Era fatal: «ASAE entope tribunais com 1279 processos-crime».
Já diz o ditado que não há fome que não dê em fartura. Neste caso deu em soltura, uma verdadeira diarreia de turbo-esbirraria assanhada.
Mas o que é mais curioso, neste país onde a classe política se entrega ao nepotismo, ao clientelismo e à traficância de influências mais desbocados, impudentes e militantes, é desencadear-se um tal frenesim policial, uma tal assuada galfarra sobre a iniciativa privada -e sobretudo sobre a pequena e média iniciativa privada. A exigência zelota ao nível da economia só faz algum sentido quando acompanhada e tutelada por uma probidade exemplar ao nível da Administração Pública. Melhor dizendo, políticos desonestos, traficantes, troca-tintas, mixordeiros e ciganões não podem exigir, dum dia para o outro, o absoluto contrário disso aos cidadãos que dizem representar. Não basta dar a ordem: há que dar o exemplo. Uma classe política ao nível de Angola não pode decretar, à pressão, ou na ponta do cacetete, um tecido empresarial ao nível da Escandinávia. Não é fast-government, é lusocídio ao ralenti. Muito mais que simplex, é econocídex e rapinex. O poder não escorado na ética e puramente exercido na prepotência é tirania. Sob a capa de reforma chique, é uma revolução...das tripas - um chiqueiro. Um governo que, pior que desprezar os seus governados, passa a hostilizá-los abertamente, torna-se um cancro. Uma síndrome de imuno decadência adquirida. Uma mafia encapotada de facínoras e apaniguados. Não governa, corrói; não legisla, conspira; não administra, confisca.
Não obstante, alguns dos sicofantas e papagaios acólitos de plantão ao Olimpo burrocrático bradam de volúpia e ventriloquejam de paixão coral. Todos os danos colaterais são aceitáveis, porque agora ir-se-á, finalmente, acabar com a fuga aos impostos. Essa harpia dos orçamentos! Essa hidra instalada e colapsante! É em nome dela, dessa pugna épica contra o monstro, que a ASAE vai colocar a Floresta de Sherwood na ordem. Hurra!... Longa vida ao Príncipe Joinho e ao seu Xerife de Nothing! O problema é que são os mesmos que instalaram a Hidra, que vivem principescamente à conta, que agora, em ímpetos ultra-pasteurizantes, alardeiam querer acabar com ela. E é assim que os barões comensais, entre o arroto do jantar de ontem e o flato que prenuncia o almoço d'hoje, mandam avançar a prebostaria para correr da sala do banquete com a chusma de mendigos que cata as migalhas e com os canídeos oportunistas que rapam os ossos.
O mais espampanante de tudo isto, é que, regra geral, são os nossos tolerantes de serviço -que toleram tudo e mais alguma coisa, especialmente em forma de supositório pelo cu acima ou de xarope pela goela abaixo, quem agora proclama toda uma imensa intolerância à fuga aos impostos. Cães de colo atiçam, assim, cães de fila e sabujos de montaria.
Porém, a verdade é mais crua e simples: num país onde a Administração Pública (enxertada na partidarquia obrante) e toda a vasta cabeleira de simbiontes, que com ela convora e prolifera, se entregam, sem qualquer freio nem pudor, à delapidação dos impostos, à parasitagem do Orçamento, enfim, ao esbulho sistemático dos cidadãos, a fuga destes aos impostos deixa de ser crime - passa a ser legítima defesa.
O sr.Dragão, aquele das escamas e que não tem coiro- a Zazie naquilo do coiro bem o substitui – anda de asa tombada. O que mais se nota nos pavões são as plumas multicolores. Daí a procriação sempre lucrativa. Mal se trinca os ossos, logo se aproveitam as plumas, para os efeitos de decoração. E nisto de decores e outras tretas, o Sr .Dragão é perito. Como aquilo do Bruder , vá lá saber se é nick de homem ou de fêmea. É elementar, até porque a palavrinha tem um primo bem conhecido, o Brother , vocábulo que ganha espaço na Damaia bem sua conhecida, e até no reino da Lapa, onde os dragões de papel abundam. Bem sei , e aqui já foi citado que o Sr .Dragão das escamas múltiplas não sabe alemão. Já nos tínhamos apercebido disso, quando o lança fogo ousou escrever sobre as massagens nas criancinhas lá pelas terras de Faust, citando, disse ele então, um artigo traduzido para o inglês., deduzindo no final uma qualquer aberração que nada tinha a ver com a realidade dos factos. Sirvirá isto de amortecedor aos possíveis erros de escrita e sintaxe do comentário abaixo, pois cada um fala e escreve o melhor que pode e sabe, sobretudo se não usa a sua língua nativa.
ResponderEliminarEngana-se redondamente o Sr. Dragão se pretende insinuar que espero a sua admiração, ou louvor gratuito. Por quem sois! Aqui entro voluntário, e não pago, nem devo pagar, dízimo de nenhuma espécie. Escrevinho como qualquer mortal, sem que isso me sirva de pretexto para supostas mais valias que alimentam, a outros, os egos desmesurados. “Cabeleirices”, como o senhor diz, neste cabeleireiro predestinado das certezas absolutas.
E já agora se me permite, não insista em temas como a ASAE, mesmo com paradoxas comparações. Isso não atrai a Zazie. É tema que não lhe interessa, nem lhe mexe com a aquela alma de noviça truncada .Insista, isso sim, com temas da Igreja, a Católica, Apostólica e Romana. Incluindo os temas na apêndice da dita. Ma sempre algo. sobre curas, papas e outras verduras a avulso .Aquilo sempre vende. Para variar a ementa, os judeus também vendem bem. Menos as seitas, fossem elas testemunhas do Jeová supremo Já deveria ter compreendido isso, sr.Dragão.
E já agora que estamos com espírito colaboracionista , uma recomendam, se permite, e não lhe cause desplumes ..No post anterior sobre a ASAE, a sua complementaria pena nada comentou. Zero comentários. O que reflectiu na estima que temos por si .Vale segundo as reacções que provoca nos demais. Aliás , como qualquer pavão que se preze. Nos temas seguintes , onde a religião lhe serviu de pasto, a Zazie alinhou dezenas de penicos, uns atrás dos outros, e alguns de lado ( ver caixa de comentários, a zazie argumentando com a Zazie e concluindo segundo a Zazie ) acabando por nos explicar- a nós pobres leitores- o que o Sr.Dragão pretendia dizer. Não nos prive então da sua comentarista de longa data- que até no blog que tinha, e já enterrado - só postava os seus respiros, prescindindo , qual membro auxiliar, ter cabeça com mente própria. Há duplas que em qualquer circo compartem sucesso. A sós, não há "número” que os aguente.
O lado bom de tudo isto é a criação de um cenário interessante para ser descrito por quem tem talento para isso, como é o caso. Mas mesmo quem vê as coisas com lucidez tem dificuldades em propor soluções que possam mesmo ser levadas à prática e que não atirem mais gasolina para a fogueira, preferindo o lamento inconsequente.
ResponderEliminarOs maus desta fita não vieram de um local distante, terra de mal-feitores. São portugueses com o defeito de não serem melhores que os outros. Como é que uma democracia mediática, que cada vez dá mais importância a doença da adolescência, pode escolher os melhores ou sequer manter um sistema burocrático minimamente eficiente?
Ah! Grande Dragão!
ResponderEliminarSó de ver como se babam alguns nos comentários que fazem procurando igualá-lo. Só isso já "justifica" a sua superioridade na escrita, na critica, na lambada, no tabefe, no pontapé no cu...no ataque nuclear!
Longa vida caro Dragão
Legionário
O incitamento aos cidadãos à fuga das suas obrigações legais é um absurdo. O que os chicos espertos deixarem de pagar recairá sobre os que, e ainda os há, que sentem o dever de cumprir com as suas obrigações, independentemente do bom ou mau uso que é dado aos seus contributos. Devemos pugnar, isso sim, para expurgar das cadeiras do poder, a cambada de corruptos que por la se acuplando, como nababos. O alibi da "delapidação" e "parasitagem" é muito subjectivo e poderá sempre ser usado por mentes menos escrupulosas, que as há bastantes. Serei ingénuo? Pois seja, mas o que me espanta é que um país com tantos chicos espertos continue tão atrasado apesar das torrentes de euros que por cá têm sido despejados.
ResponderEliminarAA
«O alibi da "delapidação" e "parasitagem" é muito subjectivo e poderá sempre ser usado por mentes menos escrupulosas, que as há bastantes. Serei ingénuo?»
ResponderEliminarSim, muito ingénuo. As mentes menos escrupulosas não precisam de alibis. Além de que são sempre as últimas a serem apanhadas no apertar do cerco porque conhecem bem o sistema. Entretanto os "danos colaterais" vão se somando porque aqueles que não devem pensavam que nada tinham a temer e não estão previnidos.
«a fuga destes aos impostos deixa de ser crime - passa a ser legítima defesa»
ResponderEliminarNão podia estar mais de acordo. Mas não basta a defesa. Temos de os atacar. Todos os elefantes brancos que têm vindo a construir. Os dinheiros que têm dado a ganhar aos bancos e aos empreiteiros. Os tachos que por fim arrecadam. Tudo isto deve permanecer na nossa memória para acusação futura. Os ladrões hão-de pagá-las.
Caro Dragão,
ResponderEliminaro seu texto é uma pérola, perdão, um rubi satírico (a escolha alternativa do rubi deve-se à cor mais adequada e ao seu maior valor).
Ri-me alto e de gosto com aquela do Xerife de Nothing - aliás, ainda me estou a rir.
Convido-o a aproveitar essa veia satírica e a participar no passatempo com prémio que decorre lá pelo meu sítio. O convite é extensivo aos seus comentadores e visitantes. Basta um comentário para ficarem habilitados a escolher um bom livro, completamente de borla - e podem escolher entre vários livros, contemplando vários gostos e sensibilidades. Conto com a sua (vossa) participação.
Se a sua política de gestão do blogue é contrária a esta espécie de publicidade, pode sempre apagar este comentário. Ok? ;)
Ora bem, ó Herr Bruder,
ResponderEliminardesculpar-me-á mas não tenho boa memória para caras, muito menos caras de cu e ainda menos niques de caca. Se o ofendi, foi com intenção, mas como não era conversa de homem - era e, pelos vistos, prossegue em regime de galinheiro, paleio de gaja -, eu fiquei na dúvida que gaja fosse. Qualquer varão inteiro, no meu lugar, pensaria o mesmo. E sublinho gaja, porque mulher não faz figuras dessas.
Depreendo então tratar-se dum primata masculinho e não brasileiro, nem nativo aqui do jardim. Folgo muito. Faço votos até que o paizinho esteja de boa saúde e a priminha idem aspas.
Quanto ao rosário de capilaridades e encrespaduras que entendeu aqui vir desfiar eu chamei-lhe "cabeleireirice" porque estava a ser caridoso e até achei piada. Mas, na verdade, eram pentelheirices e daquelas que se cultivam no rego da peida. No seu caso, com a singularidade coquete de ser em forma de trancinhas, franjinhas e pompons. Esforçadinho no cagar mas um bocadinho canhestro a desembaraçar os filamentos proctais das bolinhas de esterco mais agarradiças. Vê-se que coça o adjectivo com frenesim, que a reforçar a pata até lá acode com a dentaduça (prodígios, imagino, só ao alcance de certos animais de pedigree capazes de auto-catadura), mas a partícula obscura, encarniçada, intratável, resiste. Visto daqui, acredite, é o que parece. Posso, todavia, estar redondamente enganado. O meu péssimo feitio obnubila-me o visor. A minha falta de paciência para rendas, lavores e florilégios embacia-me os óculos. Posso até conceder-lhe de antemão o benefício da dúvida. Nesse caso, deixe-me adivinhar:
Vosselência anda aqui por via duma pós-graduação em Sociologia de Caixa de Comentários e derrama-se a recolher material para a sua tese de mestrado, intitulada, calculo, "As incidências da terrível Zazie no blogue Dragoscópio - climatologia, semiótica e hermenêutica au champignons". Se é esse o caso, os meus parabéns. Schnell!, pegue nela, edite em rolo, folha dupla, e limpe-se. Talvez com o papel apropriado consiga aquilo que não logra com patas e dentes: desembaraçar convenientemente o pensamento da floresta polipódica que lhe assombra o rego do cuspo. Em resumo, seja um homenzinho e deixe-se de merdas!
auf Wiedersehen, telefunken e cona da tia!...
Caro Zé de Portugal,
ResponderEliminaresteja à sua vontade.
Se tiver lá "Ginas" em bom estado, o meu sócio Engenheiro açambarca-lhe as caixas.
Caro Herr bruder
ResponderEliminarSobre as criancinhas, vem com insinuações, tentar desacreditar o Dragão, mas até agora não provou/fundamentou o seu argumento. Provas de que o Dragão está errado, é que são necessárias.
.
Mas não é só a asae, a actuação do fisco é brutal (não para os grandes, claro). Só que não tem tido a visibilidade da asae.
É o saque, não a correcta fiscalização.
Carlos
ó Sr.Dragão, que vulgaridade !
ResponderEliminarE esse excesso de marialva de esquina, tenta esconder algo recalcado ? :))
Vá lá saber-se os estragos que fizeram os anos 60 nesse Portugal amordaçado.Afinal, sois mais uma vítima do sistema.Mordaz, mas vítima.E estas, as vítimas, não se abatem.Ajudam-se.
Passe bem.
"num país onde a Administração Pública (enxertada na partidarquia obrante) e toda a vasta cabeleira de simbiontes, que com ela convora e prolifera, se entregam, sem qualquer freio nem pudor, à delapidação dos impostos, à parasitagem do Orçamento, enfim, ao esbulho sistemático dos cidadãos, a fuga destes aos impostos deixa de ser crime - passa a ser legítima defesa"
ResponderEliminarAleluia e Amén, caro Dragão !
Acho que é a primeira vez na luso-blogosfera que um blog as tem no sítio para afirmar esta evidência.
Toca a despertar!
ResponderEliminarLisboa Terra Portuguesa
PS: Obrigado pelo espaço de publicidade.
;-)