espírito. Mas em África não é só de espírito que eles são pobres, mas é aí que tu andas, por isso deves privilegiar também outras coisas...
ResponderEliminarSobe lá ao prédio chinês e conta-nos a experiência desse magnífico desenvolvimento que parece Manhattan.
Muito comovente a história da Nossa Senhora da Conceição. Podemos concluir, se bem percebi, o seguinte: que o colonialista bom tira com uma mão e dá com a outra. Mas a que dá, tem que vir a virgem forçá-la.
Ah e a Nossa Senhora da Conceição de Muxima levou umas pauladas à uns tempos, ao que parece. Com certeza é o povo angolano que, libertado, está farto de religião colonial...
E só mais um reparo: não desfazendo em Nossa Senhora, mas quem ali construiu a igreja, lá para o século XVI ou XVIII não foi a Virgem, foram os colonialistas maus; os tais que construíam fortes para "guardar escravos".
ResponderEliminarFelizmente agora há chineses que constroem prédios de muitos andares, que parece Manhattan. Será que também constroem igrejas?
Subir em prédios chineses é o pão nosso de cada dia, Mujinha. Não tem novidade alguma. A sensação rapaz é, digamos, de espanto e desconfiança. Espanto porque são enormes e à noite parecem uma arvore de natal com tantas luzes neon. Desconfiança porque fazem em terra de áfrica o mesmo que fazem em Portugal. Devem aldrabar no ferro. Agora que são potentes, lá isso são.
ResponderEliminar.
Mas pareces-me assim um bocado raivoso, oh muja. Que se passa, estás com o periodo?
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Os colonos não foram maus, muja. Quem te meteu essa ideia na cabeça mentiu-te. Os maus foram apenas quem impôs a guerra. Até lá o pessoal ia andando. Com mais ou menos educação e saúde, dependendo da cor, mas lá iam andando.
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PS. Estás enganado meu. A Igreja foi milagre da Nossa Senhora. Um milagre do mesmo grau de grandeza que o efectuado pela Mesma em Fátima. A diferença reside nos efeitos. Na Muxima usou dotes de engenharia avançada. Em Fátima os truques do Coperfield que fazia aparecer aviões e tudo.
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Rb
O autor deste texto parece estar tão familiarizado com a teoria marxista, como aqueles a quem começou por lançar um aviso.
ResponderEliminarDe facto, as várias questões "essenciais" que colocou revelam, antes de mais, que não compreendeu o essencial do chamado materialismo histórico e dialéctico. Porquê? Porque são questões que só têm sentido se se parte do pressuposto dualista que opõe mente e matéria, teoria e prática, sujeito e objecto, propriedade e trabalho. Ora, o fundamental da teoria marxista consiste na superação destas oposições, com raízes históricas, sociais e materiais/económicas, e por isso mesmo se denomina de dialéctica, de histórica e de materialista. O que está em causa na teoria marxista (e antes também em Hegel) é a passagem de uma concepção abstracta do que são os homens para uma concepção concreta, isto é, para uma concepção dinâmica e histórica da realidade e que não se abstrai do contexto sócio-económico em que os homens se fazem, se relacionam e pensam. Daí a famosa expressão marxista que afirma que "não é a consciência que determina a existência, mas a existência social que determina a consciência". Frase esta que revela a tal inversão do idealismo absoluto hegeliano, que, se teve o mérito de mostrar a relatividade ou a historicidade dos pensamentos políticos, religiosos e filosóficos, não estabeleceu qualquer relação entre estes e os modos de produção que os acompanham ao longo do tempo ou história.
Portanto, o essencial não está em o proletariado ser "melhor" ou mais "justo" que os capitalistas, pois o ser mais "justo" ou "melhor" quando especificados não deixam de ser conceitos ideológicos indesligáveis de um determinado modo de vida e existência social. Como mais tarde dirá Nietzsche (sob outro ângulo de análise) o ser bom para o pensamento grego (pré-platónico) identificava-se como o ser belo e forte, com valores aristocráticos, mas com a moral dos escravos cristã passou a identificar-se com a compaixão e o amor, o que revela a tal relatividade dos valores. Ora, no caso da teoria marxista o comunismo é melhor que o capitalismo por uma simples razão: porque, de acordo com a sua teorização da alienação, no comunismo os homens deixam de viver platónicamente em dois mundos, ou seja, dá-se uma identidade entre aquilo que os homens são e a forma com se concebem, e nessa medida deixa de existir oposição entre a praxis e a teoria, o sujeito e o objecto, etc, etc.
Depois convém não esquecer que para Marx o fim da História não consiste num Estado governado por qualquer vanguarda ideológica, até porque isso seria a negação da sua teoria materialista que considera o Estado como uma objectivação dos interesses da classe que detém o poder. Por isso o fim da História só pode ser o fim do Estado, que reflectiria o fim das diferenças entre classes, o fim das oposições ao nivel das relações económicas. E, nesta medida, a analogia feita entre um formigueiro ou uma colmeia e a sociedade marxista está mal feita, pois naqueles há sempre uma rainha para a qual trabalham as operárias (por assim dizer), o que até é mais parecido com a sociedade medieval ou feudal, constituida por um rei, senhores e servos da gleba.
Enfim, o grande erro de análise do autor deste texto consiste em olhar para a teoria marxista como uma teoria que se opõe à prática e que não resulta no terreno, quando o que está subjacente na teoria de Marx é o contrário: a indissociabilidade da existência prática e do pensamento teórico.
Pois é. Tudo o que é sólido dissolve-se no ar.
ResponderEliminarO Marxismo preconiza o espumante da luta de classes.
No fim, tudo aquilo se desmaterializa e funde num extase terreno.
O Dziga Vertov contou a cena.
É uma ópera cómica que se matearializa em tragédia e que vs. querem repetir em versão de tragicomédia
O Lenine até explicou melhor- disse que o comunismo eram sovietes a electrividade.
ResponderEliminarO pugresso materialista a 500 à hora- pázinho- não percebes nada.
https://vimeo.com/82309878
ResponderEliminarAh e sim, palerma- o mecanicismo marxista é mesmo um corpo-máquina, na tradição do La Mettrie ou do Leviatã do Hobbes. Os neotontos seguiram a versão colmeia mas a utopia etérea é sempre a mesma.
ResponderEliminarAquilo acaba sempre por se dissolver no ar. Segundo o Swift podia era dar-se o caso desses aclcóois se localizarem mais abaixo e formarem pústulas- na algália ocidental
":OP
Deves ter umas ricas pernas. Segundo consta, muitos não têm elevador... Deve ser mentira, porque a gente sabe como tu dizes sempre a verdade ahaha!
ResponderEliminarEstou muito raivoso, ui, olha tem cuidado porque sou capaz de vir a ser o primeiro gajo na história a ir aos cornos a outro através da internet...
Ah os colonos não eram maus? Mas o colonialismo era?! Num entendo... Deve ser coisa ao alcance apenas dos colonialistas bons...
E eu cá que pensava que a guerra era afinal para proteger os colonos e a exploração do povo oprimido africano...
Coitados... queriam ter edifícios chineses potentes certamente, mas os colonialistas maus só construíam fortes para guardar escravos... Até as igrejas tinham de ser por milagre...
O que vale é que andam lá agora os colonialistas bons a subir, pasmados, aos potentes edifícios chineses e dar esmolinha às devotas da virgem da Mixuca. Pelo menos enquanto houver petróleo. E mesmo que esse acabe, há-de haver sempre o pretóleo.
No fundo, tudo faz sentido. O grande soba dos Santos dá as esmolas grandes aos colonialistas bons de acordo com a sua potência e estes distribuem-na pelos pretinhos pobres mas felizes na senda do progresso manhattaniano...
Penso que a Nossa Senhora de Mixuca terá vertido uma lágrimazinha com tanta piedade, compaixão e amor ao próximo...
Não, querida... O materialismo mecanicista é uma coisa, o materialismo dialéctico é outra. No discurso marxista o materialismo mecanicista sofre dos mesmos vícios do idealismo, pois abstrai-se da realidade social e histórica e reduz o mundo às leis da natureza.
ResponderEliminarSe leres as 11 teses contra Feuerbach (e o seu materialismo sensualista), pode ser que percebas isto e deixes de ser palerma.
Toma lá, para aprenderes:
ResponderEliminarTeses sobre Feuerbach
Até aqui, a principal insuficiência do materialismo de todos os filósofos – o de Feuerbach incluído – é que as coisas, a realidade, o mundo sensível apenas são tomados subjectivamente sob a forma de objecto ou de contemplação, mas não como actividade sensível humana, como prática. Isto explica porque o lado activo foi desenvolvido pelo idealismo, em oposição ao materialismo – mas apenas abstractamente, pois que, naturalmente, o idealismo não conhece a actividade real, concreta, como tal. Feuerbach quer objectos concretos, realmente distintos dos objectos do pensamento; mas não toma a própria actividade humana como actividade objectiva. Por isso, na Essência do Cristianismo, considera apenas a atitude teórica como a genuinamente humana, ao passo que a prática é tomada e fixada apenas na sua forma de manifestação judaica sórdida. Não compreende, por isso, a importância da actividade “revolucionária”, da “prática crítica”.
II
A questão de saber se ao pensamento humano pertence a verdade objectiva não é uma questão da teoria, mas uma questão prática. É na prática que o ser humano tem de comprovar a verdade, isto é, a realidade e a capacidade, o carácter terreno do seu pensamento. A disputa sobre a realidade ou irrealidade de um pensamento que se isola da prática é uma questão puramente escolástica.
III
A doutrina materialista de que os seres humanos são produtos das circunstâncias e da educação, [de que] seres humanos transformados são, portanto, produtos de outras circunstâncias e de uma educação diferente, esquece que as circunstâncias são transformadas precisamente pelos seres humanos e que o educador tem ele próprio de ser educado. Ela acaba, por isso, necessariamente, por separar a sociedade em duas partes, uma das quais se situa acima da sociedade (como, por exemplo, em Robert Owen).
A coincidência do mudar das circunstâncias e da actividade humana só pode ser considerada e racionalmente entendida como prática revolucionária.
IV
Feuerbach parte do facto de a religião auto-alienar o homem e desdobra o mundo num mundo religioso (representado) e num real. O seu trabalho consiste em reduzir o mundo religioso à sua base mundana. Ele perde de vista que depois de completado este trabalho ainda fica por fazer o principal. É que o facto de esta base mundana se destacar de si própria e se fixar nas nuvens, constituindo assim um reino autónomo, só se pode explicar precisamente pela autodivisão e pela contradição internas desta base mundana. É preciso, portanto, compreendê-la primeiro na sua contradição e depois revolucioná-la eliminando na prática a contradição. Portanto, depois de, por exemplo, a família terrena estar descoberta como o segredo da família sagrada, é a primeira que tem, então, de ser ela mesma criticada em teoria e revolucionada na prática.
V
Feuerbach, não contente com o pensamento abstracto, apela ao conhecimento sensível; mas, não toma o
mundo sensível como actividade humana sensível prática.
Vai-te catar. Ainda gatinhavas e já eu tinah lido isso tudo.
ResponderEliminarComo já se percebeu que és burro e julgas que emendas o que nem entendes, também não te vou explicar nada.
ResponderEliminarVI
Feuerbach converte a essência religiosa em essência humana. Mas, a essência humana não é uma abstracção inerente a cada indivíduo. Na sua realidade ela é o conjunto das relações sociais.
Feuerbach, que não empreende a crítica desta essência real, é, por isso, obrigado a:
1. abstrair do processo histórico e fazer do sentimento religioso algo imutável, existindo por si e a pressupor um indivíduo humano abstracto, isolado;
2. nele, por isso, a essência humana só pode ser tomada como “espécie”, como generalidade interior, muda, que liga apenas naturalmente os muitos indivíduos.
VII
Feuerbach não vê, por isso, que o próprio “sentimento religioso” é um produto social e que o indivíduo abstracto que analisa pertence, na realidade, a uma determinada forma de sociedade.
VIII
Toda a vida social é essencialmente prática. Todos os mistérios que desviam a teoria para o misticismo encontram a sua solução racional na prática humana e na compreensão dessa prática.
IX
O máximo que o materialismo contemplativo consegue, isto é, o materialismo que não compreende o mundo sensível como actividade prática, é a visão dos indivíduos isolados na “sociedade civil”.
X
O ponto de vista do antigo materialismo é a sociedade “civil”; o ponto de vista do novo materialismo é a sociedade humana, ou a humanidade socializada.
XI
Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de diferentes maneiras; o importante, porém, é transformá-lo.
Escusas de papaguear.
ResponderEliminarEu sei que o dialéctico é diferente do mecanicista.
Porque é que julgas que me lembrei do Swift e dos alcóóis.
Porque esse também topou os esquemas de Laputa.
O Marx dissolveu no éter o que os outros andaram a constuir em mecãnica mais antiga.
Vai dar ao mesmo- para o caso do fim da História ou da dissolução de partidos e de classes.
Muito pertinente foi o Euro2Cent ao lembrar o Céar e mais os proles.
Porque os proles foram escolhidos como os eleitos e isso não foi apenas como tu tentaste dizer- pelas leis da economia.
Olha, já que te julgas então tão espertinho, conta lá porque é que ele é materialista e escapa ao idealismo quando todo o projecto é ideal.
ResponderEliminarExplica a cena da alienação do trabalho e desalienação por ele ou da luta de classes e fim das classes pela luta entre elas.
Como é?
és um sabichão ou um papagaio?
Há que agradecer o contributo do anónimo das 10.50.
ResponderEliminarApenas dois pontos, que agora estou sem tempo:
Eu não falei em materialismo mecanicista. Se bem cito no texto o termo que lá está é "transmecanicista" (o tal dialéctico que refere, e bem).
O resto que refere, também com propriedade, apenas confirma as questões levantadas.
O Marxismo tem que ser avaliado não apenas pelos conceitos abstratos da tese, mas sobretudo pela sua aplicação prática e histórica (e posterior ao próprio Marx). Senão, caímos no medievalismo das discussões sobre a sexualidade angélica.
A tese marxista (ou hegeliana, antes dele) não vale como apofânticas. Isso está reservado à divindade do genesis.
"apofãntica", digo
ResponderEliminarMujinha, então já passamos para a fase das ameaças?
ResponderEliminar.
Hummm. Não se enerve homem. Faz-lhe mal à saúde.
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A minha avozinha lá dizia que cao q ladra nao morde. No seu caso temo apenas que me pegue esse estado raivoso. Fugirei de si como o diabo foge da cruz.
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Portanto n adianta ameaçar. Vc já ganhou. Enviar-lhe-ei os meus cornos pela internet. Faca bom uso deles. Mas prometa-me que não os mete em qualquer orifício mal cheiroso. Não quero nem imaginar onde poderão ir ter os meus lindos corninhos.
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Rb
É, ameaças. Ameaças aqui ameaças ali.
ResponderEliminarMas se temes, o melhor que tens a fazer é comprar um cão. Talvez uma hiena seja melhor; hienas, abutres, assim fica tudo entre necrófagos.
Mais um dia a "contribuir" para o "des-envolvimento" de Angola! Des-envolvê-la da riqueza que a envolve ahahah!
Amanhã não esqueças contar qual foi a santinha onde foste dar esmola aos pretinhos!
Não dei esmola mujinha. É raro fazer isso. Dei-lhe uma coisa bem melhor. Apadrinhei a criança. O q significa um compromisso longo com ela.
ResponderEliminar.
Tenho muiiitos afilhados. Em portugal tenho 15. Em angola tenho dois. E em são tome tinha dois, mas um morreu.
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Sabes o q significa apadrinhar em africa?
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Rb
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Pronto, para o Anónimo.
ResponderEliminarO materialismo dialéctivo é isto- explicado pelo almôdenga semiótica, no Diário Popular de 72 (no Portadaloja, mesmo agora)
«Não suponho possível uma transformação dos programas de televisão sem uma transformação das condições sociais, económicas e ideológicas que, neste momento nos condicionam»
Não tem nada que enganar- é a praxis
AHAHAHAHAHAHA
Significa meter cunha ao soba quando chegar a altura?
ResponderEliminarExplica lá então.
Mas não esqueças que ainda deves explicação sobre qual é a diferença entre ti e um colonialista dos antigos, ou seja, dos maus...
Deves um bocado à inteligência. Só pode. Os colonialistas, oh cavalgadura, não eram maus nem bons. Assim como hoje os portugueses q por aqui andam tbrm no são maus nem bons.
ResponderEliminar.
Quem foi mau foi quem trouxe a guerra que nos fez perder tudo.
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Qurm podia e não soube parar e cuidar dos interesses de quem cá estava.
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Precisas de um esquema ou que repitabisto mil vezesbou desta vez com compreendesse.
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Tu é q acusas os actuais portugueses de serem desonestos. Deve ser inveja de não teres tomateira para fazer qualquer coisa de útil.
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Vai à bruxa, man.
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Rb
Razão tem o teu actual chefe...
ResponderEliminar.
Rb
Quantos tiraste hoje da miséria? Quantos apadrinhaste? Dize lá...
ResponderEliminarDize outra coisa também: recebes em kwanzas ou isso é só para a santinha e para o afilhado?
Hoje mujinha foi dia de pagamto de salarios. É um dia mto bom para o pessoal.
ResponderEliminar.
Amanha é novo dia, de responsabilidade. Ter familias q dependem de mim coloca-me sob stress. Dinheiro, Kwanzas?
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Já não é isso q me faz mover.
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Rb